Jogada10
·21 de agosto de 2025
Marçal, ao J10: ʽImpossível o Botafogo fazer um jogo pior do que o da idaʼ

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·21 de agosto de 2025
Marçal é o tipo de cara que tem o chamado “lugar de fala” no Botafogo. Afinal, mesmo sem a braçadeira de capitão, ele é sinônimo de liderança e referência para os mais jovens por ocupar o posto de jogador mais longevo do elenco. No Glorioso desde julho de 2022, o zagueiro/lateral-esquerdo de 36 anos é uma voz importantíssima. Sendo assim, convém escutá-lo antes da partida contra a LDU, nesta quinta-feira (21), às 19h (horário de Brasília), no Estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito, no Equador, no encontro de volta das oitavas de final da Copa Libertadores. O Alvinegro se classifica com um empate por vencer, na ida, por 1 a 0. No entanto, conforme reconheceu o defensor, o time não causou uma boa impressão, na semana passada, no Estádio Nilton Santos. Que sirva, então, de alerta!
“Em termos técnicos, na verdade, impossível fazermos uma partida pior do que a de ida. Foi um jogo ruim. Obviamente, conseguimos um gol importante e saímos com a vantagem. Mas precisamos recuperar o nosso nível e estarmos mentalmente preparados para enfrentarmos a LDU de novo porque vai ser muito difícil”, pontuou Marçal, em entrevista ao Jogada10, no hotel onde a delegação do Mais Tradicional está hospedada, na capital equatoriana.
Marçal recebeu a reportagem do Jogada10 no hotel onde o Botafogo está hospedado – Foto: Julio Gracco/Botafogo
Se o Botafogo e a LDU estão cansados de reencontros em competições internacionais, para Marçal será uma novidade encarar os 2.800 metros de altitude de Quito. Em 2023, pela Copa Sul-Americana (0 a 0), o defensor teve uma lesão no joelho direito e não viajou. Em 2024, pela Libertadores, no revés por 1 a 0 para os anfitriões, o camisa 21 estava suspenso. O ar rarefeito será mais um obstáculo para o veterano.
“Estamos há mais ou menos um mês nos preparando para este tipo de jogo. O Dr. (Gustavo) Dutra (médico do clube) nos forneceu algumas vitaminas para nos ajudar a encarar a altitude. É um fator importante. Estamos, contudo, focados mais na parte técnica e tática do adversário para superá-lo”, ressaltou.
Lateral-esquerdo de origem, Marçal colou um broche de xerife no uniforme e não tirou mais. O defensor segurou o rojão em um setor acometido por lesões (Pantaleão e Bastos estão fora), enquanto o clube vai atrás de um zagueiro de ofício. Ao lado de Barboza ou David Ricardo, ele acumula quatro partidas consecutivas na posição. Uma delas, inclusive, com uma atuação impecável e dois gols (goleada do Botafogo sobre o Fortaleza por 5 a 0). Os concorrentes que abram os olhos!
“Feliz de estar ali. Eles estão vendo que terão problemas quando voltarem (risos). Mas adoro eles. São jogadores maravilhosos. Bastos, por exemplo, voltou nesta semana para estar conosco. Ele é muito importante para o plantel”, colocou.
Marçal recebeu nota 10 por sua atuação contra o Fortaleza, no Castelão – Foto: Vitor Silva/Botafogo
Em contrapartida, Marçal pode, enfim, voltar à lateral esquerda. Se David Ricardo estiver com as condições ideais e formar a zaga com Barboza, o camisa 21 fica à disposição para dar descanso a Telles, sobrecarregado pelo número de partidas, no segundo tempo da partida contra a LDU.
“Nosso treinador é inteligente. A gente já também fez essa composição durante o treinamento. Vamos ver o que ele vai decidir”, ponderou.
Apesar da pouca minutagem em 2024-2025, a torcida sabe muito bem a importância de Marçal no grupo do Botafogo. Com experiência na Premier League (Wolverhampton) e na Ligue 1 (Lyon), o zagueiro é considerado pela massa alvinegra como um “cobra”, ou seja, aquele que usa a sabedoria para resolver situações embaraçosas e se sobressai nos mínimos detalhes. O mais importante, todavia, é a identificação do jogador com a Estrela Solitária.
“São três anos de Botafogo. Pouco ou nada mudou. Acho, aliás, que o Botafogo mudou bastante. Desde a minha chegada, tem um plantel mais encorpado e mais capaz. O Marçal é o mesmo. Muita fome ainda de jogar e vencer. É assim que eu me vejo. O que muda mesmo são os três anos a mais nas costas”, filosofou.
Marcal no último treino do Botafogo antes do duelo desta quinta-feira, em Quito – Foto: Vitor Silva/Botafogo
Por fim, Marçal, campeão brasileiro e continental pelo Mais Tradicional, é mais velho até que o seu próprio treinador, situação atípica no futebol. Estranho? Pode ser. Porém, segundo Marçal, no caso da chegada de Davide Ancelotti, é muito mais do que uma questão etária.
“O Davide entendeu muito rápido o que é Botafogo, o que é o Campeonato Brasileiro, o que é treinar uma equipe do país. Antes e depois dos treinos, a gente sempre troca uma palavrinha. Mas ajudei pouco. Até porque acho que ele estudou muito bem essa situação de vir treinar o Botafogo. É, de fato, estranho quando falam que o treinador é mais novo. Mas são meses de diferença. Não penso muito nisso. A gente entende e respeita a hierarquia, então, mesmo que ele fosse muitos anos mais novo, ainda daria a transparecer que era mais velho por ser a nossa liderança”, entende o “cobra”.