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·25 de noviembre de 2025

"Eu escolhi o futsal", Vanin revela sobre decisões que mudaram sua carreira

Imagen del artículo:"Eu escolhi o futsal", Vanin revela sobre decisões que mudaram sua carreira

Debora Vanin é uma das 14 protagonistas desta geração de futsal e sua trajetória foi marcada por disciplina, decisões difíceis e maturidade precoce. De Chapecó à seleção brasileira, a ala reconstrói, em entrevista à CBF TV, os bastidores de sua formação, as renúncias que precisou fazer e o orgulho de representar o país na primeira Copa do Mundo da FIFA. A trajetória de Vanin é sobre escolhas com apoio da família, identidade, sobre quase seguir outro caminho e decidir pela paixão. Aos 30 anos, vivendo sua primeira Copa do Mundo de Futsal da FIFA, a ala fala de história e propósito.

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Vanin durante estreia do Brasil contra Irã na primeira Copa do Mundo FIFA da modalidadeCréditos: Fabio Souza/CBF


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Como nasce essa relação tão íntima com a bola? Quando começou essa paixão que marcou para sempre?

Eu acho que isso vem enraizado da minha família. Meu pai era jogador, minha mãe jogava vôlei. Eles deixaram o esporte porque precisavam trabalhar, ter dinheiro no bolso para sobreviver. O futsal começou na rua, no golzinho na parede ou no campinho debaixo da minha casa. Eu seguia meu irmão mais velho para tudo, e a brincadeira sempre era jogar bola. Com uns nove, dez anos, meu pai me colocou numa escolinha de futsal, hoje Female. E fui muito feliz por ter tido essa oportunidade de ter uma escolinha de futsal para meninas na minha cidade. Sou muito grata e feliz por viver essa realidade na minha cidade.

Em que momento o futsal deixou de ser só amor e virou destino?

Quando me ofereceram uma bolsa de estudos. A gente sabe que o estudo é o nosso pós-esporte. E quando o clube falou: ‘Você terá 100% de bolsa na universidade’, eu entendi que isso é uma profissão, te deixa mais preparado para o teu futuro. E, claro, te dá um suporte durante a carreira esportiva. Minha família não precisava gastar um real com meus estudos. Eu já recebia salário. Já não precisava pedir dinheiro para viajar ou comprar algo que eu queria. Foi ali que eu pensei: ‘Tá, isso aqui é a minha vida. É isso que eu quero’.

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Vanin, compeã da Libertadores de Futsal Feminino em 2017, no ParaguaiCréditos: Arquivo pessoal

Você viveu idas e vindas entre futsal e futebol. Ala na quadra e zagueira no campo. Jogou pela Chapecoense e disputou o Brasileira pelo Avaí/Kinderman e quase foi para o mundial Sub-20. Experiências muito diferentes. O que isso te ensinou?

Eu sempre fui do futsal. Mas naquele período tinha muita menina que jogava futsal e campo no Kinderman. A comissão enxergou características minhas que poderiam servir no campo. Aí veio o convite para jogar pela Seleção Brasileira Sub-20. Fui para Copa América. Foi uma experiência legal e eu gostei. Vi uma realidade diferente, mas evoluído, como a questão de cuidar do sono, suplementação e disciplina. Aprendi muita coisa que me fez crescer muito. Sobre a Copa do Mundo, lembro de estar entrando em uma sala de aula quando recebi a ligação perguntando se eu iria para o Mundial Sub-20. E eu disse que meu coração batia mais pelo futsal. Escolhi ficar. Depois, quando vi as meninas indo para o mundial, pensei: ‘Poderia estar lá’. Mas hoje sei que tomei a decisão certa. Estou aqui, na primeira Copa do Mundo da FIFA. Ainda bem que escolhi o outro caminho.

Qual é sua principal lembrança vestindo a camisa da Seleção Brasileira?

Foi em 2017, no Uruguai. Eu estava decidindo se mudaria para a Itália, e tivemos a preparação no Rio. Lembro de ter feito um gol pela Female logo depois da convocação e beijar o escudo. Eu devo muito àquele clube. Cresci com craques do futsal. Aprendi demais. E quando cheguei na Seleção, mesmo sendo uma das mais jovens, me senti preparada. Era fácil jogar com elas.Comemoramos título juntas. Essa é uma das melhores lembranças que eu tenho.

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Tricampeã da Copa América, Vanin comemora com troféu do titulo de 2025Créditos: Arquivo pessoal

Por que a Europa? O que te levou a deixar o Brasil tão cedo para Itália?

Eu queria liberdade. Queria conhecer o mundo. Se o futsal me dava essa chance, por que não? Saí de Chapecó também porque queria continuar meus estudos mas não consegui, infelizmente. Mas estou conhecendo o mundo como sempre sonhei. Isso é um dos pontos mais positivos da minha carreira.

Vocé está atuando no futsal Italiano desde 2017. Como você enxerga o futsal mundial hoje?

Muita coisa mudou desde o começo da minha trajetória. Tem pontos positivos, e tem os negativos, que são difíceis de mudar. Mas eu realmente espero que esse mundial faça uma grande diferença. Assim como aconteceu com o futebol feminino depois de Copas televisionadas, eu espero que o nosso esporte cresça, que os clubes sejam valorizados. Eles nos protegem, nos dão estrutura, nos fazem chegar onde estamos.

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Débora Vanin atua no CMB Futsal e está há nove temporadas jogando na Itália Créditos: Arquivo pessoal

Você sempre destaca o esforço da sua família em te acompanhar. Qual o significado e importância na sua história?

É enorme. Meu pai fazia de tudo para me assistir quando eu tinha 11, 12, 13 anos. E quando não podia ir, ele contratava alguém para gravar os jogos. Hoje eu vejo esses vídeos e penso o tanto esforço que ele fez para eu estar aqui. Meu irmão foi goleiro. Ele me acompanha, me pergunta dos treinos. Minha família viajou de Chapecó até Sorocaba para torcer por mim na Copa América. Sinto eles comigo, mesmo longe. E sou muito grata.

Qual é o DNA dessa Seleção que disputa a primeira Copa do Mundo?

É uma seleção completíssima. Temos meninas muito defensivas, muito ofensivas, e as duas coisas juntas. Temos as melhores goleiras do mundo. Estamos preparadas. Sabemos nosso objetivo e vamos lutar com tudo.”

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Seleção Brasileira que vai em busca do título histórico para o Brasil. Em pé (da esq. para dir.): Bianca, Débora Vanin, Tampa, Simone, Emilly, Luana, Júlia; Agachadas (da esq. para dir.): Ana Luiza, Natalinha, Luciléia, Taty, Amandinha, Diana, CamilaCréditos: Fabio Souza/CBF

A estreia contra o Irã veio com ansiedade. Agora vem a Itália, que goleou por 17 a 0 o Panamá. O que esperar?

Eu acredito muito que a Itália seja uma das melhores seleções do futebol feminino atualmente. Jogadoras experientes, de qualidade. Tenho certeza que vai ser um grande jogo, um espetáculo para quem joga e para quem assiste.Espero que a gente possa dar o nosso melhor e conquistar esses três pontos importantes.

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