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·14 August 2025

Veja o que o Fair Play financeiro das duas principais ligas europeia pode ensinar ao Brasil

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O Fair Play financeiro tem ganhado destaque no futebol brasileiro, especialmente diante da situação enfrentada por grandes clubes nacionais como Corinthians, Atlético-MG, Vasco, São Paulo, entre outros. Esse debate se intensificou recentemente com declarações da presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Na Europa, esse tipo de regulação é uma das principais características da administração esportiva.


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Entre as principais ligas internacionais, Premier League e LaLiga são os maiores exemplos de aplicação do Fair Play financeiro. Ambas estabeleceram há anos normas que limitam contratações e salários, condicionando os gastos à arrecadação dos clubes.

Na Premier League, o modelo é conhecido como “Rentabilidade & Sustentabilidade”, já consolidado ao longo do tempo. Ele permite um limite de prejuízo acumulado em três temporadas e impõe um teto para os aportes dos donos dos clubes. Também entram na conta os investimentos em categorias de base e infraestrutura. As punições mais rigorosas incluem a perda de títulos e a exclusão de torneios.

“Na Premier League tem uma regulamentação de melhor do uso do dinheiro. Os clubes se endividam, mas eles não podem se endividar a ponto de ficarem inviáveis. Existe hoje uma regulamentação muito maior no ponto de vista de lucros e responsabilidades, que norteia a Premier League. Não acho que foi isso que transformou a Premier League numa liga modelo, ela já era. Mas isso ajuda. Tem muitos fatores que tornam o Campeonato Inglês o que é, essa competitividade, e o Fair Play e o melhor uso do dinheiro é um fator que não pode ser negligenciado”, analisa Mário Marra, especialista em Premier League da ESPN.

No último ano, a Premier League adotou regras mais rigorosas em relação a patrocínios e outras fontes de receita vinculadas aos proprietários dos clubes. Conhecidas como Regras APT, essas normas visam evitar a manipulação de valores em contratos de patrocínio ligados aos donos das equipes. A implementação dessas medidas foi impulsionada pelo sucesso recente do Manchester City e pela aquisição do Newcastle United por um fundo de investimento da Arábia Saudita.

Já na Espanha, o controle financeiro dos clubes é realizado por meio do chamado “Limite de Custo de Plantel Esportivo” (LCPD), que define o percentual da receita que pode ser destinado à montagem do elenco — geralmente entre 50% e 60%. Para compor esse orçamento, é necessário comprovar a viabilidade das receitas, sendo desconsideradas fontes incertas. Caso as regras sejam violadas, as punições podem incluir perda de pontos, redução no número de jogadores registrados e até rebaixamento, em casos extremos.

Um exemplo notório do impacto dessas regras foi a saída de Lionel Messi do Barcelona, em 2021. Mesmo após aceitar uma redução salarial de cerca de 50% — equivalente a 70 milhões de euros por ano —, o clube ainda não conseguiu atender aos limites financeiros impostos pela LaLiga. Na ocasião, o Barcelona, que sofria os efeitos da pandemia e enfrentava dificuldades para gerar receitas com vendas, viu seu teto orçamentário despencar de mais de 600 milhões de euros para 347 milhões, o que forçou a transferência de Messi para o Paris Saint-Germain.

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