Goleira fala sobre renovação de contrato e projeta participação do Corinthians no Mundial | OneFootball

Na manhã desta sexta-feira (31), a equipe feminina do Corinthians realizou um treinamento aberta à imprensa e a goleira Nicole concedeu entrevista aos jornalistas no CT Dr. Joaquim Grava. Uma das principais jogadoras da equipe na campanha do hexacampeonato da Libertadores, a atleta foi questionada sobre seu futuro no clube, visto que seu contrato se encerra em dezembro deste ano.

“Acho que, pensando em renovação, eu tenho vontade de ficar. O clube tem vontade de ficar. A gente já está com conversas bem avançadas em relação a isso e tem motivação maior que o Mundial de Clubes. Eu sou muito grata ao Corinthians porque acho que o Corinthians proporcionou o melhor momento da minha carreira. Então, a gente já está conversando com essas avançadas aí e vai se encaminhar para dar tudo certo”, iniciou.

Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

Em seguida, comentou sobre a sua cirurgia no dedo da mão, que acabou quebrando na final da Libertadores Feminina diante do Deportivo Cali, da Colômbia. A goleira respondeu se retorna aos gramados ainda nesta temporada e o planejamento para a disputa do Mundial de Clubes – Copa das Campeãs – entre a reta final de janeiro e início de fevereiro de 2026.

“Lesão é difícil de falar, depende muito do andamento da resposta que o corpo dá em relação à lesão, mas a gente está se planejando para fazer de tudo para estar apta para o Mundial. Como eu falei, não tem como delimitar um prazo, vai de acordo com o que eu posso fazer. A gente tem seu trabalho nos palácios e está fazendo o que é acessível dentro do campo. Para não ter uma perda tão grande de parte física. Mas é difícil delimitar um tempo, mas o planejamento é pensando no Mundial. Esse ano, não sei se ainda dá tempo ou não. Ainda estou com as questões médicas e tal, com ferro aqui, mas a gente está pensando no Mundial. Acho que vai dar tudo certo.”

Ela também projetou o confronto diante do Gotham FC, dos Estados – time no qual a ex-atacante das Brabas, Gabi Portilho, atua. Em caso de classificação para a decisão, as Brabas podem enfrentar o Arsenal, da Inglaterra, atual campeão da Champions League Feminina.

“Acho que o Gotham é um grande time. Vai ser um grande confronto. Esse ano, acho que foi muito positivo a gente ter feito os dois jogos nos Estados Unidos no meio do ano. Já deu para entender um pouco da dinâmica de jogo, como funciona como não funciona. estilos de jogo diferentes para mudar o país, mas enfim, acho que vai ser um grande jogo. A gente já tem um parâmetro legal, e a competição em si é uma coisa grande, uma coisa gostosa de ser disputada. E vamos trabalhar para fazer um grande jogo e conseguir a vaga para a final também”, continuou.

Posteriormente, a goleira das Brabas detalhou como vem sendo o pós título da Libertadores Feminina, passadas duas semanas da conquista internacional. Ela ainda também foi perguntada sobre o vice-campeonato do torneio em 2018 representando o Santos e a sensação de defender uma cobrança de pênalti na disputa de penalidades na decisão contra o time colombiano.

“Acho que, pós-Libertadores, a gente teve uns dias para desfrutar um pouco, aproveitar isso. Acho que é uma conquista que tem que ser celebrada, desfrutada, mas não se deslumbrar com isso. Acho que eu sempre tenho o próximo passo. Acho que a gente teve uns dias para aproveitar tudo. Fiquei muito feliz. Foi um momento importante para mim, também profissionalmente, individualmente, dentro da minha carreira, mas sempre pensando nos próximos passos. Eu não tive tempo de descansar. Eu cheguei e já tive que ir direto para a cirurgia, praticamente. Mas a gente desfrutou bastante, aproveitou esse momento e agora a gente já está pensando nos próximos passos.“

