Vitinha entrou na discussão pela Bola d’Ouro: “Tem toda a legitimidade” | OneFootball

Um confronto ibérico é sempre excitante, mas o que ocorrerá amanhã, além de envolver um troféu, traz consigo um leque de outros fatores de interesse. Por vezes, de forma injusta ou ingrata, mas sempre inevitável, a discussão sobre prémios individuais num desporto de equipa surge no camarote do Allianz Arena, onde estarão presentes alguns dos melhores atletas do mundo, com destaque para dois: Lamine Yamal, jovem do Barcelona que conquistou números impressionantes para a sua idade, ainda mais notáveis para quem apenas tem 17 anos; e Vitinha, o maestro da notável equipa do PSG, que começou a ser considerado para a Bola de Ouro com a mesma subtileza que emprega para fazer a sua equipa dominar o jogo, independentemente do adversário.

Como parte dos votos para o prémio, que incluem a opinião de jornalistas, O JOGO conversou com quatro jornalistas de diferentes continentes, e todos concordam que Vitinha merece ser considerado. “Acho que o Rodri demonstrou que a Bola de Ouro não precisa ser apenas para um avançado, não se trata apenas de golos e assistências. E, se olharmos para além disso, o Vitinha tem toda a legitimidade. Seria a minha escolha, mas creio que o prémio vai para o Yamal”, opina Wael Jabir, um jornalista da Arábia Saudita, que acrescenta que o médio “ganharia ainda mais força se Portugal conquistasse a Liga das Nações”. Nima Roodsari, que cobre o futebol em Itália, não tem dúvidas de que o prémio “deve ser atribuído a alguém do PSG”. “Se falarmos do melhor futebolista do mundo nos últimos 12 meses, tem de ser o Vitinha. O jogador mais crucial da equipa”, afirma o jornalista iraniano, que acredita que “este prémio não é sério”. “É um prémio político para o jogador mais popular. Sneijder e Lewandowski deveriam ter ganho e não o fizeram, por isso, creio que vai para o Yamal. É o melhor adolescente desde o Pelé, nunca vi um jovem com esta maturidade, inteligência, técnica, físico e velocidade. Faz tudo parecer simples, mas não merece a Bola de Ouro”, defende Nima.

Neste cenário, Yamal, que contabiliza 21 golos e 22 assistências entre o clube e a selecção, terá como adversário Nuno Mendes, outro jogador em excelente forma e companheiro de Vitinha, que, tudo indica, voltará a ser titular e jogará em áreas próximas a Pedri, o cérebro do Barcelona. Dois atletas que, por pouco, não se defrontaram na final da Liga dos Campeões, onde o jogador formado no FC Porto recebeu grandes elogios de Thierry Henry e finalizou com 1294 passes completos, a apenas cinco do recorde de Xavi. “Poderia citar muitos exemplos, mas destaco a sua exibição contra o Arsenal, que foi simplesmente extraordinária”, recorda Amine El Amri, de Marrocos, que acredita que “Vitinha tem tudo, desde a intensidade à inteligência. Conduziu o PSG a um triplete histórico”. Assim como Nima, Amine vê a Bola de Ouro com um toque de “injustiça” e confessa que, se tivesse de escolher, atribuiria o prémio a Hakimi, do PSG: “Mas todos sabemos que a Bola de Ouro tende a ser mais para jogadores ofensivos. Considerando isso, atribuiria a Yamal, que é a personificação de um jogador talentoso e sereno”.

Do outro lado do Atlântico, Roberto Rojas, nos EUA, vê Vitinha e Yamal “facilmente na discussão para o melhor do mundo” e atribui alguma relevância à final da Liga das Nações. “Vitinha é um dos melhores médios do mundo. Os jogadores ofensivos, carismáticos como o Yamal, terão sempre mais destaque, mas não podemos desvalorizar o quão impressionante Vitinha foi esta época”, afirma o jornalista da ESPN, que tem Ousmane Dembélé como o favorito ao prémio. “Seja quem for, será merecido, o que não se via há muito na Bola de Ouro!”, conclui.