Jogada10
·18 July 2025
Leila Pereira chama Dudu de ‘covarde’ em julgamento no STJD

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·18 July 2025
Em depoimento prestado nesta sexta-feira (18) à 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, voltou a criticar duramente o atacante Dudu, hoje no Atlético Mineiro, e o classificou como “covarde” por não comparecer presencialmente ao julgamento no qual responde por ofensas misóginas contra a dirigente.
Durante a audiência, Leila relembrou a cronologia do rompimento com o ex-camisa 7 do Palmeiras, que deixou o clube no fim do ano passado após polêmica negociação frustrada com o Cruzeiro. Em suas falas, a presidente reforçou que o comportamento de Dudu teria sido diferente se ela fosse um homem.
“Sofreu violência, tem que denunciar: porque esses agressores são covardes. A maior prova estou vivendo aqui. Esse atleta me agrediu, me ofendeu. E cadê ele? Gravou um videozinho lido no teleprompter, deve ter ensaiado 500 vezes para parecer mais bonitinho. Vem aqui, encarar uma mulher. Mas não. É mais confortável ler à distância. Eles são covardes”, disparou Leila.
O julgamento diz respeito a uma publicação feita por Dudu nas redes sociais, em janeiro, após sua saída conturbada do Palmeiras. Na ocasião, ele escreveu: “O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pelas portas do fundo!!! Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua, senhora Leila Pereira. Me esquece. VTNC.”
A postagem, considerada ofensiva pela presidente e pelo jurídico do clube, motivou a denúncia no STJD por ofensas misóginas. Dudu, que atualmente defende o Atlético Mineiro, não compareceu à sessão e enviou um vídeo com um pedido de desculpas.
“Quero pedir desculpas a todas as mulheres que se sentiram ofendidas. Tenho esposa, tenho filha, prezo muito pelo respeito. Não pude comparecer por compromissos profissionais, mas respeito muito o tribunal”, disse o jogador na gravação.
Durante o julgamento, Leila relatou ainda que, antes da crise, teve reuniões respeitosas com Dudu e que o relacionamento institucional entre ambos era normal. Segundo ela, os ataques vieram após sua crítica pública ao atacante, o que desencadeou uma reação desproporcional por parte do jogador.
“Quando o presidente do Cruzeiro, Pedro Lourenço, foi questionado sobre o Dudu, respondeu com um gesto de quem indicava a saída. E o Dudu respondeu: ‘Ele é o dono, pode falar o que quiser’. Por que ele não foi firme e grosseiro com o presidente do Cruzeiro como foi comigo? Porque eu sou mulher, e o Pedrinho é homem.”
Dudu fez post em suas redes sociais criticando Leila Pereira ao deixar o Palmeiras – Foto: Reprodução / Instagram
A dirigente também foi questionada sobre uma publicação da jornalista Milly Lacombe, que comparou a reação pública diante de suas críticas a Dudu com a fala do técnico Filipe Luís sobre o atacante Pedro, do Flamengo.
“É clara a diferença de tratamento quando uma mulher critica e quando é um homem. Quando relatei o que aconteceu, me acusaram de ‘mimimi’. Filipe Luís foi até mais duro, mas não houve escândalo. Comigo foi diferente. Me atacaram por eu ser mulher.”
A relação entre Leila Pereira e Dudu se desgastou publicamente em 2023, após o jogador desistir de um acordo com o Cruzeiro e decidir permanecer no Palmeiras. Poucos meses depois, no fim do ano, Dudu rescindiu o contrato com o clube alviverde. A presidente então declarou que o jogador “saiu pela porta dos fundos”.
A resposta do atleta nas redes sociais, com ataques diretos à presidente e um tom ofensivo, culminou na denúncia formal ao STJD por misoginia.
Leila também já havia afirmado, em entrevista anterior, que Dudu só agiu assim por ela ser mulher:
“Não tenho dúvida que tudo o que esse atleta fez é porque sou mulher. Se fosse um homem, ele não teria coragem.”
A Comissão do STJD deve concluir o julgamento ainda nesta sexta-feira. A pena, caso o jogador acabe condenado, pode variar de advertência a suspensão, além de multa. Enquanto isso, Leila Pereira reforçou que seguirá denunciando comportamentos machistas no futebol:
“Esses agressores precisam ser expostos. Nós, mulheres, não podemos mais nos calar.”