Varandas mete-se nas eleições do Benfica e ataca Rui Costa | OneFootball

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, decidiu meter-se onde não é chamado: nas eleições do Benfica. Com este ataque, fica claro que Varandas não quer Rui Costa na liderança do clube.

Rui Costa mudou de estratégia porque não aceita mais ver o Benfica ser pisado. Essa mudança não agradou a Varandas, que percebeu que um Benfica forte é um obstáculo ao plano leonino: manter a instabilidade no rival e reforçar o controlo em todas as instâncias do futebol português. Enquanto o Benfica não estabilizar, o Sporting vai tentando solidificar o seu domínio fora das quatro linhas – e é por isso que Varandas dispara agora contra o presidente encarnado.

Curiosamente, faltou-lhe dar troco a João Noronha Lopes, o candidato que já afirmou que “o maior clube de Portugal é o Sporting”, e que tem cartilheiros a trabalhar na sua campanha, alguns deles com passado ligado à Torcida Verde.

Quanto ao “mérito” dentro de campo, basta olhar para o último jogo: arbitragens à medida, escolhidas por Rui Caeiro. Varandas prometeu que falaria quando fosse beneficiado. Pois bem, foi – e ficou calado. Agora prefere comentar… as eleições do Benfica.

O Comunicado

“O presidente do Sporting lidera um clube que é campeão por mérito. Fico a saber no dia do jogo quem é o árbitro. Não escolho árbitros. O Sporting domina o futebol português por mérito dentro de campo”

“Falemos dos comunicados. No ano passado fui criticado por falar de arbitragens, não foi de arbitragens, eu critiquei uma comunicação tóxica, ruidosa, que os nossos rivais fazem, que Benfica faz, continua a fazer. O FC Porto não faz porque está em primeiro. Eu critiquei essas comunicações que condicionam arbitragens, levei 60 dias. Benfica fez um comunicado na final da Taça, parecia que tinha rebentado a III Guerra Mundial.

Faz um novo comunicado antes da Supertaça, a criticar o árbitro Fábio Veríssimo. Final essa que perdemos e eu dei os parabéns ao árbitro. Por cada comunicado destes, o Conselho de Disciplina… é 1000 euros, 1800 euros. Eu critiquei uma comunicação tóxica para os árbitros e levo 60 dias.

O Sporting domina o futebol português por mérito dentro de campo. Vi um espetáculo imperdível na campanha do Benfica, o ex-presidente e candidato parecia que tinha dado uma notícia sobre a previsão do tempo para a semana. Isto o futebol português era assim: ‘eu e o senhor Pinto da Costa sentávamo-nos e decidíamos o futebol português, quem era o presidente da Liga, do Conselho de Arbitragem’.

Ele disse isto e ficou tudo calado, toda a gente achou normal, eu não acho, o Sporting não acha normal. Foram 40 anos de futebol. Quando as pessoas veem o Sporting a lutar por um futebol independente, íntegro, onde o presidente do Sporting não escolhe árbitros. Vou para o dia do jogo sem saber quem é o árbitro, pela saúde dos meus filhos, fico a saber no dia do jogo quem é o árbitro. Mas estes senhores estavam habituados a ser assim.

Reparei que o atual presidente do Benfica disse ‘Devolvi a credibilidade ao Benfica’. Credibilidade desportiva? O Benfica nos últimos dez anos teve sucesso desportivo. Credibilidade financeira? Não, o Benfica sempre teve bons resultados financeiros, uma boa máquina a criar receitas. Sabem qual é a credibilidade que quer dizer? Interpretei: ‘Retomámos à ética, boas práticas’.

Também assisti ao atual presidente do FC Porto, a lançar candidatura a dizer ‘Tem de acabar o clima do medo, o FC Porto precisa de um novo ciclo, um futuro com bons princípios, ética e transparência’. Por isso não é o presidente do Sporting que diz que havia falta de ética e transparência nos rivais, são os atuais presidentes que o dizem. O presidente do Sporting lidera um clube que é campeão por mérito, bicampeão por mérito e vai lutar por um tricampeonato por mérito.”