Central do Timão
·7 de noviembre de 2024
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Há pouco mais de uma semana, foi divulgada na imprensa, incluindo a Central do Timão, a preocupação com a gestão de Augusto Melo devido ao vínculo do clube com diversas empresas de segurança em situação irregular. Agora, essa preocupação se transformou em questionamento por parte de um grupo de conselheiros, por meio de um ofício endereçado ao Conselho Deliberativo do clube.
O documento, com 11 páginas, resume em tópicos o conteúdo da reportagem sobre o tema publicada pelo jornalista Tiago Salazar, da Gazeta Esportiva, e solicita que o Conselho investigue a situação. Segundo a apuração, o Corinthians contratou os serviços de 14 empresas de segurança patrimonial em 2024, incluindo vigilância e serviços semelhantes, com despesas que já ultrapassam R$ 10 milhões. Destas, apenas três estavam regularizadas pela Polícia Federal quando prestaram serviço ao clube.
Foto: Reprodução
O que diz o requerimento dos conselheiros
Em resumo, os fatos apresentados indicam que, durante vários meses deste ano, o Corinthians se vinculou a empresas de segurança que podem ser classificadas como clandestinas perante a lei, o que pode ocasionar até mesmo a interdição dos locais onde essas empresas atuem no clube. Em tese, isso poderia ocorrer em qualquer instalação do Timão, desde a sede até a Neo Química Arena, a qualquer momento, incluindo nos dias de jogos, o que causaria considerável transtorno e prejuízo à imagem do Corinthians.
O ofício também menciona as duas trocas realizadas pelo Alvinegro em relação à empresa principal de segurança contratada pelo clube, que inicialmente contava com os serviços da Verssat, presente desde antes da posse de Augusto Melo. Posteriormente, a Workserv e a Kiara também desempenharam essa função no Timão. Nos três vínculos, porém, há problemas, todos apontados no documento pelos conselheiros.
A Verssat, por exemplo, jamais recebeu pelos serviços prestados em 2024, apesar de ter atuado no Corinthians até maio, quando o clube rescindiu o contrato. A empresa judicializou o caso e hoje é credora do Alvinegro em mais de R$ 3 milhões. Já a Workserv prestou serviços no clube sem assinar contrato, com um custo mensal de cerca de R$ 350 mil, praticamente o dobro do valor cobrado pela Verssat. A empresa foi dispensada apenas após a visita da Polícia Federal ao clube, em 26 de junho, que recomendou a rescisão do vínculo.
Após a inspeção policial, o Corinthians publicou uma nota afirmando que a situação estava regular, mas hoje sabe-se que, na realidade, a Workserv foi flagrada atuando de maneira clandestina, em atividade distinta da prevista em seu CNAE. Esse é um dos questionamentos levantados pelos conselheiros, pois a contradição do clube implica, em tese, que o mesmo mentiu ao Conselho Deliberativo e aos associados ao afirmar que a empresa estava legalizada. Ao todo, o Corinthians gastou R$ 2,1 milhões com a Workserv.
Por fim, para substituir a Workserv, o Corinthians contratou a empresa Kiara, porém, de forma igualmente polêmica, pois há indícios de que a contratação não seguiu os termos do estatuto do Timão, que determina que o clube solicite ao menos três orçamentos antes de contratar uma empresa. No entanto, dois desses três orçamentos foram recebidos pelo clube semanas após a empresa já ter sido escolhida. Essa situação também é alvo de pedido de investigação no ofício.
Além disso, embora o objeto do contrato determine que a Kiara realize, entre outras funções, atividades de segurança pessoal, a empresa foi autorizada a fazê-lo legalmente apenas em 25 de setembro. Ou seja, é possível inferir que, durante mais de três meses, a empresa atuou de maneira irregular no clube, assim como ocorreu com sua antecessora, a Workserv.
Outro ponto grave é o fato de que nenhum dos 24 profissionais listados pela Kiara para prestar serviços ao clube estava regularizado como segurança junto à Polícia Federal, o que significa que eles não poderiam exercer a função prometida pela empresa.
Os custos com a empresa Kiara chegam a R$ 358 mil mensais, e o contrato estabelece vínculo com o clube até junho de 2026. No entanto, o acordo foi assinado sem o aval do compliance do Corinthians, que identificou seis red flags, como a ausência de funcionários regularizados, o baixo capital social da empresa e a sede em local residencial. Um ponto que chama atenção é que o pedido de análise do órgão jurídico foi feito pelo diretor administrativo do Timão Marcelo Mariano, por meio de seu e-mail pessoal, e não pelo e-mail corporativo do clube, cujo conteúdo é controlado pelo servidor.
O requerimento também solicita que o Conselho Deliberativo investigue a situação da dívida do clube com a Workserv, bem como a emissão de todas as notas fiscais pelo Corinthians a empresas de segurança, incluindo aquelas que foram canceladas, cuja quantidade o texto classifica como “nada usual na operação de qualquer empresa”.
Além disso, o requerimento solicita que se apure se o diretor administrativo Marcelo Mariano utilizou seu e-mail pessoal para tratar do assunto, questionando as implicações desse fato. Também cobra que seja verificada a responsabilidade pela validação do contrato com a Kiara, mesmo após o compliance do clube ter desaconselhado a aprovação do acordo.
Diretoria pode ser responsabilizada
A Central do Timão ouviu representantes da diretoria e do Conselho Deliberativo do Corinthians sobre o requerimento e a situação do clube em relação às empresas de segurança, apurando que os problemas levantados na matéria, os quais não foram negados pelo clube em sua resposta, são preocupantes e podem acarretar possíveis sanções.
A contradição explícita do Corinthians em relação às notas, nas quais, inicialmente, afirmou que a Workserv estava regular e, posteriormente, se desmentiu sobre isso, pode, em tese, significar a quebra do princípio da transparência exigido pela Lei Geral do Esporte (LGE), fazendo com que a diretoria incorra em gestão fraudulenta por mentir para seus associados por meio de sua comunicação oficial.
O vínculo do clube com empresas clandestinas também é grave, pois colocaria o Corinthians na mira de órgãos de fiscalização pública, como já ocorreu com a visita da PF em junho. Qualquer consequência negativa para o Alvinegro pode enquadrar seus gestores na prática de gestão temerária, conforme a LGE e o estatuto corinthiano, e o gestor denunciado pode ser responsabilizado pelos eventuais prejuízos sofridos pelo clube.
Vale lembrar que tanto a gestão fraudulenta quanto a gestão temerária são situações que, de acordo com o estatuto do Corinthians, podem levar à investigação dos membros da diretoria e, como consequência, gerar apurações que, em última instância, podem resultar no impeachment daqueles considerados responsáveis pelos atos.
O requerimento já está em posse da Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo, e a expectativa é de que o órgão encaminhe solicitações à diretoria para que esta esclareça todos os pontos levantados no documento, a fim de se defender perante os conselheiros, bem como forneça os contratos, notas fiscais e outros documentos solicitados no ofício.
Se a diretoria não esclarecer a situação, isso pode agravar o pedido de impeachment de Augusto Melo, que já está em andamento e será votado em breve pelo Conselho Deliberativo do clube. A solicitação de destituição do mandatário foi motivada pela quebra de contrato de patrocínio com a Vai de Bet, após polêmicas envolvendo o intermediário do acordo e suspeitas de lavagem de dinheiro.
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