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·31 de marzo de 2025
André Villas-Boas: «O futebol português está gravemente doente»

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·31 de marzo de 2025
Esta segunda-feira, na cerimónia de aniversário dos 111 anos da Federação Portuguesa de Futebol, André Villas-Boas comentou os desacatos atuais entre Fernando Gomes e Pedro Proença, bem como a «paz podre» entre os três grandes.
Análise geral: «De registar que o futebol português está gravemente doente e que nos andamos a enganar uns aos outros há bastante tempo. Não bastam as recentes questões entre o ex-presidente da FPF e o atual, como também há um certo desalinhamento entre os três grandes e o facto de continuarmos a adiar questões como a centralização dos direitos, o VAR, a tecnologia no futebol português...»
Balanço do primeiro ano de presidência: «Estou a aproximar-me de um ano de presidência e tentei lançar-me, também, com o intuito de renovar o ar do futebol português, de sentar-me à mesa com os restantes grandes e trazer um pouco de alinhamento estratégico futuro e a realidade é que, lamentavelmente, passado um ano, as coisas continuam a caminhar num mau sentido.»
Atualidade do futebol português: «Explode um desalinhamento evidente que já se vinha a sentir entre dois grandes presidentes: um que era presidente da Liga e outro desta Federação, se calhar, o presidente mais importante desta Federação, porque atingiu resultados históricos na mesma. Constata-se que vivemos numa paz podre há muitos anos. Quero relembrar que estamos sob a ameaça do futebol belga, o melhor ano dos Países Baixos em termos de coefeciente... A realidade é que, se calhar, em breve, estamos destinados à UEFA Conference League, que é o que merecemos.»
Conclusão e objetivos futuros: «Portanto, tudo lamentável. Conflitos de poder que deviam ser evitados em toda a linha. É fundamental para o futebol português recuperar. Gostamos destes eventos, sentimos o prestígio dos mesmos e somos um país único a nível de jogadores talentosos, treinadores, agentes, mas tardamos em sair desta zona de conflito, onde ninguém sai valorizado. Uma tristeza enorme, que as coisas se resolvam. Que haja um bom entendimento, porque Portugal tem um papel estratégico no futebol europeu e não há dúvida nenhuma que tem de estar colocado nas maiores instâncias do futebol internacional.»
Presente da Liga: «Temos algumas divergências relativamente ao posicionamento do novo presidente da Liga. Estive presente em duas cimeiras do presidente e posso confessar que se discutiu zero do futebol português. Lancei um tema que achei relevante: os candidatos submeterem-se a perguntas por parte dos clubes relativamente aos programas; já lancei o tema do VAR e estou disponível para ajudar o futebol português. Obviamente, sou portista, defendo as cores do FC Porto, cada um defende as suas, mas não defender o futebol português parece-me conversa de recreio e uma patetice absoluta.»