Leonino
·14 de junio de 2025
Míster que pediu a Varandas para sair do Sporting arrasa condições dos leões

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·14 de junio de 2025
Mariana Cabral, antiga treinadora do Sporting, revelou que pediu demissão a Frederico Varandas e agora recebe cerca de três vezes mais
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Mariana Cabral voltou a arrasar as condições de trabalho no Sporting. A treinadora confirmou que pediu demissão junto de Frederico Varandas por não se rever no método de gestão da equipa de futebol feminino, garantindo que não encontrou o cenário necessário para o sucesso.
Mariana Cabral: "Acham que nos fazem um favor por ter equipa feminina"
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"O Sporting podia ser muito melhor do que aquilo que é, só que há um problema grande em Portugal: as pessoas acham que nos estão a fazer um favor por terem uma equipa feminina. Quase que nos obrigam a estar gratas por ter uma equipa. Percebo que há pessoas que não se importam, mas não sou assim. Fazia-me muita confusão. E também foi por isso que acabei por me demitir, porque senti que não tinha mais vontade de dar a cara por algo em que já não acreditava", disse, à Rádio Renascença.
Atualmente ao serviço dos Utah Royals como adjunta de Jimmy Coenraets, Mariana Cabral recordou o caso de Joana Martins, que fraturou a clavícula em agosto de 2024 e, mesmo com dores, só foi operada após duas semanas: "A pancada que levei só por ter dito isso... e ok, entendo [as represálias], mas o meu trabalho é tentar proteger as jogadoras. E quando isso acontece, e não é a primeira vez, não é a segunda, não é a terceira...".
Mariana Cabral: "Temos dois relvados. Em Portugal, treinar em relvado era uma sorte"
A antiga treinadora do Sporting estabeleceu de seguida uma comparação com as condições atuais e as que encontrou em Alvalade: "Temos dois relvados, os homens têm dois relvados também, são lado a lado. Partilhamos o mesmo refeitório, a mesma cantina, normalmente em horários diferentes, mas às vezes cruzamo-nos e estamos ao mesmo tempo. Alguma vez em Portugal isto iria acontecer? Nunca. Em Portugal, já treinar em relvado era uma sorte...".
"Quando entrámos no Sporting, nem gabinete para os treinadores tínhamos. Também não havia câmara, era emprestada. Não havia scouting na altura. Uma série de coisas que parece agora outro tempo. Claro que isso depois mudou, já não era assim, mas o processo teve de ser todo do zero. Tudo isso teve de ser construído, teve de ser feito por nós...", admitiu.
Mariana Cabral: "Ganho quase o triplo do que ganhava no Sporting e sou adjunta"
Para terminar, Mariana Cabral revelou que se sentia infeliz em Alvalade, algo que mudou com a chegada aos Estados Unidos da América, com um salário muito superior: "As pessoas não têm mesma noção nenhuma. Aqui ganho quase o triplo do que ganhava no Sporting, e sou treinadora adjunta. É só um pequeno exemplo. Quando falo de condições, não falo apenas de dinheiro. Estamos sempre no 'banter' [brincadeira], é uma coisa brutal. É muito engraçado. É uma coisa boa para ti, porque todos os dias vais feliz para o trabalho. Isso é que eu quer, isso é que é o meu objetivo. E foi por isso também que me demiti do Sporting. Não ia feliz para o trabalho. E eu quero manter esta paixão pelo futebol", finalizou.