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·30 de julio de 2025

Cria do Galo e campeão Sub-17 com o Brasil, Marco Túlio quer fazer história no Japão

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Marco Túlio é mais um dos jogadores que brilhou nas categorias de base da seleção brasileira e hoje segue caminho alternativo no futebol. Cria do Atlético Mineiro, o hoje atacante de 27 anos faz parceria com Rafael Elias no Kyoto Sanga, que briga pelo título inédito da elite japonesa, e anseia por fazer história na Ásia depois de ter brilhado na Austrália.

O mineiro esteve no elenco da Canarinho para o Campeonato Sul-Americano Sub-17 de 2015, ao lado de nomes como Mauro Júnior, hoje no PSV, Jean Pyerre, ex-promessa do Grêmio, e Adryelson, zagueiro campeão pelo Botafogo. Hoje longe dos grandes centros, Marco sabe que o retorno à seleção é improvável, mas a gratidão pela conquista de dez anos atrás fica viva no coração.


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"Hoje está bem distante, mas todo mundo tem aquele sonho de vestir a camisa da seleção na equipe principal. E foi um privilégio ter vestido ela no sub-17. Tenho muito orgulho. Agradecer ao Caio Zanardi que me convocou na época. Sou muito feliz e muito honrado de ter vestido a Amarelinha", disse o atleta, em entrevista exclusiva a oGol.

Na época em que foi convocado, Marco Túlio estava nas categorias de base do Atlético Mineiro, onde fez toda a sua formação e estreou como profissional. Porém, todo o vislumbre de defender o Galo desde os 11 anos de idade não foi correspondido, já que foram apenas oito partidas na equipe de cima.

Na ocasião, Marco foi treinado por Oswaldo de Oliveira entre 2017 e 2018, treinador esse que lhe deu as primeiras chances entre os profissionais. Porém, com a demissão do comandante e a chegada de Thiago Larghi, as oportunidades ficaram cada vez mais escassas. Surgiu então o Sporting como novo destino e a negociação foi em moldes atípicos: por conta de uma dívida alvinegra na contratação de Elias, o clube liberou Marco sem custos.

"Foi quando chegou a proposta do Sporting, e de primeira mão eu não queria ir, mas a diretoria falou, o Alexandre Gallo, que lá estava na época, não fez nenhum esforço, aí tinha a dívida, então foi uma confusão. Não me sinto frustrado por causa disso, não foi só uma decisão minha, foi uma decisão do clube, mas aquilo me deixou chateado", pontuou o jogador.

Em Portugal, Marco também não conseguiu ter a sequência que sonhava. Mesmo chegando lá como grande promessa, com direito a multa no valor de 60 milhões de euros, o jogador não chegou a entrar em campo pela equipe profissional, sempre em transição entre o time B e a equipe sub-23 dos portugueses.

"Foi bastante complicado, eram muito intensos os treinamentos. Mas foram dois meses e eu já estava acostumado. Fui super bem no primeiro ano, mas eles optaram também por não me subir, queriam me emprestar para jogar mais profissionalmente, foi aí quando eu cheguei na Bélgica. Mas foi uma experiência muito boa ter passado no Sporting, foi muito importante ter vivenciado isso para a carreira", completou.

Depois das dificuldades iniciais em Portugal, Marco teve uma curta passagem pelo futebol belga, para defender o KSV Roeselare, até voltar ao Brasil em 2021, no CSA. Foi quando o jogador, sob a tutela de Mozart, quase ajudou o Azulão a retornar à elite nacional dois anos após o rebaixamento, em sua primeira grande sequência como jogador profissional.

Em 45 jogos disputados no primeiro ano pelo clube alagoano, o ponta contribuiu com sete gols e cinco assistências, com direito a título estadual pouco tempo após sua chegada. Porém, com uma pequena lesão e com a demissão de Mozart, as oportunidades do mineiro no clube diminuíram, até que a saída para a Austrália se mostrou o destino mais correto.

"O primeiro ano foi fantástico, o meio ano, em 2022, já não foi tão bom, já não correu tudo bem. A gente sabe como é o futebol brasileiro, você machuca em um time com 30 jogadores, você perde espaço e tudo muda. Não foi porque eu queria sair para ir para o futebol australiano. Foi mais por causa da sequência que eu tive, mudou diretor, treinador, muita coisa", continuou dizendo.

