Portal dos Dragões
·6 November 2025
Nuno Espírito Santo, ex-treinador do FC Porto: “É um privilégio ser o único treinador negro da Premier League”

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Nuno Espírito Santo concedeu esta quinta-feira uma longa entrevista à estação britânica BBC Sport Africa, na qual afirmou ser “um privilégio” e “uma honra” ser actualmente o único treinador negro no activo no principal escalão do futebol inglês, minimizando as explicações baseadas em preconceito.
“”Eu penso que há vários treinadores negros com talento, que, em breve, podem estar envolvidos na Premier League. Muitos deles vão ter boas temporadas, e vão estar disponíveis”, afirmou o sucessor de Graham Potter no comando técnico do West Ham, assumindo, ainda assim, que “é sempre necessário chamar a atenção das pessoas para a questão da subrepresentação das minorias na competição.
“A diferença entre nós não é algo para o qual os treinadores olhem. Eu não acredito nisso. É graças ao vosso talento, é graças ao vosso trabalho árduo e é graças a um projeto que vocês lançaram bem que as pessoas estão à procura de contratar”, acrescentou o antigo guarda-redes, de 51 anos de idade.
“Um dia, irei voltar a São Tomé e Principe”
Apesar de ter representado as seleções jovens de Portugal, Nuno recordou que nasceu em São Tomé e Príncipe e não esquece as suas raízes: “A vida era bela. Eu vivia perto do mar. Na minha família, viviam perto uns dos outros. Sinto saudades de viver lá”.
“Faz-te sentir humilde, quando visitas São Tomás. Vês como são as pessoas pobres, as pessoas que estão em dificuldades, e é por isso que nós somos privilegiados por termos tudo aquilo que queremos”, acrescentou.
“Eu tive o privilégio de ter alguns treinadores africanos a fazerem algumas semanas de treino e de observação comigo, em vários clubes, e fiquei impressionado com a qualidade do trabalho deles. Fiquei impressionado pelo conhecimento que eles já tinham adquirido”, prosseguiu.
” Eles vieram para cá, para Inglaterra, para tentarem aprender connosco, mas eles têm muitas coisas boas a ensinar-nos, porque o futebol africano é muito especial, ao nível da liberdade, ao nível do talento, ao nível da individualidade”, concluiu.
Para terminar, Nuno deixou uma garantia: “Um dia, irei voltar [a São Tomé e Principe], para tentar influenciar os treinadores, para tentar passar-lhes alguma da minha experiência e partilhar o meu conhecimento”.









































