Jogada10
·30 September 2025
Sindicato Mundial dos Jogadores faz alerta sobre os impactos do excesso de partidas no ano

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·30 September 2025
A Federação Internacional das Associações de Jogadores de Futebol Profissional (FIFPro) divulgou, nesta segunda-feira (29), um estudo sobre o calendário atual do futebol mundial. Nesse sentido, a entidade, que atua como sindicato, fez um alerta sobre os impactos do excesso de jogos na saúde, performance e carreira dos atletas.
Dessa forma, entre as principais reclamações, estão a falta de férias adequadas e as longas distâncias que os atletas viajam ao longo do ano. Uma alta carga de trabalho, que também afeta os mais jovens.
O estudo, então, entende que a alta carga de jogos entre os jovens pode impactar a longevidade de suas respectivas carreiras. Para isso, a entidade sugere um limite para atletas abaixo dos 18 anos.
Além disso, ressalta que enquanto um jogador de futebol de seleção ou das grandes ligas europeias tem, em média, três semanas de férias, os atletas de outras modalidades têm um período cinco vezes maior. Exemplo disso é que um finalista da NBA tem 14 semanas de férias, enquanto quem não chegar aos play-offs pode ter 23 semanas de recesso.
O relatório trouxe o exemplo de três atletas que tiveram uma carga excessiva de trabalho na última temporada (mais de 70 partidas). Tratam-se de Valverde, do Real Madrid, Bastoni, da Inter de Milão, e Fabián Ruiz, do PSG. Quem criticou esse problema foi o goleiro Alisson, do Liverpool. Segundo o brasileiro, ninguém ouve os jogadores.
“Ninguém pergunta aos jogadores o que eles pensam sobre adicionar mais jogos, talvez nossa opinião não importe. Mas todo mundo sabe o que pensamos sobre jogar mais. Todos estamos cansados disso”, disse o arqueiro.
Outro ponto do estudo é a longa sequência e o curto intervalo entre as partidas. A entidade, então, trouxe exemplos como Kim Min-Jae, do Bayern, que fez 20 jogos consecutivos durante a temporada. Pedri, do Barcelona, por sua vez, fez 80% das partidas de forma consecutiva.
Por fim, cita as grandes distâncias percorridas. Moisés Caicedo, meio-campo do Chelsea, percorreu 25.0000 quilômetros para jogar quatro partidas em um período de 14 dias. Já Mathew Ryan, goleiro australiano do Levante, e Marko Stamenic, meia neozelandês do Swansea, viajaram mais de 165.000 quilômetros para jogar por clube e seleção na última temporada.
Jogadores devem ter um mínimo de quatro semanas entre as temporadas, sem viagem por clube ou seleção, treino ou compromissos de mídia; Um período mínimo de quatro semanas de recondicionamento antes do início de qualquer competição; Clubes devem providenciar aos jogadores um monitoramento adicional durante as férias; O intervalo mínimo entre as partidas deve ser de dois dias; Um jogador lesionado não deve competir até que seja liberado por um médico da sua equipe; Jogadores devem ter uma folga obrigatória por semana; Toda temporada deve ter um intervalo de uma semana sem jogos pelo clube ou pela seleção, sem treinamento e compromissos de mídia; Um período de descanso deve ser estabelecido após voos longos para os jogadores se recuperarem da fatiga do voo e do jet lag; Um limite de carga deve ser estabelecido para jogadores menores de idade.