Calciopédia
·30 de enero de 2025
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·30 de enero de 2025
Terminou a primeira etapa da nova Champions League para a Juventus. Apesar de estar classificada para os playoffs desde a rodada anterior, as boas notícias ficaram restritas ao início da competição. Mesmo com um bom e esperançoso lampejo contra o Manchester City, dali para frente, foi só para trás. Nesta última rodada da fase de liga do torneio europeu, a equipe de Thiago Motta recebeu o pressionado Benfica, em Turim, e o retrospecto favorável dos encarnados se confirmou mais uma vez: vitória por 2 a 0 para os visitantes, acompanhada de muitas e justíssimas vaias da torcida bianconera.
Graças ao novo formato da competição, com todos os jogos disputados no mesmo dia e horário, a quarta-feira, 29 de janeiro, reservou uma rodada final intensa, ainda que houvesse um mata-mata pela frente. Para a Juventus, a semana foi conturbada, marcada pela saída do capitão e pilar da última temporada, Danilo, e pelas chegadas de Alberto Costa e Renato Veiga. Diante desse cenário e da exibição decepcionante contra o Napoli, que sepultou qualquer possibilidade de disputar o scudetto, Thiago Motta chegou para a última rodada pressionado, necessitando apresentar um desempenho convincente.
O histórico do confronto já era amplamente favorável ao Benfica. Em 10 partidas, os portugueses saíram vitoriosos em sete ocasiões – considerando o triunfo desta quarta. A única vez que a Juventus superou seu algoz continental foi em 1992-93, na campanha que culminou no seu terceiro título da Copa Uefa.
Já classificada, mas distante de uma vaga entre os oito primeiros e com poucas opções no elenco, Motta promoveu mudanças na equipe. Sem Cambiaso, lesionado, a Juventus entrou em campo sem laterais de ofício: McKennie, capitão pela primeira vez, foi deslocado para a esquerda, enquanto Weah atuou pela direita. No meio-campo, Douglas Luiz teve mais minutos ao lado de Thuram. Além disso, vale citar os retornos de Conceição e Vlahovic ao time titular.
Logo no primeiro lance do jogo, aos 30 segundos, Di María, de volta a Turim como adversário, escapou pela direita, deixando McKennie para trás e cruzando para Pavlidis, que desviou por pouco. A Juventus respondeu no minuto seguinte, quando Conceição cruzou para o segundo poste, encontrando Mbangula. O jovem atacante cabeceou sem muita precisão, e Trubin, atento, defendeu, evitando a abertura do placar. A postura inicial da Velha Senhora indicava uma estratégia agressiva, com marcação alta para pressionar a saída de bola do Benfica.
Entretanto, os problemas começaram cedo para os bianconeri. Aos 12 minutos, Kalulu sentiu um desconforto físico, obrigando Thiago Motta a preparar uma substituição prematura. Enquanto o zagueiro francês deixava o gramado, o Benfica conquistou um escanteio perigoso, e a Juventus ficou temporariamente com 10 jogadores. Aos 16 minutos, Locatelli entrou no lugar de Kalulu, improvisando na defesa.
O Benfica soube explorar a situação. Apenas dois minutos após a substituição, Bah dominou dentro da área juventina e serviu Pavlidis, que finalizou com precisão para abrir o placar. A Juventus, ainda tentando se reorganizar após a perda de Kalulu, sofreu com a velocidade e a eficiência ofensiva dos visitantes.
A lesão de Kalulu, ainda no início do confronto, não ajudou a Juventus a lidar com sua freguesia contra o Benfica (Getty)
Com a desvantagem, a equipe italiana tentou reagir, só que teve dificuldades para manter a posse e construir jogadas mais incisivas. Aos 27 minutos, Weah teve uma boa oportunidade, após Trubin sair mal do gol em um escanteio, mas não conseguiu aproveitar. A defesa encarnada, comandada por Otamendi, se manteve compacta e bem posicionada.
Nos minutos finais da primeira etapa, a Juventus aumentou a intensidade no ataque. Aos 42 minutos, Pavlidis quase ampliou o placar após mais um cruzamento de Kökçü, mas Perin salvou a equipe com uma grande defesa. A principal alternativa ofensiva dos bianconeri era Conceição, porém o português enfrentava dificuldades contra a marcação dupla imposta pela defesa adversária.
Nos acréscimos, uma nova falha defensiva quase custou caro. Locatelli e Gatti não se entenderam, e Pavlidis aproveitou a indecisão para se infiltrar, obrigando Perin a outra defesa crucial. O primeiro tempo terminou com o Benfica em vantagem e a Juventus em uma situação delicada, precisando se reorganizar defensivamente e encontrar alternativas ofensivas para superar a zaga encarnada.
