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·5 October 2025

SEPARAR SOCIAL DO FUTEBOL? Ideia já foi encomendada (e engavetada) duas vezes anteriores pelo São Paulo

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Em entrevista ao ‘Sport Insider‘ publicada após o São Paulo ser eliminado da Copa Libertadores, Júlio Casares disse que pretende deixar como legado a separação formal entre o futebol e o clube social do São Paulo. A ideia, segundo o presidente, já está em estudo. “Não que o social hoje atrapalhe”, afirmou. “Eu dei autonomia muito elevada ao social. Mas eu quero que essa autonomia vire uma separação jurídica e administrativa. Aí, vou terminar 2026 deixando um legado”, disse o presidente.

A conversa foi gravada antes, mas o momento da divulgação contrasta com o ambiente turbulento: a eliminação perante a LDU nas quartas de final da competição continental, as quatro derrotas consecutivas e a série de protestos realizados por grande parte da torcida. Antes do jogo contra o Ceará, torcedores fizeram um protesto que contou com caixões simbólicos para ‘velar’ Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte.


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O modelo estudado no Morumbi guarda semelhança com a criação de SAFs, mas com uma diferença central: enquanto Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Cruzeiro e Vasco venderam participações majoritárias a investidores, o São Paulo manteria 100% do controle da futura empresa, que ficaria responsável por todos os ativos e passivos do departamento de futebol, incluindo contratos de atletas, dívidas, receitas e despesas. O clube social e os esportes amadores, com contas separadas, seguiriam sob a associação.

O balanço mais recente mostra que a área social é equilibrada, gerando superávit de aproximadamente R$ 700 mil. Os números ainda incluíam o basquete profissional, extinto em agosto, que retirou o time da disputa do NBB e de torneios da modalidade.

A proposta de divisão teria impacto direto na governança: a gestão do futebol passaria a ser feita por profissionais contratados e remunerados, deixando para trás a prática de indicações políticas ou amadoras da associação, o que é vendido como uma etapa dentro de um processo mais amplo de profissionalização que já teria sido iniciado.

Antes, o São Paulo estruturou com Galápagos e Outfield um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), que impôs limites de despesas e prejuízo. Na entrevista, Casares atualizou o andamento desse mecanismo de controle.

Outro projeto em desenvolvimento, mais polêmico, prevê a separação das categorias de base, que seriam geridas por uma empresa com 70% de participação do São Paulo e 30% de investidores.

Não é a primeira vez que o mandatário fala em separar o futebol do social: a mesma ideia foi levantada por ele no final de 2021, com a criação de um comitê para estudar a reestruturação societária. Em fevereiro de 2022, houve uma reunião no Morumbi, que aprovou um cronograma de estudos por áreas, com previsão de relatórios e posterior discussão nos conselhos administrativo, consultivo e deliberativo, além de assembleia com os associados. O projeto, no entanto, não avançou, assim como um anterior, de 2017, ainda na gestão do antecessor Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco.

Para que as mudanças atuais prosperem, Casares precisa do aval do Conselho Deliberativo. O apoio de ex-presidentes é apontado por ele como essencial, mas o desgaste político interno e a pressão da arquibancada são entraves a serem superados.

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