Diretor do Mirassol, Paulinho comenta assédio de outros clubes e admite planejamento por Libertadores | OneFootball

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·5 de septiembre de 2025

Diretor do Mirassol, Paulinho comenta assédio de outros clubes e admite planejamento por Libertadores

Imagen del artículo:Diretor do Mirassol, Paulinho comenta assédio de outros clubes e admite planejamento por Libertadores

Paulinho se tornou um dos grandes ídolos da história recente do Corinthians. Multicampeão pelo clube, chegou à Seleção Brasileira, disputou Copa do Mundo e foi companheiro de Messi no Barcelona. Agora, fora das quatro linhas, ele segue fazendo história, desta vez como diretor executivo do Mirassol, uma das melhores equipes do futebol nacional em 2025.

Ainda como jogador, Paulinho teve de lidar com as lesões que marcaram a reta final de sua carreira. Afastado dos gramados, procurou estudar já pensando no que faria ao pendurar as chuteiras. Se apaixonou pela gestão do futebol e recebeu uma oportunidade de ouro para iniciar sua trajetória fora das quatro linhas.


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Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, Paulinho contou como tem sido essa nova experiência e como vem lidando com esse sucesso precoce à frente do Mirassol, atual sexto colocado do Campeonato Brasileiro em sua temporada de estreia na elite nacional.

“É uma função onde você tem que estar por dentro de tudo todos os dias, estar se atualizando, porque o mercado do futebol é muito dinâmico. Mas, me preparei para esse momento, vou para o meu quarto ano estudando gestão. Obviamente que a parte prática de um clube de futebol é totalmente diferente do que você aprende na teoria, mas é uma função que estou gostando muito. Só que além de gostar você tem que entender, porque na prática realmente tem que ter atenção uma atenção dez vezes maior. Você está fazendo gestão de pessoas, tem que ter cuidado”, disse.

Um dos diferenciais do Mirassol para essa ascensão meteórica em seu ano de estreia na Série A tem sido o ambiente formado no clube. Mesmo com um orçamento mais enxuto, o time do interior paulista tem dificultado a vida de grandes potências do País e levado os holofotes para a pacata cidade de 65 mil habitantes a mais de 450 km da capital paulista.

“Sempre coloco que não só os atletas que você tem que fazer a gestão, nem só a comissão técnica. Existe toda uma equipe de apoio para que eu tente cuidar da melhor maneira possível, passar para eles que eles estão dentro do processo. Isso para mim não é difícil, muito pelo contrário, é uma coisa muito boa e que estou amando, porque eles precisam enxergar que a pessoa que está cuidando deles está tentando fazer o melhor, fazer um ambiente em que todos se sentem incluídos, respeitados, isso é o principal. Sendo leal, sendo verdadeiro, você está um passo à frente. Os resultados não controlamos, mas nossas ações durante a semana, sim”, completou o ídolo corintiano.

Assédio de outros clubes

Baseado nesses princípios que Paulinho, jogadores e comissão técnica tem acumulado resultados expressivos na elite do futebol nacional. Apenas o Flamengo, líder do Brasileirão, tem menos derrotas que o Mirassol. Por tudo isso, o agora executivo de futebol já começa a receber assédio de outros clubes importantes, como Santos e Sport, e chegou a ter seu nome especulado até mesmo na Seleção Brasileira, como integrante fixo da comissão técnica de Carlo Ancelotti. Pressão ou privilégio?

“Sempre fui um cara que tive uma cabeça muito boa, muito equilibrado com esse tipo de situação. Como atleta vocÊ ainda tem um respaldo de representantes, uma série de coisas que existem, e agora como gestor venho me surpreendendo porque foram coisas que aconteceram esse ano, graças a Deus, com o trabalho no Mirassol. Não canso de dizer que sou muito grato ao Mirassol por ter me dado essa oportunidade como gestor. Mas, os últimos dois meses realmente foram intensos nessa parte de assédio, ofertas, propostas. Sempre deixei a minha carreira nas mãos de Deus. Nunca tive preocupação com isso. Se tiver que acontecer um dia, vai ser de uma forma bem natural como sempre aconteceu na minha vida como atleta. Claro que os convites em algum momento mexem com você, mas sempre falo com a minha família que nenhum convite mexeu a ponto de eu querer sair do Mirassol”, admitiu.

“Acho que tenho ainda muito a entregar ao Mirassol, coisas que eu pretendo fazer aqui dentro para ajudar o Mirassol a alcançar objetivos maiores no ano, mas, se acontecer uma possível saída, será no tempo certo, na hora certa, no momento que todos nós acharmos que será melhor para ambos os lados. Sou um cara muito feliz aqui. Quando você está feliz, sua família está feliz, é difícil tomar decisão com dúvida. Se um dia, no ano que vem ou daqui a dois anos, eu sair, vai ser de uma forma que seja bom para todos. Tem que ter muito equilíbrio, minha parte mental hoje eu vejo que está em dia, porque isso mexe muito com o ser humano. Então, sobre essa situação, venho sendo um cara muito equilibrado”, completou.

Orçamento enxuto

Com a expansão das SAFs no Brasil, em que clubes tradicionais ou não passam a contar com altos investimentos dos novos proprietários, o futebol encareceu. Para a montagem de um elenco competitivo é preciso de dinheiro. Paulinho e a alta cúpula do Mirassol, entretanto, vêm provando que com criatividade, monitoramento de mercado e atento às oportunidades ainda é, sim, possível de bater de frente com as potências nacionais com muito menos caixa.

