Gazeta Esportiva.com
·20 November 2025
Futuro de Crespo, obstáculos no mercado e mais: executivo detalha planejamento do São Paulo para 2026

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Rui Costa, executivo de futebol do São Paulo, concedeu entrevista coletiva na última quarta-feira e abriu o jogo sobre diversos assuntos que agitaram os torcedores nos últimos dias. O dirigente trouxe alguns detalhes sobre o planejamento do clube para a próxima temporada, falou sobre o futuro de Crespo e explicitou quais serão os principais desafios do Tricolor no mercado.
Após a partida contra o Bahia, no último dia 25 de outubro, Crespo deixou seu futuro em aberto no São Paulo e disse não saber se ficaria no clube para 2026. Quase duas semanas depois, o treinador foi questionado sobre o assunto novamente e mudou o posicionamento: afirmou que cumpriria seu contrato com o clube.
Por parte da diretoria, não há dúvidas sobre a continuidade de Crespo à frente da equipe. O técnico argentino tem contrato até o final de 2026 e tem participado ativamente das reuniões de planejamento para a próxima temporada.
“Ele tem contrato conosco até dezembro de 2026, participa de todos os processos internos nossos, é ouvido, consultado, dividimos as coisas com ele. Ele tem uma prática que, durante o treino, o presidente fica ali, eu, o Belmonte, e os treinadores vem fazer aquela conversa que é a mais importante do dia, porque ele abre o coração, fala das preocupações, principalmente após o treino. Fizemos isso com todos os treinadores que aqui estiveram. Há uma cumplicidade muito grande entre nós”, afirmou Rui Costa.
“Quando ele dá uma opinião que é muito dele, no sentido de se preocupar com o futuro, obviamente ele estava falando sob a ótica da exigência que é feita a ele. Nós percebemos ele muito comprometido com o futuro e com o planejamento de 2026. As coletivas são muito próximas de uma vitória ou uma derrota, e isso afeta o ser humano. Mas vejo o Crespo muito integrado no nosso planejamento de 2026”, complementou.
O São Paulo também planeja uma ‘troca’ com o River Plate. Galoppo, que pertence ao Tricolor está emprestado ao clube argentino, enquanto Tapia e Enzo Díaz fizeram o caminho inverso. O meia-atacante, inclusive, pode servir como moeda de troca para a permanência do lateral – que já está garantida, segundo Rui Costa.
Galoppo e Enzo Díaz possuem opção de compra fixada em caso de cumprimento de metas. O defensor, que se recupera de cirurgia de hérnia inguinal, vinha sendo titular absoluto do São Paulo, enquanto o meia-atacante tem alternado momentos da temporada entre os 11 iniciais e outros saindo do banco de reservas no River.
“Hoje, essa relação com o River Plate é muito importante para nós, porque ela foi criativa e assertiva. Trouxemos o Enzo, que tem quase 54 jogos e que permanecerá no São Paulo, porque cumpriu as metas. Temos o Tapia, que chegou sob desconfiança, está se destacando pela seleção e tem sido extremamente útil, incorporou rapidamente o espírito do São Paulo. E o Galoppo, que tem sido recorrentemente utilizado, mas não de maneira a caracterizar a confirmação da cláusula de compra obrigatória. Rotineiramente, analisamos esse cenário com o River, temos falado com o River, e estamos tentando fazer uma composição que atenda todos os interesses. A permanência do Tapia, a permanência do Enzo que já está consolidada, e a formalização da venda do Galoppo ao River. Acredito que vamos ter alguma concretização nos próximos dias”, explicou o executivo.

(Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC)
O São Paulo ainda possui algumas dúvidas no planejamento por conta de um principal motivo: a indefinição nesta reta final de temporada quanto à Copa Libertadores. O Tricolor ainda sonha com uma vaga na competição via Brasileirão, mas não sabe se conseguirá atingir tal objetivo.
Rui Costa revelou que a diretoria são-paulina tem feito reuniões constantes para traçar todos os panoramas possíveis. “Essas reuniões são para isso. Se projeta o cenário esportivo que vai estar inserido, se projeta o quanto esse cenário esportivo te permitirá ser atrativo. Obviamente o São Paulo é um atrativo por si só, mas estar numa Libertadores, para nós, faz diferença no mercado. Por isso é tão importante para nós estar nesse torneio”, justificou.
O executivo de futebol também foi franco sobre o planejamento que o São Paulo tem adotado nos últimos anos em razão das dificuldades financeiras. O Tricolor tem optado por trazer jogadores livres no mercado ou num modelo de empréstimo, com opção de compra a partir do cumprimento de metas. A tendência é que, para 2026, o clube siga este mesmo caminho.
“Nosso planejamento sempre partiu de premissas muito claras. Estamos pensando sempre seis meses antes, porque é o que se impõe como estratégia diante da nossa incapacidade de competir financeiramente com outros clubes. Desde 2021, começamos a fazer ciclos de intervenção. Fizemos um diagnóstico do elenco e começamos a mudar o perfil. Não podemos esquecer de como foi o perfil de atletas que trouxemos até chegar à equipe que temos hoje. Uma equipe comprometida com as causas do clube, com jogadores que têm clara noção de pertencimento. Ter jogadores caros ou baratos é muito relativo. Rafael é barato ou caro? O Marcos Antônio é caro ou barato?”, avaliou.
“Fizemos, ao longo dos anos, um processo muito estruturado com conceitos e estratégias claras. Ser criativo, assertivo nas contratações. Quando fomos criativos, trouxemos jogadores livres no mercado, e acredito que fomos mais assertivos do que equivocados. E deverá acontecer a mesma coisa no próximo ano. […] Já estamos fazendo reuniões, analisando o que vamos poder fazer e os nomes que temos”, prosseguiu.
Por fim, Rui Costa ainda pregou foco na primeira janela de transferências do ano, ressaltando a necessidade de fortalecer a equipe devido às mudanças de calendário promovidas pela CBF. O Campeonato Brasileiro acontecerá simultaneamente ao Campeonato Paulista.
“Estivemos no congresso técnico da FPF e já se percebia uma preocupação dos clubes com o calendário, que vai ser absolutamente novo e de impactos que ainda não sabemos quais serão. Fizemos uma reunião específica no CT para tratar de calendário e como isso impactaria na nossa estratégia. Você vai ter que focar muito na primeira janela, de aproximadamente 58 dias. Teremos três janelas: a de janeiro, a de julho e a doméstica. Fato é que vamos ter muitas rodadas do Brasileiro entre uma janela e outra, o que não acontecia antes. E a segunda janela, que era aquela que você fazia algum alteração no time, deixa de ter importância, pois teremos um ano muito forte já em janeiro. Esse ano, ser muito assertivos na primeira janela é algo que será muito considerado”, finalizou o executivo.
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