
Gazeta Esportiva.com
·8 de septiembre de 2025
Casos Andrés, Duilio e Augusto: presidente e vice do CD explicam processo interno no Corinthians

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·8 de septiembre de 2025
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, junto de seu vice e presidente da Comissão de Ética, Leonardo Pantaleão, detalharam os trâmites da apuração interna envolvendo o possível uso indevido de cartões corporativos do clube durante a gestão dos últimos três presidentes, Augusto Melo, Duilio Monteiro Alves e Andrés Sanchez, além de notas fiscais emitidas durante o triênio de Duilio. Os casos estão, inclusive, sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo.
Tuma explicou que os procedimentos de análise e apuração estão seguindo os trâmites previstos no atual estatuto do Corinthians. O presidente do CD revelou que, ao todo, nove requerimentos foram feitos, mas unidos em apenas um. O processo se encontra, atualmente, na Comissão de Justiça.
“Os dois [Duilio e Andrés Sanchez] foram acusados de uso indevido do cartão. Tivemos oito representações nesse sentido. Os dois apresentaram requerimento para que isso fosse apurado. Temos pelo menos nove requerimentos. O Duilio fez um, outro pelos sócios, todos foram juntados em um só. Foi instaurado e está na Comissão de Justiça”, revelou Tuma.
“Semana passada ou retrasada, foi feito um roteiro de apuração e já aprovado. Já determinei diversas diligências que foram requeridas pela comissão de Justiça, ofícios, requisição de documentos. Já deliberei, já foram feitas cobranças, estamos aguardando. A Comissão [de Justiça] já marcou oitivas para ouvir pessoas importantes. Tudo isso está sendo apurado, e se ela encontrar alguma infração, todos estão sujeitos a serem responsabilizados. Se a comissão entender que há motivos, seja quem for, vão sofrer o devido processo legal”, prosseguiu.
(Foto: Thais Bueno/Gazeta Esportiva)
Romeu ainda explicou que a apuração dos casos de Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves já possuem maior ‘evolução’ em relação à situação envolvendo Augusto Melo. O presidente destituído perdeu seus direitos políticos ao sofrer impeachment no último dia 9 de agosto deste ano.
“Esses dois casos [Duilio e Andrés] já têm uma tramitação mais acentuada e agilizada com relação ao caso do Augusto Melo. Já determinei que o Pantaleão acompanhasse tudo isso, para facilitar. Nesse caso, juntei o presidente da Ética para acompanhar”, esclareceu o presidente do CD.
Pantaleão, por sua vez, evitou dar um prazo e fazer qualquer juízo de valor referente aos casos investigados dos últimos três presidentes do Corinthians. O vice-presidente do CD garantiu que, assim que as devidas apurações forem recebidas pela Comissão de Ética, as providências corretas serão tomadas.
“No Corinthians, a ética não pode mais ser somente um discurso. Tem que se tornar prática. Não posso aprofundar numa resposta como essa porque estaria sendo antiético e fazendo algum tipo de pré-julgamento. O que posso dizer é que esse procedimento ainda não está na Comissão de Ética, mas sim na Comissão de Justiça. Tão logo chegue à Ética, serão adotadas as providências: será encaminhado aos meus cuidados, indicarei um relator dentro da comissão e serão realizadas todas as diligências necessárias, incluindo, se necessário, uma oitiva. Por isso que ele [ Tuma] pediu que eu acompanhasse a tramitação desse procedimento. Só não posso me estender para não enviesar minha participação no julgamento”, disse o advogado criminalista.
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado pelo Ministério Público em meados de junho deste ano. À época, o órgão também agendou oitivas com o atual presidente, Osmar Stabile, o vice Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, a fim de entender o funcionamento dos cartões corporativos do Corinthians.
Inicialmente, a apuração do MP iria abranger somente o período das gestões de Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio (2021 a 2023). Porém, após ouvir alguns depoimentos, o órgão decidiu investigar também o mandato de Augusto Melo. Além de uma suposta apropriação indébita, são apurados também os possíveis crimes de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.
O caso veio à tona no início do mês de julho, quando Andrés admitiu ter utilizado o cartão de forma indevida para pagamento de despesas pessoais em Tibau do Sul, Rio Grande do Norte, no fim de seu último mandato, em 2020.
(Foto: Reprodução/YouTube)
Dias após a revelação dos gastos, ele ressarciu o Corinthians com juros e correção monetária. O ex-presidente, no entanto, responderá a um processo disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina do clube. Os torcedores pedem punições e até a expulsão de Andrés.
Houve, também, uma acusação de supostos gastos pessoais durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. As despesas, contudo, não estão necessariamente ligadas ao ex-presidente. Ele não reconhece as faturas e registrou uma notícia-crime na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade/Dope), solicitando a inclusão desta no inquérito policial já em andamento, que denuncia a circulação de documentos falsos e manipulados.
No início do mês de setembro, o MP pediu à Justiça que Andrés, Duilio e Augusto Melo sejam temporariamente afastados dos Conselhos Deliberativo e de Orientação do Corinthians durante a investigação. Até o momento, no entanto, não houve uma manifestação do Poder Judiciário.
Nesta segunda-feira, vale lembrar, o Corinthians entregou os documentos solicitados pelo Ministério Público referentes à investigação dos três ex-presidentes. O clube estudava a melhor maneira de fornecer os documentos ao MP-SP e fez, nesta segunda-feira, o envio dos dados em juízo, entregando-os diretamente à Justiça, sob pedido de sigilo, e não à promotoria. O MP-SP, assim, terá acesso concedido pelo judiciário.