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·22 December 2025
Sérgio Conceição: «Milan? O ambiente não era bom, mas os jogadores não me traíram»

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·22 December 2025

Atualmente ao leme do Al-Ittihad Jeddah, Sérgio Conceição concedeu uma longa entrevista ao portal italiano Gazzetta dello Sport, tendo abordado diversos temas da sua carreira - maioritariamente a sua passagem pelo Milan.
O técnico português, atualmente com 51 anos, recordou a sua breve passagem ao serviço do emblema de Milão, na temporada transata, destacando o ambiente e a falta de apoio da direção como os principais problemas.
«Havia instabilidade ao nível da estrutura do clube, e à volta da equipa o ambiente não era bom. Por isso guardo com carinho aquilo que fizemos. Além disso, a direção não me apoiou», começou por afirmar, antes de avançar para um exemplo concreto.
«Depois de vencermos a Supertaça, jogámos contra o Cagliari. Nessa altura já circulavam rumores de que o clube estaria a seguir outros treinadores. Eu pensava em trabalhar e em ganhar, com o peso dos resultados. Não tive tempo para trabalhar a todos os níveis.»
Questionado sobre o apoio dos jogadores, Conceição foi perentório: «Traição por parte dos jogadores? Nunca! Pelo contrário, estavam comigo. Muitos escreveram-me quando saí. Eu exijo rigor, exigência e depois descontração quando é para descontrair. Se alguém aparece com um quilo a mais, chega atrasado ou coisas do género, eu não posso tolerar. Para mim, no fim de contas, os jogadores são todos iguais.»
Após mencionar que voltaria ao Milan com «algumas mudanças», Sérgio Conceição falou sobre outros temas, sendo o filho Francisco um deles. O antigo treinador do FC Porto explicou que continua a seguir atentamente o extremo da Juventus, revelando um detalhe curioso.
«Falar de futebol em casa? O mínimo possível. O importante é que, ao jantar, deixem os telemóveis no bolso. Exigi isso também no Porto e no Milan. O Chico estreou-se comigo em Portugal. Em 2020, durante o confinamento, disse-lhe: ‘Se tens fome… então bebe água’», contou.
«Para fazer a diferença são necessários sacrifícios e mentalidade. Se pudesse, emprestava-lhe a minha fome. Não que ele não a tenha — tem, e muita —, mas eu, aos 16 anos, levava dinheiro para casa para se poder comer. Era diferente. Mas sempre acreditei. E ele também acredita.»
Além disso, Sérgio Conceição falou ainda sobre a sua ligação à religião: «Sou católico praticante. Aqui não posso, mas em Milão ia à missa todos os dias. Há alguns meses, o Papa convidou-me para o Jubileu para partilhar a minha trajetória e dificuldades.»
Por último, o treinador português revelou, com um toque engraçado, qual o discurso mais importante que já fez: «Em 2012, no Olhanense, estudava as paixões e hobbies dos meus jogadores, algo que faço sempre. Antes de um jogo, no Dia dos Pais, mostrei um vídeo dos pais a a falar sobre eles. Havia gente a chorar, aí entraram em campo e... 2-0 para o adversário. Quando voltei ao balneário, mudei a minha versão e voltei a ser sargento. Empatámos 2-2.»









































