Clube Atlético Mineiro
·7 de agosto de 2025
Atlético x Flamengo: coletiva de imprensa com Cuca

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·7 de agosto de 2025
Pergunta: Queria que você analisasse o jogo de hoje, se saiu um pouco do que você planejava, principalmente no primeiro tempo. E como o Atlético sai de uma classificação dessa, contra um Flamengo eu era dado por quase todos como o favorito…
Cuca: “Lógico que a gente está muito feliz. Mas perdemos um jogo em casa. Poderíamos ter empatado que nos classificaríamos. Porém, no montante dos três jogos, se dividir pelos tempos de cada jogo, acho que a gente foi relativamente igual ao Flamengo, cada um na sua proposta, o Flamengo tem posse de bola maior. Nós, principalmente nos dois jogos no Maracanã, nos defendemos mais, saímos no contra-ataque. Hoje, era um jogo diferente, que a gente tinha que jogar, por estar jogando em casa, fazer o torcedor jogar junto. E a gente não conseguiu no primeiro tempo. Conseguimos só depois dos 35′, colocar a bola no chão, jogar e criar oportunidades”.
“No segundo tempo, marcamos pressão, dominamos mais a partida. Até acho que poderia ter acabado empatado, pelo que foi o jogo. Vencemos fora, perdemos em casa, em jogos muito iguais contra um adversário muito qualificado. Não é só porque tem grandes jogadores. Mas tem que ter plano de jogo, elaborar jogadas. Muito difícil jogar contra o Flamengo, eles têm um plano de jogo muito definido. Povoa o meio de campo, passa os laterais de forma firme. O Flamengo tem um jovem treinador que, sem dúvida, é a maior promessa que a gente tem no futebol brasileiro. Se o pessoal tiver calma e paciência, o caminho dele será a Seleção Brasileira. É um estudioso, se prepara, quer sempre melhorar e traz muita dificuldade para a gente. Então, saímos felizes por ter vencido um adversário tão forte assim”.
Pergunta: Queria pergunta qual foi a conversa e as definições táticas para o Atlético voltar ao segundo tempo com outra postura e ser protagonista?
Cuca: “A gente tinha que tirar a saída de bola dos zagueiros, que estavam nos machucando. Não adianta você passar linha o tempo todo num jogo em casa. A gente tinha que correr algum risco, ficar no mano a mano, mas de forma calculada, e jogar, mesmo perdendo de 1 a 0. Propor mais o jogo. Foi o que a gente fez. O Renzo Saravia era para ter ficado fora do jogo hoje, tomou injeção de manhã, outra à tarde, para estar à disposição. Não poderíamos abrir mão do jogador dessa função, porque o jogo poderia pedir um jogador como ele, com sua experiência. Entrou, no sacrifício, e foi importante para dar uma equilibrada maior na equipe em termos defensivos”.
Pergunta: Fale um pouco sobre como essa classificação engrandece esse grupo de jogadores do Atlético, que em muitos momentos foi ridicularizado, alvo de desconfiança por parte de comentaristas, parte da torcida…
Cuca: “Eu achei bacana hoje a torcida gritando o nome do Scarpa, Rony e Igor. Já perdoou o que aconteceu. Tudo que Deus faz é bom. Hoje, está tudo tranquilo e em ordem. De um limão, fizemos uma boa limonada. Hoje, colhemos um pouco do fruto plantado. Difícil passar pela turbulência que passamos, três jogos contra o Flamengo, Bahia e Palmeiras fora, mata-mata na Sul-Americana. E estamos passando, com resiliência, cada jogo é uma história. Saímos fortalecidos, mas pés no chão. Domingos confirmam as quartas-feiras, aí vai indo. Temos o Vasco no domingo, depois o Godoy Cruz, Grêmio no outro domingo e decidir fora de casa na Sul-Americana. É estar preparado para esses jogos de três em três dias”.
Pergunta: Queria que você explicasse porquê de entrar com o Arana, que vinha de lesão, e o Scarpa fazia a ala jogando bem no esquema que você criou…
Cuca: “Nós, não tenha dúvida, estamos ali o dia todo. Respeito muito a sua opinião, de todos, mas eu to ali o dia todo. E tenho, por obrigação, entender o que é melhor para nós. Com o Arana, ficamos fortalecidos. É um jogador da posição, jogador que vai te dar o que um lateral dá, não é um improviso. Ter um jogador desse tipo, a nível de seleção, você tem que utilizá-lo até onde ele aguentar. Foi o que fizemos, com o plano de, quando ele precisava sair, colocar o Scarpa. Está dentro do processo. Se eu começo com o Scarpa e depois coloco o Arana, não temos a certeza que ele vai se adaptar ao jogo. O jogador entrando desde o começo, a adaptação é mais fácil. Foi o que pensamos com o Arana. Ele é muito importante para nós, pode ter certeza”.
