Calciopédia
·12 de diciembre de 2024
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Pela antepenúltima rodada da fase de liga da Europa League, a Roma tinha um duelo direto e decisivo contra o Braga. Os giallorossi, comandados por Claudio Ranieri, precisavam da vitória a quaisquer custos, pelo fato de estarem na 21ª posição, com apenas 6 pontos. Por outro lado, os bracarenses vinham de uma vitória maiúscula diante do Hoffenheim por 3 a 0, mas estavam na 25ª posição e somavam, até então, 5 pontinhos. Jogando em casa, a equipe italiana se impôs e, com uma atuação dominante, além de ter levado a melhor sobre os portugueses, se aproximaram do pelotão dos times que se classificam diretamente às oitavas.
Depois de um momento inicial de reconhecimento tático entre italianos e portugueses, a Roma adiantou as suas linhas de marcação e começou a pressionar mais a saída de bola da defesa do Braga. A estratégia de Ranieri funcionou quase de imediato. Aos 10 minutos, após um lançamento longo de Ndicka, Zalewski dominou nas costas da zaga e se movimentou para o meio, passando a bola para Pellegrini. O capitão giallorosso chutou rasteiro na entrada da área e não deu chances para o goleiro Matheus. Tão logo abriu o placar, o camisa 7 correu para abraçar o treinador, que tem lhe defendido de forma incisiva das recentes críticas e vaias da torcida romanista.
Após terem sofrido o primeiro gol no estádio Olímpico, os Guerreiros do Minho tentaram se encontrar no jogo, mas esbarravam na potente marcação da Roma. Do outro lado do campo, Pellegrini continuava a mostrar serviço. Aos 15 minutos, após receber a bola de cruzamento de Mancini, oriundo do lado direito, o capitão cabeceou com força e categoria, mas a pelota explodiu no travessão do Braga.
Jogando muito bem, Pellegrini chegou a acertar o travessão novamente aos 25, mas a jogada foi invalidada por impedimento de Soulé. No minuto 29, novamente o camisa 7 apareceu sem marcação na área e perdeu mais uma chance clara de gol, após bom passe do volante Koné: um desvio na marcação portuguesa lhe tirou a possibilidade de anotar a doppietta. A Roma demonstrava extrema facilidade para infiltrar na defesa adversária, ficava mais com a bola e administrava o jogo. Porém, não conseguia acertar o último arremate com precisão, principalmente devido à ausência do centroavante Dovbyk.
Protegido de Ranieri, o antes vaiado Pellegrini iniciou a vitória da Roma e deixou o gramado aplaudido pela torcida (Getty)
Aos 41 minutos, Pellegrini achou um chute da entrada da área e obrigou Matheus a fazer uma boa defesa. No lance seguinte, no escanteio cobrado por Dybala, o arqueiro brasileiro precisou trabalhar novamente, em boa cabeçada de Ndicka. Foram os últimos lances de um primeiro tempo bem jogado, no qual o Braga errava muito. Sem dúvidas, os giallorossi poderiam ter ido para o intervalo com uma vantagem maior.
No intervalo, Ranieri optou por substituir Dybala por Dovbyk – de um lado, poupando o argentino, frágil fisicamente; de outro, aumentando a presença na área. Antes mesmo de a alteração fazer efeito, aos 47 minutos, a Roma chegou ao segundo gol da partida com o lateral-direito Abdulhamid, que recebeu bela assistência de Koné, dominou e bateu com força, estufando a rede. Foi o primeiro tento de um saudita por uma agremiação italiana.
Cinco minutos depois do segundo gol, Ndicka pegou a sobra de uma falta cobrada na área e finalizou; a bola acabou tocando em Mancini e acabando nas redes, mas o italiano estava impedido. Aos 58, Abdulhamid encontrou Soulé, que arrematou duas vezes e parou em Matheus. No lance em sequência, em escanteio cobrado, Hummels cabeceou e, novamente, o goleiro do Braga fez ótima defesa.
Abdulhamid marcou um belo gol e se tornou o primeiro jogador saudita a anotar por uma equipe italiana (Getty)
Em outro lance de perigo, Soulé passou para Pisilli, que cortou a marcação e bateu por cima da meta rival, aos 63 minutos. Em seguida, o argentino recebeu bom passe em arrancada de Koné e tentou chapar no alto, mas sem precisão. A Roma crescia e a situação, que já era muito ruim para o Braga, piorou aos 68, quando Matheus saiu da área de forma atabalhoada e sem o menor cabimento, na expectativa de evitar o gol de Abdulhamid, e colocou a mão na bola. O goleiro dos arsenalistas terminou expulso e Hornicek entrou no lugar do sacrificado Gharbi. A propósito de substituições, vale destacar que Pellegrini foi aplaudido pela torcida giallorossa ao deixar o gramado, aos 74. Estamos diante de uma reconciliação entre os ultras e o capitão?
Bem, voltando ao jogo, por incrível que pareça, a primeira finalização do Braga saiu após a expulsão. Aos 76 minutos, o lateral-esquerdo Marín recebeu de Zalazar e acertou a parte externa da meta do goleiro Svilar. O lance não abalou a Roma e, na sequência, El Shaarawy, que entrou no lugar de Soulé, quase fez um gol de bicicleta, após dois arremates anteriores contra a meta bracarense.
Nos instantes finais, a Roma partiu com tudo para o ataque e Hornicek foi bombardeado. Dovbyk, Zalewski e Ndicka tiveram chances, mas só o marfinense se deu bem – ou melhor, fez um companheiro ficar feliz. Nos acréscimos, o zagueiro arrematou de fora da área e a bola sobrou para Hermoso, colega de setor, que entrara no lugar de Hummels. Sem objeção, ele balançou as redes e deu números finais a uma vitória elástica que poderia ter sido uma goleada histórica. Afinal, a Loba somou 24 finalizações durante a partida.
Com a vitória, a Roma subiu várias posições na classificação da Liga Europa e chegou ao 14º lugar, que lhe faria ser cabeça de chave na fase de 16-avos de final – ou de playoffs, se você preferir. Desde a chegada de Ranieri, os giallorossi estão jogando melhor e têm motivos para sonhar, no mínimo, com a manutenção do cenário atual, já que não depende só de si para ter uma vaga direta nas oitavas e ainda tem adversários qualificados pela frente. Pela penúltima rodada da Europa League, a Roma encara o AZ Alkmaar, nos Países Baixos, ao passo que recebe o alemão Eintracht Frankfurt no último jogo desta etapa do torneio. Já o Braga joga contra o Union Saint-Gilloise, na Bélgica, e recebe a Lazio, no Minho.