Rei nos mercados alternativos

Nas palavras do próprio Marco Túlio, a transferência para o Central Coast do futebol australiano foi a melhor decisão que ele tomou no futebol. E foi com a ajuda de Daniel Penha, antigo companheiro das categorias de base do Galo e que jogava no país na época, que o mineiro se firmou na Austrália.

"Ah, foi (o meu melhor momento na carreira). O treinador (Nick Montgomery) e o auxiliar (Sérgio Raimundo) me deram muita confiança, me ajudaram em tudo, me deixaram leve para jogar. Joguei na minha melhor versão, na minha melhor posição que é de camisa 10. Acho que por isso eu tive a temporada mais goleadora, com mais destaque, no meu auge", disse o atleta.

Em pouco mais de uma temporada, Marco entrou em campo 45 vezes, marcou 23 gols e contribuiu com dez assistências. O jogador ajudou o Central Coast a voltar a vencer a Liga Australiana após dez temporadas e recebeu a medalha "por correio" por ter disputado parte da segunda temporada, quando veio o bicampeonato consecutivo. De quebra, teve a conquista da AFC Champions League Two, equivalente a "segunda divisão" da Champions da Oceania.

Marco, porém, não terminou a sua segunda temporada pela equipe australiana. Isso porque o Kyoto Sanga chegou com uma proposta tentadora, que o fez deixar a Oceania para tentar a sorte na Ásia. Outra grande decisão para Marco Túlio, que, pouco menos de dois anos depois da transferência, está mais acostumado do que nunca.

"Acho que os seis primeiros meses para mim aqui foram os mais difíceis que eu enfrentei no futebol. Então foi onde eu pude ter uma resiliência, trabalhar dobrado, porque não estava jogando, não estava nem indo para jogos. Veio tudo de uma vez só e já no segundo turno começo a jogar mais. Foi aí onde eu comecei a me destacar, com gols e assistências. Foi bastante importante ter passado por esse processo", disse Marco.

Depois de um primeiro ano de adaptação, Marco Túlio hoje vê o Kyoto Sanga firme na disputa pelo título inédito da elite japonesa. Mesmo com propostas para deixar o Japão, o brasileiro segurou as pontas, fez dar certo e, ao fim do ano de 2025, pode colher os frutos com a tão sonhada taça. Atualmente, a equipe é a quarta colocada do torneio a quatro pontos do líder Vissel Kobe, com 14 rodadas pendentes ainda.

"A gente está levando bastante a sério esse título. A gente quer entrar para a história. Todas as pessoas, todo mundo quer entrar para a história. A gente está vivendo um grande momento, a gente leva, agora, cada jogo como uma final, é só jogo grande, só jogo difícil. Vai ser uma disputa saudável, vai ser bom", completou.

Mas é claro que Marco Túlio não poderia ser o único brasileiro no elenco do clube japonês. Patrick William, Gustavo Barreto, João Pedro e Léo Gomes são alguns dos companheiros, mas quem chama mais a atenção é Rafael Elias, o Papagaio. Cria do Palmeiras, Rafael é o principal goleador da equipe na temporada e divide o protagonismo ofensivo com Marco. E a "disputa saudável" pela artilharia cada vez mais alegra os cartolas asiáticos.

"Não tem disputa pra ver quem vai ser artilheiro. Eu brinco com ele, o artilheiro é ele, ele que é o fazedor de gols. Eu também tô ali para ajudar com gols e assistências. Muito feliz de ter ele no grupo, um jogador fantástico, um jogador trabalhador, um jogador excepcional. Muito feliz de formar a dupla com ele aqui", disse Marco.

Desfilando no futebol japonês e com o anseio pelo que pode ser o primeiro título no futebol asiático, Marco Túlio também pensa no futuro. Enquanto tem contrato com o Kyoto e mantém a cabeça focada no Japão, o jogador sabe que o futebol é cíclico e imprevisível, mas prefere deixar esse assunto para depois.

"Pretendo ficar por aqui ainda mais um pouco. O futebol é muito rápido, a gente não sabe o que pode acontecer, pode chegar coisa da Europa, do Brasil. Meu desejo é ficar aqui mais um tempo, tentar fazer história aqui. Não gosto de ficar pensando muito lá na frente, gosto de ir viver aqui agora, mas nunca se sabe", finalizou Marco Túlio.

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