Pergunta: Hoje, você colocou Biel, Alexsander, o Igor Gomes, Dudu… Hoje, temos a sensação que o banco pode mudar o jogo do Galo. Você está satisfeito com as chegadas?
Cuca: “Temos melhorado o elenco e, automaticamente, melhora as mexidas no jogo. São muitos jogos em cima de jogos. E a gente tem que controlar a carga deles, senão machuca todo mundo. Não estamos tendo lesão muscular nenhuma, a do Saravia é uma pancada na panturrilha, o que limita alguns movimentos dele. Mas temos controlado bem. Domingo é dia de pensar bem, colocar jogador mais descansado possível para ter força de jogar na quinta-feira, outro jogo de mata-mata que é o Godoy Cruz”.
Pergunta: Você chegou aqui com a calça molhada no joelho, de se ajoelhar, foi recepcionado pela família. Como fica esse sentimento dentro e fora do vestiário depois de uma classificação tão sofrida diante de um rival….
Cuca: “Estou bastante machucado ainda pela morte do meu irmão, minha mãe também, todos nós. Mas essas vitórias, essa classificação, vamos oferecendo para ele. Fico muito feliz, como todo torcedor do Galo. Eu não queria perder, fico chateado. Mas, no montante, a gente passou, o que é mais importante”.
Pergunta: Você salientou sobre controle de carga, jogos a cada três dias. Primeiro lugar, o elenco está fechado? Como administrar isso focando em três competições?
Cuca: “Estamos vivos na Copa do Brasil, na Sul-Americana, e em recuperação no Brasileiro, com dois jogos atrasados contra Fortaleza e Sport em casa, contra os quais podemos ter mais duas vitórias. Cada jogo é uma história, mas podemos ter. Você pode dar uma recuperada boa no Brasileiro. Vamos dosando, não podemos priorizar uma competição. Sobre o elenco estar fechado, nunca podemos falar isso. Pode aparecer uma proposta tentadora e você vai ter que vender o jogador, isso é do futebol, aí você busca alternativa no mercado. Em relação a isso, o Bracks e o Victor são experts, estão atentos ao mercado, junto com o CIGA, e já têm mapeado algumas situações aí”.
Pergunta: Você entende que quando você faz uma linha de três, seja com Saravia ou o Franco baixando, o Atlético ganha mais força ofensiva?
A segunda questão é que o Victor foi gigante em 2013, se firmou como, talvez, o principal goleiro da história do ATlético. E o Everson vai traçando esse caminho. Existe essa discussão já de quem ganha. Como você observa essas duas fases de goleiros que você vivenciou no Galo?
Cuca: “Isso é muito bom. Foi comigo que o Victor veio do Grêmio, uma grande pessoa, acima de tudo, grande goleiro. Contra o Bragantino, o goleiro do Bragantino elogiou o Victor. Quando o Victor estava na reserva do menino, Cleiton né, ele o apoiou. Isso do caráter. Hoje, na função que ele está, cara de confiança total, em segredo com ninguém, de cara limpa. Ele deu ao Atlético o título mais importante. Está na música do Atlético”.
“Eu vi o Riascos ir pra bola, e o Victor, de bico, isolar. Isso é gostoso. Ele vai morrer e a música vai ficar com ele. E daqui a pouco, vão fazer uma música para o Everson também, que está indo para o mesmo caminho. Tem os meninos que estão brotando aí, que é o Robert, o Cobra, o Delfim. A nossa safra é muito boa”.
“A linha de três, quando a gente monta com o Saravia, você ganha o meio de campo com o Franco. Quando você faz a saída com o Franco, ganha as laterais, a profundidade. Geralmente, há bastante time jogando assim também, e não é bom ficar falando, porque os outros treinadores vão ouvir e saber o que a gente faz”.
Pergunta: Como você e sua comissão técnica faz para manter a concentração dos jogadores diante de duas disputas de pênaltis?
Cuca: “O pessoal queria uma folga amanhã, e até merecia por tudo que eles estão fazendo, viajando toda hora. Mas não dá para dar. A gente tem que trabalhar, amanhã cedo estaremos lá trabalhando. Eles às vezes ficam bravo com a gente, mas não adianta. Domingo você precisa provar o que obteve na quarta-feira. E eles entendem, são bacanas. Assim que a gente faz, vamos trabalhar eles fisicamente, recuperar, treinar e fazer um bom jogo no domingo, jogo duro contra o Vasco, que está mais embaixo, precisa vencer, e será mais um jogo difícil lá em São Januário”.
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