Abel comenta vaia de torcedores do Fluminense em partida contra Palmeiras: ‘Isso não é futebol’ | OneFootball

O Palmeiras venceu o Fluminense por 2 a 1 na noite desta quarta-feira (23) no Maracanã, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. Maurício e Vitor Roque marcaram para o Verdão, enquanto Gernán Cano, de pênalti, fez para o Fluminense.

Com o resultado, o time palestrino vai para a terceira colocação e vê a vantagem para o líder Cruzeiro diminuir dois pontos – a Raposa empatou com o Corinthians. Agora, a vantagem é de cinco pontos, 34 para os mineiros e 29 para o Verdão , mas o Palmeiras soma duas partidas a menos. O Flamengo é o vice-líder com 30.

Após a partida, Abel Ferreira prestou coletiva para imprensa e disse sobre o momento de Vitor Roque, torcida do Fluminense e calendário do futebol brasileiro.

Sobre Vitor Roque

-Pra ser jogador nesse país e aguentar as críticas, ainda mais com jogadores de 20 anos sendo chamados de bagre… é ódio. Isso deixa marcas emocionais nos jogadores. A gente tá falando de um atleta que já mostrou que é capaz. Que está sentado como eu. É fácil julgar e criticar. Julgar e criticar faz parte. Estar jogando mal faz parte. Mas o problema é como isso é feito.

-O único mérito que eu tive foi confiar no trabalho dele. Mas tenha certeza que os nossos capitães fizeram o que tinham que fazer. Nosso estafe, nossa diretoria… todo mundo. Como aqui é 8 ou 80, vão chamar ele de Pelé, mas ele continua sendo o mesmo Roque. – disse.

Confronto de Copa do Mundo?

-Olha, a torcida do Fluminense que me perdoe, mas é uma opinião pessoal. Eu fico muito triste, desiludido e muito reflexivo. O Fluminense foi a equipe que melhor representou o futebol brasileiro no Mundial. Foi recebido por seus torcedores quando chegou no aeroporto… E eu fico muito triste, mesmo que a gente tenha ganhado, em ver a torcida vaiando esses jogadores que tanto orgulho deram ao clube.

-Sem contar que perderam o melhor jogador. A maior função de um torcedor é apoiar. Eu não sou advogado de ninguém. Se fosse no Palmeiras, eu faria a mesma coisa. Só não gosto de gente no futebol que tem memória curta. Há 15 dias estavam na semifinal da Copa do Mundo, e hoje saem vaiados. Isso não é futebol. Me desculpa. Eu vi comentaristas dizendo que era o pior Chelsea da história. Eu ouvi. – comentou.

Sobre o calendário e desempenho

-Vocês sabem, são jogos intensos, finais. Nós tivemos duas, eles três. Eles não ganharam só prestígio, ganharam muito dinheiro também. Isso exige uma carga mental absurda. E ainda perderam o melhor jogador. É o que é. É a realidade. Eu acredito que o Fluminense está pagando agora o que pagou na Copa do Mundo.

-Lá, você tem dois, três dias de descanso. Aqui não tem. É uma vergonha. É a primeira vez que eu jogo no Maracanã com o gramado meia-boca. Primeira vez. Eu não estou defendendo ninguém. Só estou dando a minha opinião sobre o tempo de descanso.

-Tivemos mais uma lesão hoje. Isso é o que acontece com jogos de dois em dois dias. O Sosa chegou há uma semana. Não é assim: mete que ele joga. Não é isso. Daqui a dois dias estamos jogando de novo. É preciso ter um pouco de sorte. Mas aqui o que interessa é ganhar. Ninguém quer saber de nada. E na semana seguinte a gente vai ganhar e vão dizer que somos os melhores. – comentou.

Sobre críticas e opiniões

-Tem amigos seus que dizem que o treinador do Palmeiras não entende nada, que é fraco. Mas são só opiniões. Tu tem a tua, eles têm a deles. Às vezes fazem isso até de propósito. Temos uma equipe jovem, uma equipe de futuro, com muita margem para melhorar.

-Vão dizer que somos os melhores, depois que somos os piores, e assim por diante. A gente tem que tapar os ouvidos e os olhos pra críticas que são ofensivas. E isso é triste. A liberdade acaba quando a gente começa a tocar na do outro. Temos que continuar com foco, com trabalho, e ajudar os jogadores a crescer. – encerrou o treinador.

E AGORA?

O Palmeiras volta a campo pelo Brasileirão no sábado (26) para enfrentar o Grêmio, às 21h (de Brasília), no Allianz Parque.

Próximos jogos do Palmeiras