Dirigente português detalha as funções de José Boto no Flamengo | OneFootball

O trabalho de José Boto como diretor técnico do Flamengo começou de forma oficial nos últimos dias de dezembro, e a torcida segue com questionamentos sobre as funções do português no departamento de futebol. Dirigente, professor de gestão esportiva e jornalista, Rémulo Jonatas avaliou o acerto como positivo tanto para o Rubro-Negro quanto para Boto, além de detalhar quais serão as responsabilidades do profissional.

"Um bom diretor esportivo é, acima de tudo, um gestor de ativos. O maior ativo que um clube tem são jogadores. É um manipulador de constrangimentos, tudo que pode ter impacto em uma equipe, podem ser questões familiares, financeiras, problemas internos. Tudo isso são constrangimentos. É quem trabalha em sintonia com o treinador no campo, em sintonia com a direção na filosofia desportiva e no controle financeiro. Quem projeta aquisições, dispensas e renovações. Quem negocia e realiza contratos, apesar de ser algo que José não gosta particularmente, mas faz parte da função.", iniciou Rémulo em entrevista ao canal 'Mundo na Bola'.

O ex-dirigente do Boavista afirma que o papel de um diretor esportivo é principalmente nos bastidores e, nesse sentido, entende que Boto já indicou o que prioriza: criar regras para organizar o dia a dia do clube. Isso fica claro para Rémulo pelas falas do diretor na coletiva de imprensa dada no Ninho do Urubu, quando afirmou que vai fechar o CT e as viagens para aqueles que não fazem parte do futebol.

"Define regras organizacionais. Por isso viram José falar sobre o Centro Treinamento, viagens, etc. É alguém que sabe que tem que colocar regras de disciplina. Supervisionar e avaliar os recursos humanos. É quem lidera o departamento do profissional e base. Portanto, para finalizar, estamos a falar de quem domina o futebol negócio e o jogo", finalizou.

Rémulo aponta o que diretor esportivo pode melhorar no Flamengo

O jornalista entende que o Flamengo demonstra uma necessidade clara de ser mais organizado, algo que um diretor esportivo tem a função de resolver.

"É obvio que o capital mais importante do futebol são os jogadores, e logo após os treinadores. Mas acho que estamos em um caminho que passa mais do que nunca valorizar igualmente o capital humano responsável pelo futebol. Cargos que são de importância decisiva na organização do clube como um todo", disse, antes de completar:

"Não é raro falar-se da bagunça, do vazamento de informação, da dificuldade de relacionamento, comunicação divergente. Portanto, acho que há uma visão clara do Flamengo que é preciso fazer transformações organizacionais. É necessário perceber que performance do clube só atinge níveis elevados quando se percebe que o resultados dependem de muitas outras coisas. Entre elas controlar de forma efetiva o departamento. Isso só se consegue com um diretor."