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·15 December 2025
O fim da 'Era Gignac': o adeus do francês mais mexicano da história do futebol

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O final amargo para os Felinos na decisão do Apertura Mexicano, que acabou com título do Toluca, de Helinho, está longe de ofuscar a trajetória de André-Pierre Gignac no Tigres. Uma história de dez anos forjada em títulos e feitos históricos do francês mais mexicano que já existiu no futebol.
Voltando em 2015, a ida do vice-artilheiro da Ligue 1 para o Campeonato Mexicano causou estranheza: por que um atacante da seleção francesa de 30 anos aceitaria o desafio de deixar um dos gigantes do país para se aventurar no México?
"O objetivo é ganhar a Copa Libertadores", disse Gignac em uma de suas primeiras entrevistas no México. Já nas primeiras semanas de clube, o atacante se tornou o primeiro francês a alcançar uma final da Libertadores, com gol na semifinal contra o Internacional. Na decisão, porém, o título ficou com o River Plate, de Marcelo Gallardo.
Os mexicanos deixaram de participar da Libertadores em 2016 e Gignac não voltaria a disputar o torneio. Mas em 2016, com hat-trick nas quartas de final, dois gols nas semifinais e um na final, o artilheiro comandou o título do Apertura Mexicano diante do América, que terminou com decisões nos pênaltis.
A idolatria de Gignac no México veio rápido, até pelos números: foram 33 gols em 55 jogos na primeira temporada no futebol mexicano, a temporada de mais gols da carreira do francês. Os vice-campeonatos da ConcaChampions e do Clausura Mexicano em 2017 foram apenas pedras no caminho de uma trajetória vitoriosa.
A relação com o México foi além dos gramados: em 2019, Gignac e a esposa, Deborah, adquiriram a nacionalidade mexicana. O casal também tem filhos que nasceram no México e sempre foram vistos participando de eventos culturais no país.
Gignac, que mesmo no México recebeu convocações para a seleção francesa e disputou uma Eurocopa e uma Olimpíada, foi campeão duas veses do Clausuara, três do Apertura e quatro da Copa dos Campeões. Faturou ainda a Liga dos Campeões da Concacaf e a Copa dos Campeões da Concacaf (2x).
Três vezes artilheiro no futebol mexicano, Gignac foi carrasco de outro brasileiro: em 2021, marcou o gol que eliminou o Palmeiras na semifinal do Mundial de Clubes. Na decisão, perdeu o título para o Bayern de Munique, com gol solitário de Pavard.
Ao lado de Nahuel Guzmán e Javier Aquino, Gignac comandou o Tigres no momento mais vitorioso da história do clube. Em 424 jogos, marcou 221 gols e se tornou o maior artilheiro da história do clube.
Na final contra o Toluca, decidida nos pênaltis, Gignac deu uma assistência (em cobrança de falta desviada), deixou o campo lesionado e chegou a ser agredido por um torcedor no caminho para o banco. Não conseguiu o que previu há dois anos: encerrar a carreira com seis títulos mexicanos.
Apesar do final ainda não ter sido confirmado oficialmente pelas partes, pela final dura, o atacante francês deve deixar o futebol mexicano sem levar sequer um cartão vermelho e como ídolo indiscutível, que ajudou a transformar os Felinos no maior campeão mexicano no período.









































