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·22 de junio de 2025
'Com mentalidade de hoje, ganharia Bola de Ouro', diz Adriano Imperador

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Havia um tempo em que o nome Adriano Imperador era sinônimo de medo para qualquer zagueiro. Sua presença em campo era uma força da natureza: uma canhota demolidora, potência física descomunal e arrancadas que pareciam imparáveis.
Em uma entrevista reveladora ao ex-atacante italiano Luca Toni para o programa "Fenomeni", da Prime Video, Adriano abriu o coração e falou sobre como os problemas fora das quatro linhas desviaram o curso de uma carreira que poderia ter sido ainda mais brilhante.
A afirmação mais contundente resume o sentimento de um talento que, em suas próprias palavras, não atingiu o ápice: "Com a cabeça que eu tenho hoje, eu teria ganhado a Bola de Ouro".
O grande ponto de virada na vida e na carreira do Imperador aconteceu em 2004. No auge de sua forma com a camisa da Inter de Milão, ele recebeu a notícia devastadora da morte de seu pai, Almir Ribeiro. A perda de seu pilar desmoronou seu mundo.
"Eu não estava bem mentalmente. Depois que meu pai morreu, o futebol escapou por entre meus dedos", confessou.
A partir dali, as festas e a vida noturna se tornaram uma fuga, um mecanismo para silenciar o sofrimento.
"Eu saía para não pensar, e no dia seguinte estava pior. Não fiz o que fiz porque queria festejar ou me soltar. Fiz porque estava com o coração pesado", desabafou.
Durante a conversa, ele também relembrou o início meteórico na Europa, em 2001.
"Acordei uma manhã e meu empresário me disse que eu ia jogar na Itália. Naquela mesma tarde, eu estava voando para lá", contou, ilustrando a velocidade com que sua vida mudou completamente.
Um dos momentos mais mágicos dessa transição foi encontrar seu grande ídolo, Ronaldo Fenômeno.
"Eu morava em uma favela há pouco tempo e, de repente, estava na casa do Ronaldo. Fiquei emocionado. Fiquei arrepiado", recordou.
A Inter de Milão, ciente da batalha que seu craque enfrentava, tentou intervir. O clube, na figura do então presidente Massimo Moratti, a quem Adriano descreve como um dos seus maiores apoiadores, ofereceu ajuda especializada.
"Me ofereceram internação em um centro porque eu estava deprimido. Mas eu não entendia que precisava de ajuda. Achava que o que estava fazendo era normal. Foi um grande erro", admite.
Hoje, com a maturidade, Adriano reconhece sua parcela de responsabilidade. "Sempre disse que poderia ter feito mais, mas não foi o caso. Aconteceram coisas que me impediram de progredir", concluiu.
Apesar dos percalços, os números não mentem sobre o impacto que ele teve. Entre 2000 e 2016, quando encerrou a carreira no Miami United, Adriano atuou em 427 jogos e marcou impressionantes 201 gols. Pelo Flamengo, junto com Petković, foi o destaque do Hexacampeonato em 2009. No total, foram 92 jogos oficiais e 45 gols com o Manto Sagrado.