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·21 de marzo de 2025
Caso Thiago Maia: como o Flamengo vai se proteger nas próximas vendas

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·21 de marzo de 2025
Sem receber as primeiras parcelas devidas pelo Internacional na compra do volante Thiago Maia, o Flamengo prepara uma mudança de postura e vai implementar medidas mais rigorosas no futuro.
Em reunião convocada pelo presidente Bap junto ao Conselho Deliberativo, para explicar as finanças do clube na última quinta (20), o MundoBola Flamengo teve acesso a gravações do encontro que indicam várias mudanças.
O objetivo do clube é se proteger em negociações futuras e impedir novas inadimplências. Para isso, conta com a ajuda do advogado Marcos Motta para fortalecer os contratos do ponto de vista jurídico.
O Rubro-Negro vendeu o volante ao Inter em 2024, por cerca de € 4 milhões (R$ 21,6 milhões na época), que foram divididos em dez parcelas. As três primeiras, de € 700 mil (R$ 3,7 milhões), não foram pagas.
Agora, o Flamengo busca maneiras judiciais de receber o valor, mas entende que o atraso expõe algumas falhas na confecção de contratos. Na reunião do CoDe, Bap explicou que isso vai mudar.
A principal medida adiantada por Bap no encontro é a implementação de uma cláusula — em contratos futuros — que obriga o pagamento integral do acordo em caso de atraso na primeira parcela.
Isso forçaria os clubes devedores a priorizarem o pagamento ao Flamengo, sob perigo de acumularem valores bem maiores em dívidas. Como o acordo sairia mais caro para o outro clube, valeria mais a pena estar em dia.
Outra alteração importante é o foro das disputas judiciais em caso de cobrança. Segundo o presidente, os devedores costumam escolher locais que dificultam ainda mais o resgate por parte do Mengo.
Assim, uma das medidas adotadas será a imposição do foro por parte do Flamengo, que se sente lesado com a situação.
Além disso, o Rubro-Negro pretende fortalecer as cláusulas de porcentagens em revendas futuras, com o objetivo de multiplicar os ganhos em transferências de jogadores que deixam o clube.
Usando a venda de Vini Jr como exemplo, Bap deseja colocar o acordo conhecido como "mais-valia" nos contratos. Por exemplo, se o jogador for vendido pelo Flamengo por € 45 milhões e repassado a € 70 milhões, o clube teria direito a uma fatia desses € 25 milhões de diferença.
Por fim, também há o desejo de implementar taxas de recompra. Caso um jogador vendido pelo clube receba outra proposta no novo clube, o Flamengo teria a prioridade na negociação.
Neste caso, o plano é evitar que negociações subvalorizadas prejudiquem os rendimentos do clube em negociações entre outras equipes. O Real Madrid costuma fazer o mesmo.
Todas essas medidas vão entrar em ação justamente porque não é apenas o Internacional que deve ao Flamengo neste momento. Entre outros, clubes portugueses devem cerca de R$ 35,9 milhões ao Mais Querido.
Esse valor se refere às negociações de Gabriel Noga e Werton, que foram para o Leixões, além de André Luiz e Igor Jesus, negociados com o Estrela Amadora. Este último já até trocou de time e foi para o LAFC-EUA.
Entre os demais clubes brasileiros, o Corinthians é outro que deve ao Flamengo, esse pela contratação do lateral-direito Matheuzinho. O valor total combinado entre as partes foi de R$ 24 milhões.
No entanto, com a inadimplência do clube paulista, a responsabilidade pelo pagamento foi desviada para a Brax, empresa que negocia as placas do estádio do Corinthians.
Esses R$ 24 milhões serão quitados em seis parcelas iguais de R$ 4 milhões, e os pagamentos começaram a chegar em janeiro. A Brax deposita diretamente na conta do Flamengo, sem interferência do Corinthians.
Enquanto tenta se fortalecer em relação a novas dívidas, o Flamengo se prepara para a estreia no Campeonato Brasileiro, no dia 29 de março. E o adversário será justamente o Internacional.
As duas equipes, que já não falam a mesma língua há algum tempo, vão se encontrar no Maracanã, a partir das 21h (horário de Brasília).