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·25 de noviembre de 2024
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Em derrocada no Campeonato Brasileiro, com quatro derrotas seguidas, o Vasco termina o ano em baixa. O sonho de Libertadores, que ganhou certa força com a vitória sobre um rival direto, o Bahia, voltou a virar uma preocupação maior na parte inferior da tabela, com a distância para o Z4 caindo para seis pontos. O Calcanhar de Aquiles da equipe é justamente uma das posições que mais recebeu injeção financeira nos últimos anos: a defesa.
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, ao lado do presidente Pedrinho, Marcelo Sant'Ana, diretor executivo, comentou que o Cruz-Maltino gastou, em janelas anteriores, cerca de 20 milhões de dólares só para reforçar o setor. A performance está longe de valer tal investimento.
Só o Juventude tem uma defesa pior que a vascaína no Brasileirão, com 55 gols sofridos. O Vasco levou os mesmos 53 gols do lanterna e primeiro rebaixado, Atlético Goianiense. Na sequência de quatro derrotas seguidas, a defesa cruz-maltina levou três gols em todas elas.
Aproveitando o investimento da 777 Partners, SAF que naufragou esse ano, o Vasco gastou cerca de R$ 108 milhões com os defensores do atual elenco. Sem contar os volantes, que também fazem parte do sistema defensivo.
A contratação mais cara do breve período do Vasco SAF foi de um zagueiro: João Victor custou seis milhões de euros (R$ 32 milhões). Ex-Corinthians, com pouca minutagem na Europa por Benfica e Nice, João Victor sofreu com algumas lesões na temporada, mas somou 34 jogos. Marcou um gol e foi expulso em quatro ocasiões.
Léo e Lucas Piton, segundo e terceiro maiores investimentos da primeira janela da SAF, custaram R$ 37,8 milhões. O zagueiro, um dos capitães da equipe, vive temporada irregular, enquanto o lateral, outrora protagonista no ataque, não participa diretamente com um gol há 13 jogos.
Também na entrevista desta segunda, Marcelo Sant'Ana não escondeu que a não contratação de um zagueiro foi um dos principais erros da diretoria. Alegou falta de ajuste financeiro com os nomes buscados. Sem a SAF, o clube não conseguiu o mesmo poder competitivo no mercado.
Piton - 3 milhões de euros + 1 milhão (R$ 21,8 milhões) João Victor - 6 milhões de euros (R$ 32 milhões) Paulo Henrique - 900 mil euros (R$ 4,9 milhões) Rojas - 600 mil euros (R$ 3,2 milhões) Léo - 2,8 milhões euros (R$ 16 milhões) Pumita - 1,8 milhões de euros (R$ 10,7 milhões) Jardim - 2 milhões de euros (R$ 13,9 milhões)
Como sabemos, o futebol é um jogo coletivo. O sucesso e o fracasso em campo é sempre dividido entre os setores. A linha defensiva, quase sempre com Rafael Paiva postada com quatro homens, tem parcela de culpa. Mas há outro ponto que ficou ainda mais evidente nos últimos jogos: a falta de combatividade no meio.
Nas últimas derrotas vascaínas, um padrão pôde ser notado: a quantidade de chances que a equipe cedeu aos rivais na região da entrada da área, no corredor central. Foi assim que Garro brilhou no último fim de semana, e também como Wesley deu a vitória ao Internacional no jogo anterior.
A contratação de um primeiro volante foi um dos pedidos mais insistentes da comissão técnica de Ramón Díaz por muito tempo em São Januário. A chegada de Hugo Moura, que ainda demorou um pouco a se firmar, mitigou um pouco o problema. Mas não resolveu a falta de eficiência na proteção ao "funil", região considerada a mais importante de se proteger no futebol, justamente a parte central do campo próxima da área, onde as chances de gol são maiores (com maiores xG, expectativa de gols marcados).
Paiva tentou buscar equilíbrio sempre entre um volante mais físico e marcador (geralmente Hugo Moura) e um com mais capacidade para sair para o jogo (Sforza ou Galdames). Nos últimos jogos, Galdames ganhou mais espaço: foi titular contra Corinthians, Inter e Fortaleza, e entrou no intervalo do jogo contra o Botafogo. Mas não apenas o time sofreu com chances criadas na região central do campo, na pior sequência de derrotas da temporada e no pior recorte da defesa, como a bola chegou com pouca qualidade para Vegetti: o Vasco marcou apenas um gol no período.
Faltando três rodadas para o fim da temporada, Felipe, que assumirá no lugar do demitido Paiva, terá muito trabalho para corrigir os erros de um time sem confiança, pouco combativo e, recentemente, inofensivo. Sem um aporte de um novo investidor no horizonte, e com a promessa de enxugar uma folha salarial, segundo o próprio Pedrinho, "superfaturada", o Vasco tem uma grande nuvem sobre 2025. Sem dúvidas quanto aos erros que não podem mais ser cometidos, buscando fugir cada vez mais do naufrágio da SAF. Mas com menos certezas ainda sobre qual será a capacidade do clube para reverter o quadro. A única certeza é que a caravela não navegará em mares tranquilos.