A maioria dos atletas que defendem o Mirassol atualmente chegaram ao clube a custo zero ou com pouquíssimo investimento, mas o desempenho da equipe dentro de campo tem sido tão eficiente quanto os dos clubes mais ricos do País.

“O orçamento dentro do futebol é bem significativo para montar um elenco, até em termos de estrutura, mas para mim não é o ponto principal. Acho que tem algumas coisas à frente. Falando do Mirassol, temos nossas convicções aqui dentro, nossa filosofia, metodologia de trabalho. Isso faz com que nós coloquemos outras coisas à frente do orçamento. O Mirassol não dá um passo maior que a perna. Se nós temos isso para gastar, é isso que vamos gastar. Temos que ter os pés no chão. Isso nos deixa realmente orgulhosos do nosso trabalho, porque com um orçamento bem menor que várias outras equipes do futebol brasileiro estamos conseguindo fazer um bom trabalho”, comentou Paulinho.

“Os resultados vêm acontecendo, mas temos uma forma de trabalhar, convicção, que podemos fazer um grandíssimo trabalho mesmo sem ter um orçamento altíssimo como o de outras equipes. Para muita gente é difícil, mas estando hoje dentro do processo falo que não é difícil, basta ter suas convicções, obviamente com diretoria, comissão técnica na mesma página, o atleta comprando a ideia, porque se o atleta não acreditar em nós, fica difícil. Sou muito grato pela confiança que todos os atletas têm na diretoria, na comissão técnica”, completou.

Libertadores já não é sonho distante

Em sexto lugar no Campeonato Brasileiro, o Mirassol ainda mantém a permanência na Série A como prioridade. O clube só ficará mais tranquilo quando atingir a meta de 45 pontos, número tido como necessário para evitar o rebaixamento. Porém, passado o primeiro turno do Campeonato Brasileiro, inegavelmente jogadores, comissão técnica e diretoria começam a sonhar mais alto, e Paulinho não esconde isso.

“Nós temos que ter muita sabedoria e discernimento num momento como esse. Sabemos o nosso momento. Para conquistar tudo o que tem sido conquistado é difícil. Primeiro ano na Série A, ano importante para o clube, mas eu, como gestor, trabalho todos os cenários. Mesmo em alguns momentos isso gera uma ansiedade, é normal, chegar na meta de 45 pontos, mas preciso trabalhar com três, quatro cenários, porque é a realidade do clube hoje”, admitiu.

A classificação para a Libertadores ou até mesmo para a Sul-Americana colocaria o Mirassol no cenário internacional pela primeira vez em seus 100 anos de história. Alcançar tal feito no centenário seria algo imensurável para o clube e marcaria de vez a passagem de Paulinho pelo Leão.

“Temos humildade, pé no chão, para continuar fazendo nosso trabalho, mas temos que ter um planejamento e é dessa forma que é o futebol. É um momento maravilhoso. Penso, sim, jogo a jogo, mas ao mesmo tempo preciso pensar no planejamento depois de alcançar a primeira meta, o que nós queremos alcançar, o ano que vem. Vamos olhar o cenário que podemos alcançar e dentro disso estudar bem para fazer um bom planejamento. O diretor executivo precisa trabalhar os três, quatro cenários que pode aparecer. Isso é uma realidade, mas tenho convicção que, a gente fazendo esse excelente trabalho, a gente conseguirá a permanência na Série A, e aí depois, conseguindo esse primeiro passo, vem o segundo, que é a Sul-Americana. Se é Sul-Americana ou Libertadores, são coisas distintas, planejamentos diferentes, mas já tenho na minha cabeça o que penso pra passar para a diretoria em termos de planejamento”, pontuou.

Por essas e outras que, por mais que venha estudando gestão há alguns anos, Paulinho tem aprendido dia após dia o funcionamento de um clube de futebol. A experiência como atleta profissional de elite ajuda, é claro, mas o ex-volante inicia uma trajetória que requer outras valências e sabe que somente com o tempo poderá se aprimorar e se tornar um gestor ainda melhor, apesar do recente sucesso.

“Eu aprendi mais na prática. Mas também, quando você tem essa parte teórica, você aprende muitas coisas na parte de relacionamento, como abordar um profissional, um atleta, um treinador, um fisioterapeuta, um médico. Isso você aprende na parte teórica, mas o dia a dia te traz situações que não caíram ali na prova, e você precisa ser rápido para solucionar. O que gosto, sempre deixei claro que o Paulinho executivo não é um cara que vai ficar sentado numa mesa de escritório, preciso estar no dia a dia, no campo vendo tudo o que os profissionais estão fazendo para, depois, se eu tiver algum questionamento, ter um questionamento positivo. São debates aqui dentro que são leves, preciso entender, absorver as informações para poder colocar as minhas ideias. Se as pessoas imaginam o Paulinho executivo ali sentado, óbvio que participo de contratações, planejamento, mas o que gosto é estar no CT para acompanhar tudo antes de tomar as decisões. Sou muito mais da prática no campo, analisando os treinamentos, fazendo o elo com a diretoria. A prática é a maior escola”, concluiu.

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