SEM REFORÇO PEDIDO E COM ARBOLEDA FORA, CRESPO VEM TRABALHANDO VOLANTES PARA JOGAREM IMPROVISADOS NA ZAGA | OneFootball

Negrucci foi elogiado internamente em nova função (Erico Leonan/SPFC)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

O São Paulo entrou em campo contra o  Athletico-PR, durante a semana, com uma novidade: pela primeira vez depois dos dois últimos jogos, o técnico Hernán Crespo terá todos os zagueiros à disposição.

Contra o próprio Athletico, no duelo de ida semana passada, no Morumbi, Ferraresi cumpriu suspensão. No final de semana, ante o Internacional pelo Brasileiro, foi a vez de Alan Franco.

Em ambas as situações, Sabino foi o escolhido para sair jogando. Mas a escolha era até evidente, já que o jogador era a única peça do setor disponível a Crespo.

Sim, se tem algo que os dois jogos evidenciaram, foi a escassez de zagueiros do plantel, algo já diagnosticado pelo treinador desde sua chegada, quando sem conseguir avançar nas conversas com o Sassuolo, o Tricolor encerrou as negociações pela permanência de Ruan, outro nome que esteve no plantel durante o primeiro semestre.

E a tendência é das coisas piorarem...

Na última quinta-feira (7), veio a notícia de que o técnico Hernán Crespo perdeu Arboleda. O equatoriano, substituído no intervalo do duelo com os paranaenses sentindo dores, foi diagnosticado com uma lesão no músculo reto femoral da perna esquerda, tem recuperação estimada em até seis semanas e deve voltar aos gramados apenas em outubro.

Problema escancarado para um treinador que ainda na entrevista de emprego para ser contratado, em junho, avisou que usaria o esquema com três defensores.

Pois bem, como se sabe, Crespo anteviu o problema. E nas listas de potenciais reforços que pediu, estava um zagueiro. O problema é que o tempo passou. Gustavo Medina, da Ferroviária, com quem o Tricolor tinha um acerto verbal, não agradou. E a diretoria não conseguiu avançar em nenhuma das tratativas que tentou.

Bem, em quase dois meses sem a chegada do zagueiro, Crespo está trabalhando, literalmente, com o que tem em mãos. E vem utilizando os treinos no CT da Barra Funda para testar opções dentro do próprio plantel.

Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, os volantes Negrucci, Luan e Pablo Maia, além do lateral Patryck, estão treinando como zagueiros em algumas das atividades cotidianas no CT.

Isso explica, aliás, a ausência do único zagueiro de origem restante além dos mencionados, Igão, no banco de reservas.

Igão, aliás, merece um capítulo à parte: o jovem, promovido de Cotia no início do ano passado pelo então técnico Thiago Carpini, e que apareceu neste ano em alguns jogos no banco de reservas, foi considerado ainda imaturo demais pelo treinador, que deu o aval para que ele atuasse com mais frequência no sub-20.

Crespo busca opções com capacidade de desarme e que tenham boa saída de jogo, segundo apurado pela reportagem. Por isso entende que os volantes (e Patryck) são opções que possam atender mais sua demanda.

Pois bem, quem vem se destacando na nova função é Negrucci. Volante praticamente descartado pelo antecessor Zubeldía, o jovem vem surpreendendo Crespo atuando na linha mais atrás, jogando centralizado. Hoje, sem Arboleda, ele pode ser considerado o zagueiro reserva imediato.

O reforço para a zaga, entretanto, poderá vir em setembro: Luiz Gustavo. O veterano de 38 anos voltou a treinar com o restante do elenco na semana passada, recuperado de um tromboembolismo pulmonar, mas ainda sem o aval total para atividades mais pesadas.

O jogador tem feito exercícios de força com o grupo e continua com um cronograma específico, cuja evolução depende desta liberação. Para se livrar do problema, Luiz tem tomado uma medicação para o tratamento de anticoagulação. Por causa do remédio, ele não poderia fazer atividades físicas com impacto que possam causar sangramento.

Luiz Gustavo atuou como zagueiro nos seus últimos tempos de Europa e também na Ásia. Essa é a referência de Crespo, que logo na chegada ao São Paulo adiantou que vai utilizar o veterano na zaga, ainda dentro de seu esquema com três homens no setor.

São soluções paliativas, evidente, de um treinador que vê o tempo andar e não tem a sua demanda exigida.