“2018 eu tive a oportunidade de disputar a final. A gente foi infeliz naquele ano e acho que, naquele momento, eu pensei que eu tinha uma oportunidade de fazer diferente e que eu podia ajudar o Corinthians a classificar, conquistar o que a gente tanto almejava, que era essa vaga para o Mundial. Então, só pensei que eu tinha que ajudar de alguma maneira, contribuir de alguma maneira e foi muito feliz. Também, fruto de trabalho de todo o departamento de goleiros, não só meu. Mas, fiquei muito feliz, fiquei satisfeita por ajudar o clube de alguma maneira. Como eu falei nesses momentos acho que é importante, sim, a gente ser decisivo. A gente tem que ser decisivo nesses momentos. Então, só felicidade. Acho que é por levar o Corinthians para onde ele merece.”

Nicole também falou sobre o sonho de conquistar o Mundial de Clubes Feminino pelo Corinthians: “Eu acho que a gente fala disso desde quando surgiu a notícia. Acho que o nosso foco desde quando teve a possibilidade e se concretizou esse Mundial, a gente fala disso, sonha com isso, almeja isso. E a gente foi para a Libertadores com isso na cabeça. Claro, o título nos levaria a isso, mas pensando: ‘se eu ganhar o Mundial, se eu ganhar o Mundial’, acho que isso deu um gás a mais. Foi muito importante para a gente conquistar.”

“Querendo ou não, é um gás a mais. É diferente. E, pessoalmente, acho que vai ser uma coisa marcante na minha carreira. Eu tive a oportunidade de disputar mundiais pela seleção de base, mas por clube, algo inédito e para o Corinthians também vai ser a primeira vez. Então, estou muito empolgada, muito ansiosa já, quero que chegue janeiro logo, ansiosa pra voltar a treinar e ajudar a equipe. Mas acho que vai ser algo grande. E eu estou com uma expectativa muito alta, muito boa.”

Por fim, falou sobre a mobilização da torcida do Corinthians espalhada pelo mundo – principalmente nos Estados Unidos – visando a disputa do Mundial de Clubes na Inglaterra. Ela também voltou a comentar sobre a lesão no dedo e o sacrifício de, mesmo com dores, ter permanecido em campo.

“Pensei a mesma coisa que você: ‘falei, meu Deus, todo lugar do mundo tem corinthiano’. Eu acho incrível, porque depois que eu comecei a jogar aqui no Corinthians, que eu me dei conta do quão grande é a torcida, o clube, lá na minha cidade, no interior de Santa Catarina, descobri que tem corinthiano, que tem fiel lá, que é o Pouso Redondo, que é uma cidade minúscula perto da minha cidade. Então, eu fico muito feliz. Acho que é sim um incentivo a mais para a gente ter corinthiano lá, e uma coisa já é uma certeza: eu já tenho. Na minha cabeça, desde que eu cheguei aqui, que todo lugar que a gente for vai ter um corinthiano. Isso é muito bacana, muito legal. É um incentivo a mais e só retrata o tamanho que é o Corinthians.”

“Acabou o jogo né, daí, depois, a gente chegou fez a cirurgia. Aí, o treinador de goleiro mandou mensagem. Falei, ‘cara, eu quebraria a mão inteira se precisasse. Podia quebrar os cinco dedos da mão’, porque vale a pena demais. É um negócio inédito, uma coisa que quem está aqui desde o início do projeto sempre almejou, sempre quis. Eu falei: ‘cara acho que é o momento mais importante da história do clube’, eu quebraria a mão inteira, valeu super a pena. Passei bastante dor, eu confesso, mas eu tenho certeza que valeu tudo por essa taça e por essa vaga no Mundial”, finalizou.

Desde que chegou ao Corinthians, no início de 2024, Nicole possui 48 jogos com a camisa corinthiana, todos como titular, e se firmou como titular da posição ao longo de 2025. Ao todo, são 31 vitórias, 12 empates e apenas cinco derrotas – quase 73% de aproveitamento. Além disso, foram quatro títulos conquistados: Conmebol Libertadores (2024 e 2025) e Campeonato Brasileiro (2024 e 2025).

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