MundoBola Flamengo
·30 July 2025
Um ano depois, Flamengo vê frutos e mantém novo modelo na base feminina

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·30 July 2025
Um ano após a decisão de encerrar a categoria sub-17 feminina, o Flamengo vê com bons olhos os efeitos da mudança e segue firme com a nova estratégia implantada em 2024. A medida, tomada às vésperas do Brasileirão da categoria e alvo de críticas de torcedores à época, passou a ser tratada internamente como acerto.
A apuração do MundoBola Flamengo indica que a decisão trouxe ganhos relevantes no processo de formação das atletas. Jogadoras mais novas passaram a treinar com o sub-20, a estrutura de captação foi reforçada e o clube acumulou convocações para seleções de base. Nas avaliações do clube, o entendimento é que o novo modelo acelera o desenvolvimento técnico e físico das atletas sem interferir na competitividade.
O encerramento da categoria aconteceu mesmo com orçamento aprovado, e um ano depois o Flamengo mantém a mesma posição. A categoria sub-17 não será reativada de forma permanente, mas atletas com idade para disputar os torneios seguem integradas ao projeto e podem participar de competições.
O Flamengo decidiu encerrar a categoria sub-17 feminina em julho de 2024 após seguidas tentativas de ampliar o calendário da competição. Segundo apurado pelo MundoBola Flamengo, a diretoria chegou a solicitar mudanças à CBF ainda em 2023, quando o clube foi vice-campeão brasileiro, mas não obteve retorno positivo.
A avaliação interna era de que manter uma estrutura fixa para uma categoria com tão poucas datas, o Brasileirão Sub-17 tem apenas três jogos garantidos na primeira fase, era inviável no planejamento de longo prazo. A partir daí, o clube optou por integrar essas atletas ao sub-20 e reforçar os núcleos de captação.
Com o novo modelo, jogadoras com idade para categorias sub-15 e sub-17 passaram a treinar com o elenco sub-20 do Flamengo. A convivência com atletas mais velhas, segundo relatos internos, tem gerado um impacto direto na intensidade dos treinos e no nível de maturação física e tática das mais jovens.
A direção rubro-negra entende que a diferença de exigência obriga naturalmente uma evolução mais rápida. O salto de nível obriga as atletas mais novas a se adaptarem, e os resultados têm sido considerados positivos.
O número de convocações para as seleções de base reforça, na visão do clube, que a estratégia está funcionando. Desde a reformulação, o Flamengo teve jogadoras chamadas para a seleção sub-15 (Kauane Ribeiro, Letícia Almeida, Maria Eduarda Vitorino e Nicolly Manuel), sub-17 (Kaylane) e sub-20 (Sofia Chaves e Emilly).
As comissões técnicas das seleções dão retornos positivos ao clube sobre a evolução das atletas, o que ajuda a consolida a confiança no modelo. Além disso, o clube garante que as jogadoras rubro-negras também elogiam a dinâmica.
No dia a dia da base, o Flamengo também relata o impacto da presença de jogadoras mais experientes como inspiração para as mais jovens. Em 2024, Mariana Fernandes, revelação do clube e campeã brasileira sub-20 como capitã, era a principal referência. Hoje, a fonte ouvida pelo clube aponta destaque para Ana Luiza, de 19 anos, um dos nomes mais influentes do atual time sub-20.
Isso além da categoria sub-20 permitir uma proximidade muito maior com o profissional, onde o Mengão conta com nomes como Cristiane, a treinadora Rosana Augusto e muitas atletas de peso para o futebol feminino.
Mesmo sem uma categoria formalmente ativa, o Flamengo segue apto a disputar torneios sub-17. Como o calendário da base é enxuto, o clube estuda utilizar jogadoras com idade compatível em competições pontuais, dividindo o planejamento com os compromissos do sub-20.
Ainda não há confirmação de participação no próximo campeonato da categoria, mas a possibilidade segue aberta. Internamente, o entendimento é de que o novo modelo oferece flexibilidade para aproveitar essas competições para otimizar o processo de formação.
Outro pilar importante do projeto é o programa de captação para meninas de 10 a 15 anos. O Flamengo mantém núcleos de desenvolvimento no Rio de Janeiro, onde as atletas treinam regularmente. Algumas dessas jogadoras são observadas por um analista do clube duas vezes por semana.
A meta é manter essas jogadoras em seus núcleos de origem, oferecendo um ambiente competitivo contínuo e mais próximo de casa, com menos exigência logística e financeira. Ao mesmo tempo, o clube garante a observação técnica e oferece oportunidades para as meninas que se destacam.