Villas-Boas quer “estabelecer um limite de três mandatos” no FC Porto | OneFootball

Villas-Boas quer “estabelecer um limite de três mandatos” no FC Porto | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Portal dos Dragões

Portal dos Dragões

·1 August 2025

Villas-Boas quer “estabelecer um limite de três mandatos” no FC Porto

Article image:Villas-Boas quer “estabelecer um limite de três mandatos” no FC Porto

André Villas-Boas participou na Columbia Business School durante o Mundial de Clubes, onde partilhou a sua experiência como presidente do FC Porto, em uma conversa agora disponível.

«Sempre tive a sensação de que estava destinado a liderar o clube da minha cidade, o FC Porto. Optei por me candidatar às eleições contra um presidente de grande destaque, o Pinto da Costa, que esteve na presidência durante 41 anos. Acabei por vencer as eleições. Assumi grandes responsabilidades, de facto, e estamos a esforçar-nos por levar o clube a novos patamares, não só em termos desportivos, mas também financeiros, estruturais e operacionais. Esperamos dar passos que nos conduzam a um sucesso ainda maior nos próximos anos», afirmou Villas-Boas, acompanhado por Michele Montesi, o Chief Strategy Officer do FC Porto.


OneFootball Videos


«Algumas das ações que realizámos foram cruciais para o clube»

Respondendo às incertezas dos norte-americanos sobre a saída do antigo presidente, que esteve 40 anos à frente do clube, Villas-Boas elucidou os motivos que o levaram a candidatar-se.

«Foi um período muito delicado para o clube. (…) Falamos de uma figura [Pinto da Costa] que revolucionou o FC Porto e o tornou na grande instituição que é hoje. Conquistámos duas Ligas dos Campeões, duas Taças UEFA e um número impressionante de troféus nacionais, não só no futebol, mas também em basquetebol, andebol e hóquei em patins. Somos um clube eclético. Contudo, percebi que era necessário reestruturar o clube, que estava a enfrentar uma grave crise financeira. Senti que era o momento de modernizá-lo, elevá-lo a um novo patamar e continuar a expansão internacional, sempre com o objetivo de vencer, claro, e de formar uma equipa competitiva», destacou, acrescentando que a situação financeira do clube melhorou.

«O FC Porto não é campeão nacional há três anos e estamos a trabalhar para reconstruir a equipa para a nova temporada. Finalmente, temos agora a capacidade financeira para investir no mercado, uma vez que resolvemos a maior parte das questões financeiras do clube. Algumas das ações que realizámos foram cruciais para a sua sobrevivência e para que continuássemos a ser um clube de sócios. Caso contrário, teríamos que considerar a sua venda a um fundo de investimento ou a um investidor privado», enfatizou.

«Quando entrei, a situação era grave, com apenas 8 mil euros em todas as contas e um prazo de duas semanas para saldar 12 milhões de euros. Conseguimos 15 milhões através de empréstimos e papéis comerciais, o que salvou as nossas operações na altura e nos permitiu investir um pouco na equipa.»

«Desejamos estabelecer um limite de três mandatos»

O presidente do FC Porto também comentou sobre a limitação de mandatos e expressou o desejo de alterar os estatutos do clube, para que um presidente só possa permanecer no cargo durante um máximo de três mandatos de quatro anos cada.

«Somos um clube de sócios, e os sócios elegem o presidente a cada quatro anos. Atualmente, não há limite de mandatos, e para que isso aconteça, teríamos de levar a questão a Assembleia Geral e alterar os estatutos. É uma alteração que queremos implementar para estabelecer um limite de três mandatos, ou seja, 12 anos no total, o que é uma prática comum em qualquer ambiente político saudável. É um desafio que temos pela frente e, para que aconteça, a alteração tem de ser aprovada em Assembleia Geral. Mudar os estatutos é sempre um assunto muito delicado.»

«As pessoas confiam muito na minha intuição»

Relativamente às suas decisões sobre os treinadores, Villas-Boas destacou a relevância dos que trabalham com jovens, como foi o caso de Martín Anselmi, na altura.

«É uma questão muito complexa. A experiência que se adquire no desporto permite que se confie nas decisões que se tomam. Sempre fui muito emotivo e intuitivo. Procuro equilibrar isso com a minha parte racional. As pessoas confiam muito na minha intuição. Através de um plano estratégico, tentamos tomar as melhores decisões, especialmente a nível operacional. O desporto em si é muito desafiador. Muitas decisões devem ser tomadas em frações de segundos. A escolha de um treinador, no entanto, deve ser baseada no desenvolvimento de talento e na capacidade de trabalhar com recursos limitados, mas ainda assim conquistar troféus. (…) Muitas das decisões que tomo são fundamentadas na racionalidade, intuição e na experiência que acumulei», afirmou.

View publisher imprint