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·2 December 2025

W52-FC Porto: leitura do acórdão da operação “Prova Limpa” foi adiada

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A leitura do acórdão do processo ‘Prova Limpa’, que envolve 26 arguidos – entre os quais ex-ciclistas da W52 Quintanilha – foi adiada esta terça-feira.

O adiamento ocorreu devido à alteração da qualificação jurídica dos crimes: a eventual pena de interdição do exercício de atividades aplicada à Associação Calvário e Várzea – Clube de Ciclismo terá de ser publicitada, conforme indicado em audiência pelo juiz presidente.


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Perante essa requalificação, a defesa da associação pronunciou-se, anunciou intenção de recorrer e pediu prazo para apresentar a respetiva contestação. A leitura do acórdão foi remarcada para 12 de dezembro, às 14:00.

Em maio, o Ministério Público (MP) requereu penas suspensas para os arguidos, condicionadas à indemnização à Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), sustentando que ficaram provados “todos os factos e todos os crimes” constantes na acusação.

No dia 24 de abril de 2022, durante o Grande Prémio O Jogo, a Polícia Judiciária realizou “várias dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias em diversas regiões do território nacional”, envolvendo cerca de 120 elementos e incidindo maioritariamente sobre as residências de ciclistas e dirigentes da W52-FC Porto.

Na operação ‘Prova Limpa’ foram apreendidas centenas de seringas e agulhas de diversos tipos, material de transfusão ou bolsas com vestígios hemáticos, bem como substâncias dopantes como betametasona, somatropina, menotropina, TB 500, insulina e Aicar, entre outras.

Dos 26 arguidos, todos respondem por tráfico de substâncias e métodos proibidos, enquanto apenas 14 são acusados de administração de substâncias e métodos proibidos.

Entre os arguidos figuram Adriano Teixeira de Sousa, conhecido por Adriano Quintanilha, a Associação Calvário Várzea Clube De Ciclismo – o clube na origem da equipa – o então diretor desportivo Nuno Ribeiro e o seu ‘adjunto’ José Rodrigues.

Nas alegações finais do julgamento, iniciado em fevereiro de 2024, o procurador atribuiu diferentes graus de responsabilidade e considerou Quintanilha, Ribeiro e Hugo Veloso, contabilista da equipa, como “os principais mentores e responsáveis” pelo esquema de doping na W52-FC Porto.

Em tribunal, o ex-diretor desportivo e o líder da equipa apresentaram versões contraditórias: Ribeiro assumiu a existência de doping, alegando que era financiado e incentivado por Adriano Quintanilha, “mestre da manipulação, que queria ganhar a todo o custo”.

O vencedor da Volta a Portugal de 2003 declarou que Quintanilha financiava o doping, entregando dinheiro aos ciclistas para comprarem produtos ilícitos, acusação que o proprietário da W52-FC Porto negou.

O procurador reconheceu a dificuldade em quantificar as penas a aplicar – entre os arguidos estão farmacêuticos que, segundo o Ministério Público, ‘forneciam’ as substâncias dopantes – e defendeu que, apesar da gravidade, por serem primários, não deverão cumprir pena efetiva.

São julgados por tráfico de substâncias e métodos proibidos ex-ciclistas como João Rodrigues, Rui Vinhas, Ricardo Mestre, Samuel Caldeira, Daniel Mestre, José Neves, Ricardo Vilela, Joni Brandão, José Gonçalves e Jorge Magalhães, assim como Daniel Freitas, que representou a equipa entre 2016 e 2018.

A W52-FC Porto foi a principal equipa do pelotão nacional, vencendo consecutivamente a Volta a Portugal entre 2016 e 2021. Contudo, as edições de 2017 e 2018, ganhas por Raúl Alarcón, e a de 2021, conquistada por Amaro Antunes, ficaram posteriormente sem vencedor devido às suspensões por doping impostas aos dois ex-ciclistas por anomalias no passaporte biológico.

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