Em 1997, a Juventus despachou o gelado Rosenborg, da Noruega, em caminho até a final europeia | OneFootball

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·25 de noviembre de 2025

Em 1997, a Juventus despachou o gelado Rosenborg, da Noruega, em caminho até a final europeia

Imagen del artículo:Em 1997, a Juventus despachou o gelado Rosenborg, da Noruega, em caminho até a final europeia

Que tal uma passadinha na Noruega em pleno inverno europeu? Em 1997, a Juventus teve que fazer essa viagem na Champions League. Naquela ocasião, antes de seguir rumo a fases mais decisivas da competição europeia, viveu uma eliminatória tensa contra um Rosenborg que vinha se consolidando em nível continental e, num dos melhores momentos da história do futebol de seu país, que disputou as Copas do Mundo de 1994 e 1998, não se intimidava com a tradição italiana. Nas quartas de final, a equipe consagrada levou a melhor sobre a emergente, mas não foi nada fácil.

Bem antes daquelas noites de março, a Juventus chegara à edição 1996-97 da Champions League como defensora do título: havia conquistado a orelhuda poucos meses antes, em uma final apertada com o Ajax, decidida nos pênaltis, em Roma. Além disso, fora vice-campeã da Serie A na temporada anterior. Sob o comando de Marcello Lippi, a equipe havia feito uma reformulação consistente, já que o elenco teve as importantes saídas de Massimo Carrera, Pietro Vierchowod, Giancarlo Marocchi, Fabrizio Ravanelli e Gianluca Vialli – em contrapartida, chegaram Paolo Montero, Mark Iuliano, Alen Boksic, Christian Vieri e um tal de Zinédine Zidane.


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A Velha Senhora começou a temporada vencendo a Supercopa Uefa. Na Liga dos Campeões, os bianconeri integraram o Grupo C, junto a Manchester United, Fenerbahçe e Rapid Wien. Dominantes, venceram cinco dos seis jogos, escorregaram apenas no empate diante dos austríacos, somaram 16 pontos e carimbaram com naturalidade seu lugar entre os oito melhores da Europa – naquela época, a Champions League só tinha quatro chaves e a fase de mata-matas se iniciava nas quartas de final. Nesse meio tempo, a Juventus passou a liderar a Serie A e conquistou a Copa Intercontinental, batendo o River Plate.

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A ida, na Noruega, reservou um ambiente hostil para a Juventus, que só ficou no empate (Arquivo/Rosenborg BK)

Do outro lado do corner, nas quartas, o Rosenborg não era qualquer adversário. Campeão norueguês, já havia surpreendido gigantes no continente: no Grupo D desta mesma edição da Champions League, enfrentou Porto, IFK Göteborg e Milan. Embora os portugueses tenham sido invencíveis, ficando com o primeiro lugar na chave, com 16 pontos, os rossoneri – favoritos até à liderança – vacilaram. Após um 4 a 1 aplicado nos noruegueses em Trondheim, o Diavolo tropeçou justamente em casa, no San Siro, perdendo por 2 a 1, o que permitiu ao time escandinavo avançar em segundo, com nove pontinhos, devido às outras vitórias, conquistadas sobre os rivais suecos. Esse fato não apenas engrandecia o moral dos nórdicos, mas mostravam que não estavam no torneio para fazerem figuração.

O Rosenborg, aliás, contava com alguns jogadores importantes na seleção norueguesa. Quatro deles haviam disputado a Copa do Mundo de 1994, ocasião em que os Drillos encararam a Itália no Grupo E – Mini Jakobsen, Jan Åge Fjørtoft, Roar Strand e Sigurd Rushfeldt. Quatro também participariam do Mundial de 1998, quando os norugueses também enfrentaram a Nazionale, sendo eliminados nas oitavas – os já citados Jakobsen e Strand, além de Vegard Heggem e Erik Hoftun.

Nesse meio tempo, o jogo de ida das quartas da Champions League de 1997 ocorreu no Lerkendal Stadion, em Trondheim. Como era de se esperar do inverno norueguês, havia nevado muito antes da partida e o gramado estava em más condições – relva escassa e endurecida, muita areia. Ao lado do campo, pilhas de neve davam tom ao ambiente hostil proporcionado pela torcida local. Ela era acostumada a acompanhar o Rosenborg em noites europeias, mas pela primeira vez via o seu time ir tão longe numa competição continental – e, até o fechamento desse texto, esta é a melhor campanha dos troillongan em toda a história. Sendo assim, os presentes empurraram os alvinegros da casa desde o primeiro minuto, enquanto a Juve trabalhava para impor sua experiência, mesmo com o desfalque de Alessandro Del Piero, lesionado.

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Vivendo seu melhor momento, o Rosenborg engrossou o caldo contra a Juventus na eliminatória (NTB/Scanpix)

Aos 51 minutos de um jogo equilibrado, veio o golpe norueguês, num lance de pinball. Depois de cobrança de escanteio, o Rosenborg se valeu de seu forte jogo aéreo e ganhou dos atletas da equipe italiana em cinco oportunidades. Sem conseguir afastar a bola, a Juventus viu Rushfeldt acertar uma puxeta no travessão e Trond Egil Soltvedt aproveitar o rebote, se antecipando a Montero para testar e abrir o placar para o time treinado por Nils Arge Eggen.

Por alguns instantes, a defesa bianconera foi questionada, mas não por muito tempo. Imediatamente, a Juventus reagiu com força. Na saída de bola, a equipe italiana trabalhou bem a bola e Angelo Di Livio cruzou na cabeça de Vieri, que subiu com precisão e cabeceou para empatar a partida aos 52 minutos. A igualdade refletiu bem o espírito das equipes naquele momento – um Rosenborg ousado, mas uma Juve pronta para responder com sua casca europeia.

