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·8 de septiembre de 2025

Consultor da CBF explica passos do Fair Play financeiro no Brasil

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O economista Cesar Grafietti, um dos consultores financeiros contratados pela CBF, deu maiores explicações de como deve funcionar o Fair Play financeiro no Brasil. Atualmente, dirigentes, membros do mercado da bola e especialistas estudam o melhor modelo para implementar no país.

Em entrevista divulgada pelo “ge” nesta segunda-feira (8/9), Grafietti explicou a importância da iniciativa, que visa que os clubes sejam autossuficientes e, assim, evitem falências. Mas, afinal, o que é e como funcionaria o Fair Play no Brasil?


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“O Fair Play financeiro é um controle externo das finanças dos clubes cujo objetivo básico é garantir que todo mundo pague suas contas em dia. Qualquer outra coisa que a gente falar sobre isso é só perfumaria, não é o cerne da questão. O objetivo sempre foi esse, para que o sistema opere em conformidade. Ou seja, o clube A contrata jogador do clube B e paga. Aí o clube B vai pagar os salários dos seus jogadores com esse dinheiro, vai pagar os impostos, vai pagar a contratação do clube C, assim a cadeia toda funciona. Se tem no meio do caminho alguém que não paga as suas contas, seja porque não pagou um outro clube por uma contratação, seja porque ele não pagou salário ou não recolheu encargo, você começa a criar desníveis de competitividade e começa a criar problemas para o setor”, disse o economista.

Haverá teto de gastos?

Grafietti explicou, então, que o Fair Play, que deve vir a ser implementado em novembro e começar a valer em 2026, não haverá teto de gastos. Assim, a explicação se dá de maneira percentual em relação a quanto um clube gasta e recebe.

“Usando os modelos que a gente conhece fora e acho que funcionam melhor para o futebol, devia ser sempre uma relação de percentual. Com um custo definido, quanto você gasta com folha, investimento, contratação em relação à receita do clube. A gente tem que lembrar que eu não posso igualar os desiguais. Um clube que fatura R$1 bilhão, ele fez por chegar nesse valor. Então eu não posso fazer um clube que fatura R$ 1 bilhão gastar igual a um clube que fatura R$ 200 milhões. O que eu faço com esse dinheiro e toda a eficiência que foi gerada pela gestão de alguma forma? Temos o Flamengo, o Palmeiras, o Corinthians chegando a R$ 1 bilhão de reais, até mais do que isso. Por que você dizer que eles só podem gastar R$ 200 milhões ou R$ 300 milhões porque um clube regional ou de cidade pequena só consegue fazer isso de receita. É injusto com quem conseguiu crescer e fazer um bom trabalho de reestruturação e alavancar suas receitas”, explicou.

Mas, afinal, qual seria a relação percentual ideal para que os clubes não possam quebrar? Grafietti responde.

“Se for pensar que o limite máximo de dívida que o clube pode ter em relações às receitas de curto prazo é de 75%, 70% já é um limite já na fronteira do ideal. O ideal é sempre estar abaixo disso. Há clubes que hoje devem mais de uma vez a sua receita. Imagina, se você deve mais de uma vez a sua receita e você tem que pagar todos os custos da operação, não sobra dinheiro para pagar a dívida. Aí, isso vira um problema e por isso elas atrasam. Os clubes têm que sempre trabalhar na medida do possível para baixo de 50% da receita, mas dependendo do perfil do clube, se você subir um pouquinho para 60%, 70%, já é um limite razoável”, discorreu.

Ele seguiu, dando exemplos concretos de clubes que beiraram a falência e vivem processos perigosos atualmente, como Vasco e Corinthians.

“Essa é uma preocupação que eu tenho porque todo mundo pensa no curto prazo. Todos, senão quase todos os clubes grandes do Brasil, já completaram 100 anos. Num futebol que era muito diferente do futebol que é hoje. Uma preocupação que eu tenho era essa: que os clubes continuem sustentáveis, que eles completem (200 anos). Que os netos dos torcedores de hoje continuem vendo seus clubes no futuro. Acho que sim, nós corremos esse risco. Claro que nós temos alguns instrumentos que ajudam na recuperação quando for possível. Então o Cruzeiro quando virou SAF conseguiu se recuperar e hoje é um clube relativamente mais saudável e muito mais saudável do que foi há 4, 5 anos, mas vemos o Vasco, que passou por um processo semelhante, e hoje tem uma situação muito difícil. Será que o Vasco vai conseguir se recuperar se não encontrar um novo comprador, um novo dono da SAF que coloque mais dinheiro, que recupere a estrutura de administração do clube? Não sei. Você vê o cenário de Corinthians, São Paulo, o Fluminense tendo que virar SAF. O Internacional e Grêmio estão em situação difícil. Todos eles vão ter de repensar seus modelos de negócio da gestão para garantir a sustentabilidade virando SAF ou não. Então eu temo que se nós não fizermos nada, os clubes isoladamente ou por vontade própria não vão fazer.

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