A segunda etapa começou sem mudanças, mas a Juventus sabia da necessidade de buscar o empate. Logo nos minutos iniciais, os portugueses seguiram explorando sua qualidade no passe, e Kökçü encontrou Pavlidis mais uma vez em profundidade. O atacante grego se movimentou bem entre os defensores juventinos. Entretanto, Weah conseguiu neutralizar a jogada antes que se tornasse mais perigosa.
A Juventus tentava aumentar a pressão no campo ofensivo, só que esbarrava na eficiência de Trubin. Aos 50 minutos, Mbangula arriscou de fora da área, e o goleiro ucraniano defendeu sem dificuldades. Pouco depois, Kökçü quase ampliou, finalizando com perigo, porém a bola passou rente à trave de Perin. Vlahovic chegou a parar dentro da área com a bola dominada, mas a arbitragem assinalou impedimento.
Thiago Motta ajustou a equipe para apostar mais nos cruzamentos. Aos 58, Thuram arriscou de fora da área, obrigando Trubin a fazer mais uma boa defesa. Minutos depois, Yildiz teve a melhor oportunidade da Juventus na partida: dominou na área, girou e bateu forte, mas a bola explodiu no lado externo da rede, deixando a torcida apreensiva.
Buscando renovar o fôlego do time, Motta fez duas substituições aos 61 minutos: González substituiu Mbangula, enquanto Koopmeiners entrou no lugar de Thuram. Aos 65, Vlahovic teve uma falta na entrada da área, só que isolou a finalização. O Benfica, apesar de recuar momentaneamente, ainda levava perigo nos contra-ataques. Kökçü voltou a aparecer aos 66 minutos, chutando de primeira, após um cruzamento. Para seu azar, a bola foi por cima.
Contra os portugueses, a Juve teve mais uma atuação de pouca eficiência ofensiva (Getty)
Aos 72, o Benfica fez suas primeiras mudanças, com Aktürkoglu e Barreiro entrando nos lugares de Di María e Schjelderup. A Juventus tentou aproveitar a recomposição dos visitantes e chegou com perigo dois minutos depois, quando González cabeceou com liberdade, mas a bola saiu ao lado. Aos 76, Douglas Luiz teve uma chance de ouro após um cruzamento de McKennie. Sua finalização, contudo, desviou em Otamendi antes de Trubin fazer a defesa.
No entanto, qualquer tentativa de reação foi cortada pela eficiência dos encarnados. Aos 80 minutos, em um contra-ataque rápido com dois protagonistas turcos, Aktürkoglu fez boa jogada e serviu Kökçü na entrada da área. O meio-campista bateu colocado, sem chances para Perin, ampliando para 2 a 0 e encerrando qualquer esperança bianconera. O golpe foi definitivo e, dali em diante, a Juventus estava completamente entregue.
O Benfica ainda teve outra oportunidade com Aktürkoglu, que finalizou aos 83, mas a bola passou rente à trave. Nos minutos finais, Bruno Lage, ex-Botafogo e atual técnico dos encarnados, promoveu substituições para administrar o resultado, enquanto a Juventus insistia em bolas alçadas para Vlahovic, que não conseguiu se livrar da marcação de Otamendi. A defesa portuguesa seguiu compacta e bem organizada.
A Juventus tentou uma última investida nos acréscimos, mas sem sucesso. O apito final confirmou a vitória do Benfica por 2 a 0, reforçando a freguesia dos bianconeri no confronto. Com mais uma derrota frustrante, a equipe de Thiago Motta deixou o campo sob intensas vaias da torcida, insatisfeita com a apatia ofensiva e os erros defensivos recorrentes.
A derrota escancarou as fragilidades da Juventus. A saída de Danilo, agora jogador do Flamengo, e a improvisação de Locatelli na zaga refletem a má gestão do elenco. Se Thiago Motta deseja ser uma referência e um líder para esse time em reconstrução, precisará demonstrar isso com trabalho, e não apenas com imposição.
Apesar do retorno à Liga dos Campeões ter trazido bons momentos, como as vitórias sobre PSV Eindhoven, RB Leipzig e Manchester City, o desempenho recente faz com que a perspectiva de evolução se torne incerta. Com a 20ª colocação na fase de Liga, a Juventus decidirá seu futuro fora de casa nos plaoffs, podendo enfrentar o PSV outra vez ou o Milan, num confronto italiano – nas oitavas, caso avance, pegará Inter ou Arsenal. Já o Benfica também classificado, sabe que seu adversário será francês: Monaco ou Brest. O sorteio ocorre na sexta, 31 de janeiro.