Tecnicamente, a partida mostrou a arrogância tranquila dos bianconeri – apesar da falha coletiva no gol norueguês. A defesa, organizada e compacta, raramente cedia a linhas de passes perigosas, enquanto o ataque era sustentado pela presença física de Vieri e pelos lampejos de genialidade de Zidane no meio. Um clássico time de Lippi. O Rosenborg, por sua vez, continuava perigoso na bola aérea e também nas transições, com jogadores velozes e bem posicionados para explorar cada espaço que surgisse. O empate deixava a eliminatória aberta, mas com claro favoritismo italiano para a decisão em casa.

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O Rosenborg tinha a bola aérea como forte, mas no jogo de volta a estratégia nórdica não funcionou (NTB/Scanpix)

Quando a Juventus retornou ao Delle Alpi para a partida de volta, duas semanas depois, sabia que precisava administrar o resultado sem se expor demasiadamente – o 0 a 0 já a classificava, por conta do gol marcado na Noruega. O estádio, tomado por uma expectativa pesada, assistiu ao desdobrar de um jogo em que a vantagem técnica da Juve se impunha com naturalidade. Ainda sem Del Piero, Zidane foi o cérebro do time.

Com Zizou arquitetando as principais jogadas, a Juventus teve boas chances com Vladimir Jugovic e com Nicola Amoruso, que de frente para o o gol acabou finalizando para fora. Aos 29 minutos, então, o placar foi aberto numa jogada medíocre, concluída de maneira tétrica após erros de passes dos dois times. Ståle Stensaas recuou para Jørn Jamtfall, mas o goleiro acabou chutando em cima de Zidane, que estava na entrada da área e só assistiu a pelota rebater em sua canela e ir em direção à baliza desguarnecida até morrer mansamente na rede.

Com a vantagem construída, a Juve não recuou totalmente. Mantinha linha de marcação alta, controlava o meio-campo com precisão e soube segurar qualquer tentativa de pressão norueguesa. Os mandantes, inclusive, chegaram mais perto de ampliar já na etapa complementar, quando Amoruso encontrou lindo passe em profundidade para Alen Boksic, que chegou a driblar Jamtfall e teve seu arremate bloqueado por André Bergdølmo na hora H.

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Zidane iluminou a Juventus e marcou gol fortuito (NTB/Scanpix)

No final da partida, finalmente a equipe bianconera ampliou o marcador. Boksic acionou Attilio Lombardo com enfiada açucarada e o ponta carequinha foi derrubado por Stensaas na área – o norueguês, já amarelado, foi expulso. Amoruso, homem de área, converteu o pênalti com frieza e certeira execução nos acréscimos, selando o 2 a 0 e garantindo a classificação da Vecchia Signora por 3 a 1 no agregado. Com o triunfo, a Juventus reafirmava sua condição de favorita à disputa da glória máxima da Europa.

Mesmo derrotado, o Rosenborg mostrou que podia bater de frente com gigantes e deixou a eliminatória de cabeça erguida. Mas, se para o time de Trondheim o objetivo estava cumprido, a Juventus ainda queria ir além – e buscar o bicampeonato europeu. A maturidade do elenco, a combinação entre o talento de nomes como Zidane e Del Piero, a força física e o utilitarismo de peças em todos os setores e a abordagem tática bem calibrada por Lippi eram virtudes que fizeram aquele time entrar para a história da agremiação.

Entretanto, a equipe não faturaria mais nada em nível continental. Em 1996-97, passou facilmente pelo Ajax nas semifinais, mas foi amargamente derrotada pelo Borussia Dortmund na decisão. No ano seguinte, outro vice, dessa vez para o Real Madrid. Em ambas as temporadas, a Juve teve que se contentar com títulos da Serie A – algo ligeiramente decepcionante para uma formação que se estabeleceu entre os pilares da elite europeia na década de 1990.

Rosenborg 1-1 Juventus

Rosenborg: Jamtfall; Bergdølmo (Bragstadt), Hoftun, Hjelde, Stensaas; Strand, Skammelsrud, Soltvedt; Heggem, Rushfeldt (Brattbakk), Jakobsen. Técnico: Nils Arge Eggen. Juventus: Peruzzi; Torricelli, Ferrara, Montero, Iuliano; Di Livio, Deschamps (Tacchinardi), Jugovic; Zidane; Padovano (Amoruso), Vieri. Técnico: Marcello Lippi. Gols: Soltvedt (51′); Vieri (52′) Árbitro: Marc Batta (França) Local e data: Lerkendal Stadion, Trondheim (Noruega), em 5 de março de 1997

Juventus 2-0 Rosenborg

Juventus: Peruzzi; Porrini, Ferrara, Montero, Iuliano; Di Livio (Lombardo), Deschamps, Jugovic; Zidane (Tacchinardi); Vieri (Boksic), Amoruso. Técnico: Marcello Lippi. Rosenborg: Jamtfall; Bergdølmo, Hoftun, Hjelde, Stensaas; Strand (Brattbakk), Skammelsrud, Soltvedt; Heggem, Rushfeldt, Jakobsen (Fjørtoft). Técnico: Nils Arge Eggen. Gols: Zidane (29′) e Amoruso (90′) Cartão vermelho: Stensaas Árbitro: Vítor Pereira (Portugal) Local e data: estádio Delle Alpi, Turim (Itália), em 19 de março de 1997

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