Análise Tática - Flamengo 1x1 Vasco: estratégia não dá certo e acirra briga pela liderança | OneFootball

A atuação do Flamengo no empate em 1 a 1 com o Vasco, no último domingo (21), no Maracanã, pode ser resumida pela frustração de uma estratégia que prometeu muito e entregou pouco. A aposta do técnico Filipe Luís foi um time recheado de reservas, com a justificativa de poupar por desgaste. O objetivo era pressionar a saída de bola adversária e explorar a velocidade nas costas da defesa.

Na prática, nenhuma das duas propostas funcionou como o esperado. Sem seis de seus principais titulares (Léo Pereira, Varela, De la Cruz, Arrascaeta, Samuel Lino e Pedro), o Rubro-Negro sofreu com a falta de entrosamento.

A ideia de ter Bruno Henrique como um "falso 9", com Plata e Cebolinha abertos, visava sufocar a construção vascaína desde o início. A estratégia pareceu funcionar nos primeiros 20 minutos, quando o Flamengo dominou a posse de bola e abriu o placar com Carrascal, em uma das duas chances claras que criou no período.

No entanto, a pressão alta não se sustentou. O Vasco rapidamente ajustou sua saída e, em apenas dez minutos, não só igualou o placar, como também equilibrou as ações, o número de finalizações e as chances claras de gol. O time de São Januário terminou o primeiro tempo visivelmente mais confortável em campo, enquanto o Flamengo mais corria atrás da bola do que a controlava.

Titulares do Flamengo elevam o nível

A expectativa era por correções no intervalo, mas Filipe Luís optou por retornar com a mesma formação. A mudança de postura do Flamengo só veio a partir dos 10 minutos da segunda etapa, com a entrada gradual da "cavalaria" titular. As entradas de Samuel Lino, Arrascaeta e Pedro alteraram o cenário da partida.

Com seus principais articuladores em campo, o Rubro-Negro voltou a criar e empurrou o Vasco para seu campo de defesa. Luiz Araújo, que entrou aos 31 minutos, também contribuiu para a melhora ofensiva.

O Flamengo terminou o jogo com um volume superior, acumulando 62% de posse de bola e 14 finalizações contra 11 do rival, mas a falta de capricho foi decisiva.

Apesar de ter sofrido apenas dois chutes na etapa final, ambos defendidos sem maiores dificuldades por Rossi, o Flamengo desperdiçou ao menos cinco oportunidades claras para sair com a vitória.

A mais notável veio nos pés de Pedro, que, completamente livre na pequena área, isolou a bola cara a cara com o goleiro Léo Jardim já nos minutos finais. Saúl também acertou o travessão em um chute de fora da área.

As estatísticas finais mostram um time que, apesar da performance irregular, criou mais chances para vencer (4 grandes chances contra 1 do Vasco). O empate, pelo que o Flamengo não jogou durante a maior parte do tempo, não chega a ser injusto. Contudo, as vaias de parte da torcida ao apito final se justificam pelo volume de gols perdidos que custaram dois pontos na briga pelo título.

A escalação alternativa, embora taticamente frustrada no clássico, reflete a prioridade do clube na semana: o confronto decisivo contra o Estudiantes, na Argentina, pelas quartas de final da Libertadores.

O tropeço no Brasileirão, que permitiu a aproximação de Cruzeiro e Palmeiras, se torna o custo calculado de uma aposta que agora concentra todas as suas fichas na competição continental.

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