
Arena Rubro-Negra
·6 September 2025
Veja quais são os oito desafios de Rodrigo Chagas no Vitória

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·6 September 2025
Efetivado como treinador principal do Vitória, Rodrigo Chagas assume a missão de conduzir o clube em um dos momentos mais desafiadores da temporada. Identificado com o rubro-negro e respaldado pela torcida, o técnico terá de superar obstáculos em diferentes frentes para garantir estabilidade e resultados na Série A. Confira os principais desafios do novo comandante:
Um dos principais desafios de Rodrigo Chagas é quebrar o jejum de vitórias como visitante. O Vitória ainda não venceu longe do Barradão e soma apenas empates e derrotas, resultado que ajuda a explicar a posição incômoda na tabela. Até o fim do campeonato, o Leão terá oito compromissos fora, sendo cinco deles confrontos diretos contra rivais na luta contra o rebaixamento: Fortaleza, Vasco, Grêmio, Santos e Sport. Somar pontos nessas partidas será decisivo para a permanência na Série A.
O camisa 10 rubro-negro vive uma temporada marcada por lesões. Depois de encerrar 2024 com uma entorse no tornozelo, Matheuzinho iniciou 2025 ainda em recuperação, sofreu uma lesão muscular no início do ano e, mais recentemente, ficou afastado por cinco jogos por causa de uma fascite plantar. No total, soma 29 partidas, 4 gols e 2 assistências — números bem abaixo das 16 participações para gols em 2024.
O retorno aconteceu contra o Atlético/MG, quando entrou durante o jogo. Rodrigo Chagas terá como missão devolver ritmo e confiança ao meia-atacante, que pode ser peça-chave para dar qualidade ao setor criativo do Vitória.
O Vitória trouxe sete reforços na última janela: o goleiro Thiago Couto, o lateral Ramon, o volante Ruben Ismael, os meias Romarinho, Ruben Rodrigues e Aitor Cantalapiedra, além do atacante Renzo López. Até agora, apenas Ramon conquistou a titularidade. Thiago Couto segue na sombra de Lucas Arcanjo, enquanto Ruben Ismael atuou por apenas 15 minutos antes de passar por cirurgia no joelho.
Romarinho chegou cercado de expectativa, estreou como titular contra o São Paulo, mas se lesionou em seguida e deve voltar justamente diante do Fortaleza. Renzo López balançou a rede contra o Sport, vinha sendo usado no segundo tempo, mas também sofreu lesão e retorna contra o Fortaleza. Já Ruben Rodrigues disputou 22 minutos e hoje é a quarta opção no setor de meio-campo.
Quem mais agradou até aqui foi o espanhol Aitor Cantalapiedra: titular nas três partidas desde a chegada, deu assistência na vitória sobre o Juventude e caiu rapidamente nas graças da torcida. Rodrigo Chagas terá como missão extrair o máximo desse grupo, integrando-os de forma equilibrada sem comprometer a espinha dorsal da equipe.
Definir uma equipe titular é um dos maiores desafios de Rodrigo Chagas. A defesa é o setor mais próximo de estar consolidado, com Lucas Arcanjo, Cáceres, Camutanga, Lucas Halter e Ramon formando a linha mais estável do time.
No meio-campo, porém, a disputa segue aberta. Baralhas voltou de lesão já sendo titular contra o Atlético-MG e tende a se manter. Ao seu lado, Willian Oliveira e Dudu brigam pela posição, enquanto Ronald, que vinha jogando com Carille, corre por fora. Pela sua versatilidade, o meio-campista pode até aparecer como opção para a função de camisa 10.
A criação também é um ponto em aberto. Cantalapiedra aproveitou a ausência de Matheuzinho, ganhou elogios nos treinos e pode se fixar na equipe. Romarinho, recuperado, é mais uma alternativa, aumentando a concorrência.
No ataque, Renato Kayzer tem a vaga assegurada como centroavante, mas as pontas ainda geram dúvidas. Osvaldo e Erick são os titulares atuais, porém Rodrigo pode optar por um time mais técnico, escalando Matheuzinho e Cantalapiedra juntos para ganhar qualidade criativa.
Mais do que escolher nomes, o treinador precisará dar identidade ao time e encontrar o equilíbrio entre competitividade e consistência, algo que o Vitória ainda não conseguiu ao longo da temporada.
O apoio das arquibancadas, Rodrigo Chagas já tem. A identificação com o clube e a postura de encarar o momento difícil aproximam o treinador do torcedor rubro-negro. Prova disso foi o público de mais de 28 mil pessoas no Barradão logo após a goleada sofrida para o Flamengo por 8 a 0 — demonstração clara de que a torcida segue ao lado do time.
Mas confiança é diferente de apoio: ela só virá com uma sequência de resultados positivos. O desafio de Rodrigo é transformar esse ambiente de expectativa em convicção, mostrando evolução dentro de campo e capacidade para conduzir o Vitória em uma Série A marcada por pressão constante.
Rodrigo Chagas conhece o Vitória como poucos, mas encara sua primeira oportunidade como treinador principal na Série A. Embora tenha sido campeão brasileiro como jogador pelo Corinthians em 1998, sua experiência no comando ainda não inclui a elite nacional. A passagem mais próxima foi em 2020, quando dirigiu o Vitória na Série B a partir da 24ª rodada e conseguiu livrar o time do rebaixamento, fechando a competição na 14ª colocação.
Para compensar essa lacuna, o clube apostou em uma comissão com bagagem na elite, como o auxiliar Cleber dos Santos e o preparador físico Juninho Nogueira. Ainda assim, Rodrigo terá de provar sua capacidade diante de um campeonato implacável, onde cada detalhe pesa e a pressão por resultados é imediata.
Antes de assumir o time principal, Rodrigo Chagas era o treinador do Sub-20 e conhece de perto o potencial das categorias inferiores do Vitória. Já no seu início à frente da equipe, promoveu o lateral Paulo Roberto, que estreou contra o Atlético-MG, e vê no elenco atual jovens como Lucas Lohan, Andrei e Edenilson já integrados ao grupo profissional.
Na coletiva após o duelo com o Atlético-MG, o treinador também citou o meia Alejandro Almaraz, o atacante Alexsandro Faísca e o zagueiro Luis Fabiano como nomes que podem ganhar espaço. Além disso, observa de perto talentos do Sub-17, como Wendell, de 16 anos, e Cauan Henrique, de 17.
O desafio de Rodrigo será administrar a necessidade imediata de resultados na Série A com a oportunidade de dar rodagem a promessas que podem se tornar ativos valiosos para o clube, reforçando a tradição rubro-negra de revelar jogadores.
A defesa do Vitória segue como um dos pontos mais frágeis da campanha. No Brasileirão, já foram 32 gols sofridos em 22 rodadas, média de quase 1,5 por partida. O cenário ficou ainda mais preocupante após a pausa para a disputa do Super Mundial: em apenas 10 jogos nesse recorte, o time levou 18 gols, o que eleva a média para 1,8 por jogo.
Mesmo com jogadores experientes, os problemas de marcação, recomposição e posicionamento seguem evidentes. A linha formada por Lucas Arcanjo, Cáceres, Camutanga, Lucas Halter e Ramon precisa de mais solidez para suportar a maratona da reta final. Rodrigo Chagas terá como prioridade reorganizar o sistema defensivo, pois sem diminuir o número de gols sofridos, a luta pela permanência na Série A se torna ainda mais complicada.
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