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·26 September 2025

Não importa se a classificação foi culposa, o que importa é que classificamos

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“Não importa se o pato é macho, eu quero é ovo”. “Não quero saber quem morreu, eu quero é chorar”. “Que me importa que a mula manque, eu quero é rosetar”. São várias as frases, são vários os contextos, mas o significado é sempre o mesmo: que independente do quão absurdas, sofridas ou lamentáveis sejam as circunstâncias, o importante é que se consiga chegar no resultado final esperado.

E diante da classificação dramática do Flamengo na Libertadores, após não apenas 90 minutos de bola rolando como também uma torturante decisão de pênaltis diante do Estudiantes na Argentina, essa é sim a maneira mais positiva e otimista possível de abordar a nossa caminhada até as semifinais do torneio continental.


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Porque o jogo em si, deixa pouquíssima margem para elogios. O Flamengo errou tudo que podia, em sequência errou tudo que não podia, e logo depois inventou novas formas de errar que desafiam a geometria euclidiana e a lógica cartesiana. Fora os chutes de Saul a equipe praticamente não criou oportunidades, com um ataque que esteve quase inofensivo no primeiro tempo sendo na segunda etapa substituído por jogadores que mantiveram o mesmo padrão.

Na defesa é possível debater se o gol sofrido foi uma falha de Rossi, um erro de marcação ou uma falha de Rossi depois de um erro de marcação. Mas a verdade é que o Flamengo, no apagar das luzes do primeiro tempo, sofreu um gol que não poderia sofrer e complicou um jogo que já era bem complicado sem precisar disso.

Então no geral o que tivemos foi um Flamengo que se viu incapaz de superar a tática do adversário, sofrendo com as bolas longas, sem criar jogadas e que chegou até a decisão por pênaltis muito mais na base da sorte do que do juízo, já que no segundo tempo, por mais que o Estudiantes cedesse a posse de bola, ele ainda parecia muito mais perto do gol do que a equipe rubro-negra.

Mas nos pênaltis, brilhou a estrela de Rossi. Um homem pra quem loja da Volkswagen é cativeiro, já que não consegue sair do gol, um cidadão que parece ter certa dificuldade com bolas chutadas acima da altura da cabeça, mas que numa disputa de penalidades assume proporções titânicas, dimensões pantagruélicas, como se o antigo Gyodai dos Changeman em pessoa o transformasse num gigante cuja única missão é não deixar a bola entrar. E ele, por duas vezes, não deixou.

E assim, de maneira desnecessariamente sofrida, com um jogo em que fomos infinitamente superiores mas profundamente roubados, e outro em que fizemos todo o possível pra nos inferiorizar mas ainda assim nos salvamos, o Flamengo chega até as semifinais de mais uma Libertadores. Com ênfase em “Flamengo”, “semifinais” e “Libertadores”.

Porque sim, existem muitas lições a serem aprendidas. Esse time precisa ser mais eficiente e matar jogos quando tem a chance, não podemos nos deixar encaixotar da maneira que aconteceu nesta quinta, certos níveis de nervosismo não são aceitáveis numa equipe desse nível. Mas passamos, sobrevivemos, classificamos e seguimos na briga pela Libertadores e pelo Brasileiro. A mula mancou? Mancou bastante. Mas o Flamengo, ele segue sim rosetando, signifique isso o que significar.

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