Calciopédia
·5 de noviembre de 2025
A Inter sofreu contra o Kairat, mas manteve campanha perfeita na Liga dos Campeões

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As goleadas que se desenham no papel nem sempre ganham corpo no gramado. Que o diga a Inter, que, apesar do favoritismo esmagador e de um início dominante na quarta rodada da Champions League, precisou suar muito mais do que esperava para vencer o estreante Kairat por 2 a 1, em uma noite de desempenho irregular no Giuseppe Meazza. Ainda assim, o resultado teve peso histórico: pela primeira vez em sua história, a equipe venceu as quatro primeiras partidas em uma edição da competição e se juntou a Arsenal e Bayern de Munique como únicos participantes com 100% de aproveitamento no torneio da atual temporada.
O treinador Cristian Chivu, ciente da sequência intensa de compromissos, optou por um rodízio inteligente. Deu descanso a Akanji, Bastoni e Çalhanoglu, promovendo as entradas de Bisseck, Carlos Augusto e Zielinski. Também apostou em De Vrij, Frattesi e Esposito, dando minutos preciosos a quem briga por espaço no elenco estrelado – dessa vez, Acerbi, Sucic e Bonny ficaram no banco. O Kairat, do Cazaquistão, estava ciente de sua inferioridade técnica e recuou desde o apito inicial, enquanto a Inter armava um cerco metódico, mas nem sempre lúcido.
Logo aos 10, Dimarco tabelou com Lautaro e soltou uma bomba que obrigou Anarbekov a espalmar. No rebote, o argentino chutou de primeira, e Shirobokov salvou de cabeça em cima da linha. Dois minutos depois, Carlos Augusto cobrou um lateral na área, Sorokin falhou e Lautaro tentou completar de carrinho, parando novamente no goleiro. Esposito ainda buscou o rebote, mas acabou bloqueado por seu próprio companheiro de ataque, que foi acertado pela bola.
Pouco lúcido, Frattesi foi um retrato de uma Inter opaca contra o Kairat (Getty)
A pressão seguiu. Zielinski cruzou rasteiro da esquerda aos 14, e Lautaro, de chapa, mandou rente à trave. Aos 16, a Inter reclamou pênalti em Frattesi, que caiu na área, mas o árbitro português Luís Godinho mandou seguir. Pouco depois, o apitador assinalou penalidade em disputa entre Bisseck e Arad, mas o VAR recomendou a revisão. O lusitano foi convencido de que o o zagueiro alemão buscara o contato e cancelou a infração. Em seguida, Frattesi teve ótima oportunidade, mas hesitou na hora de cruzar, desabou sozinho e deixou os companheiros chateados. Os lances foram retratos de uma Inter ansiosa, precipitada e incapaz de traduzir sua superioridade em vantagem.
O Kairat, percebendo o nervosismo dos donos da casa, arriscou um contra-ataque aos 28 minutos. O brasileiro Edmilson subiu mais alto no segundo pau, obrigando Sommer a sair do gol e evitar o desvio de Sorokin em cima da linha. Foi o primeiro susto real sofrido pela Inter, que perdeu intensidade após o lance.
Aos 43, o jovem Satpayev, talento de 17 anos já vendido ao Chelsea, que o receberá em 2026, arriscou de fora e, com desvio em De Vrij, acertou o travessão. O susto acordou San Siro – e a Inter. No lance seguinte, o canhoto Dimarco avançou pela direita para receber um lindo passe em profundidade de Zielinski e cruzou forte demais. No entanto, Dumfries, invertido no lado oposto, levantou novamente para a área. Esposito brigou, Lautaro insistiu duas vezes e, na segunda tentativa, mandou para as redes.
Insistente, Lautaro abriu o placar e galgou degraus na história da Inter e da Champions League (Getty)
O capitão nerazzurro não voltaria para o gramado, poupado por Chivu. Substituído no intervalo por Bonny, Lautaro deixava o campo com dois recordes de prestígio. El Toro igualou Sandro Mazzola como quarto maior artilheiro da história da Inter, com 161 gols, e tornou-se o terceiro argentino com mais tentos na Champions League (25), atrás apenas de Agüero (41) e Messi (129).
A etapa final começou com o mesmo roteiro: pressão alta e pouca eficiência. Aos 48, Esposito arriscou de fora da área e exigiu boa defesa de Anarbekov; no rebote, Carlos Augusto isolou. E o castigo veio rápido: aos 55, após escanteio vindo da esquerda, a defesa da Inter cochilou numa bola espirrada, Dumfries não fechou seu espaço, e o israelense Arad apareceu livre para empatar de cabeça.
O empate fez a torcida murmurar, e o nervosismo voltou. Esposito quase respondeu de imediato, mas, por centímetros, não alcançou cruzamento de Dimarco. Aos 66, Bonny armou linda jogada e deixou o próprio Esposito cara a cara, mas o goleiro cazaque fez nova intervenção. Na sequência, Sucic testou para o gol, e novamente o arqueiro salvou os cazaques.
Um tirambaço de Carlos Augusto tirou a Inter do sufoco em San Siro (Getty)
Até que, aos 67, veio o alívio. Esposito fez o pivô e deixou para Carlos Augusto, que emendou uma bomba indefensável, ao estilo Çalhanoglu, devolvendo a liderança à Inter. O gol deu tranquilidade e permitiu a Chivu mexer com calma. Entre as substituições, destaque para o retorno de Thuram, recuperado de lesão muscular sofrida contra o Slavia Praga um mês antes.
Em busca de saldo, a Inter ainda tentou ampliar. Aos 72 minutos, Dumfries efetuou um cruzamento fechado e forte, que morreria no gol se Anarbekov não espalmasse para longe. Mais tarde, Thuram – ainda que sem ritmo – quase marcou de cabeça aos 83, após escanteio de Dimarco, mandando por pouco para fora. Já o Kairat, exausto, não teve forças para reagir. A Beneamata, embora distante de seu melhor futebol, garantiu mais três pontos e o feito histórico já citado.
Agora, o desafio será ainda maior: na próxima rodada, a Beneamata – terceira colocada, com um gol de saldo a menos que Bayern e Arsenal – visita o Atlético de Madrid de Diego Simeone, ídolo nerazzurro, em um duelo que pode encaminhar a sua classificação para o mata-mata da Champions League. Com seis pontos, os espanhóis buscam a recuperação no torneio. Já o valente Kairat, que somou apenas um ponto até aqui, tentará a primeira vitória fora de casa contra o Kobenhavn, na Dinamarca.









































