MundoBola Flamengo
·21 de julio de 2025
Duas coisas pra nunca subestimar: o atacante Pedro e o poder da narrativa

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Harry Crente, Ibrarezovic, Crismando Ronaldo, Lionel Prece. Karim Benzemais, Lukakulto, Robin Van Prece, Kylian Mbaffé. São inúmeros os apelidos do atacante Pedro e todos sinalizam duas coisas.
Uma é que o homem faz gol. Pode estar voltando de lesão, pode talvez não ser tão amigo do treino, mas Pedro Guilherme é tranquilamente um dos mais talentosos e decisivos camisas 9 do Brasil na atualidade. Tem o porte físico, tem a qualidade técnica, emite o intenso e almiscarado cheiro conhecido pelos especialistas em biologia como “fedor de gol”.
A outra é que o homem tem fé. Quer você acredite ou não, quer seja a sua crença ou não, a verdade é que o atacante possui uma confiança e uma conexão especial com seu criador. Ele ora, ele prega, ele batiza o Paquetá numa piscina, ele toma soco na cara e depois vai contar que rezou pelo socador, o que definitivamente não é o padrão brasileiro de reação a socão na cara.
Então depois de uma quinzena de puro caos, em que Pedro foi esculachado por Filipe Luís numa entrevista que dividiu a torcida e a imprensa, logo após ser dado como negociável num vazamento de informação que torcida e imprensa consideraram que foi sim muito burro, o futuro do artilheiro-reverência com a camisa rubro-negra parecia uma incógnita. Vai sair? Vai ficar? Tem clima pra jogar com Filipe Luís? Tem psicológico pra dar a volta por cima?
Mas aí é preciso lembrar das duas coisas que Pedro tem. A primeira delas é a fé, numa religião que fala de peregrinações, atribulações, mas acima de tudo sobre retorno. Nosso atacante é um cara que acredita que boas ações levam ao Céu, que confia na volta redentora de um homem que foi sim um bocado avacalhado pelos seus e mesmo assim prometeu retornar quando eles precisassem. Jesus tinha o pior desempenho no GPS somando todos os apóstolos? Não tinha, mas isso não tira o valor da analogia.
E Pedro tem gol. Pode ter sido esculachado, pode ter tido mais um a viver a experiência ribeirinha de ser sacaneado pelo Boto, pode estar voltando de lesão, pode ter precisado de um tranco pra acordar pra vida, mas o Queixada é um homem que sabe fazer gol. Seja chutando, seja de cabeça, seja de peito, seja esticando o pé no último centímetro pra empurrar a bola pra dentro e decretar a vitória, como fez neste domingo, diante do Fluminense.
Num jogo em que, mais uma vez, o Flamengo tinha 205% de posse de bola - dominando as ações com a bola do campo, com uma das bolas usadas pelo gandula e com mais 5% de uma terceira bola imaginária – mas ainda assim não criava chances de gol. Em mais uma partida onde superioridade técnica e correria pareciam não estar fazendo a menor diferença. Em mais uma noite onde parecia decretado que o Flamengo iria jogar pontos no lixo como vem fazendo com frequência nesse Brasileiro.
E aí surgiu, vindo do banco, ele, Pedro. O único centroavante que temos, que finalmente voltou a marcar, que apareceu com sua camisa de mensagem religiosa, que escreveu sua história de retorno com fé e com gol. Porque como diz em Matheus 23, “todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado”. E não dá pra saber 100% se Pedro mereceu ou não certas humilhações, mas também não vamos deixar que isso prejudique a nossa analogia. Bem vindo de volta, Pedro Guilherme. Sentimos saudades.
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