Calciopédia
·5 de diciembre de 2025
Na 14ª rodada da Serie A, clássico entre Napoli e Juventus será palco de reencontros

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Com um terço da Serie A já percorrido, a 14ª rodada se anuncia como um daqueles momentos que ajudam a redefinir ambições, ajustar expectativas e separar, ainda que provisoriamente, candidatos de coadjuvantes. No topo da tabela, o equilíbrio é tão estreito que cada detalhe pode deslocar forças: Napoli e Milan dividem a liderança, pressionados de perto por Inter e Roma, que parecem prontas para retomar o posto. E ainda há quem observe um pouco de mais longe, mas sem deixar de ambicionar o topo. Falamos de Bologna e Como, que insistem em permanecerem sentados à mesa dos protagonistas, e de uma Juventus que se equilibra entre rendimento irregular e sua enorme tradição.
É nesse cenário que o campeonato se reorganiza e oferece três partidas que funcionam como termômetros da reta final de 2025. De mais quente, teremos o reencontro de Antonio Conte com a Juventus e de Luciano Spalletti com o Napoli em um duelo que mexe com o topo da tabela e com os brios das torcidas de norte a sul da Itália. No sábado, teremos também um teste de maturidade do ascendente Como contra a Inter no San Siro, noutro duelo da parte alta da tabela. Por fim, na segunda, a tentativa do Milan de preservar a liderança enfrentando um Torino ferido, mas historicamente indigesto em casa – de lambuja, ainda há um interessante confronto entre Bologna, quinto colocado juntamente aos comascos, e a Lazio, oitava, antecipando uma das quartas definidas da Coppa Italia. Confira, a seguir, a prévia dos principais jogos da rodada.
Napoli x Juventus
O embate entre Napoli e Juventus é um daqueles de maior rivalidade no futebol italiano e chega com ingredientes adicionais nesta temporada. O clássico coloca Antonio Conte no centro das atenções: atual técnico dos azzurri, torcedor confesso da Velha Senhora e ex-jogador e ex-comandante multicampeão com a própria Juve, ele reencontra a equipe que moldou parte essencial de sua existência justamente no momento em que tenta levar o seu time, líder ao lado do Milan, ao bicampeonato consecutivo da Serie A. Quem também está sob os holofotes é Luciano Spalletti, campeão nacional pelos partenopei em 2023, que retorna ao Diego Armando Maradona como comandante bianconero e com a pecha de traidor.
Os números recentes da rivalidade são favoráveis aos mandantes, que tentarão jogar a rival para longe da disputa pelo título – hoje, a Vecchia Signora é sétima colocada, mas a apenas cinco pontos do topo da tabela. A Juventus venceu apenas uma das últimas oito partidas contra o Napoli na Serie A, acumulando cinco derrotas no período, depois de um histórico amplamente favorável. Desde 2020, nenhum adversário castiga tanto os bianconeri quanto os partenopei: sete de seus 41 reveses no intervalo vieram justamente desse confronto (17%).
Além disso, o Maradona tem sido território particularmente hostil para os visitantes: o time da casa ganhou as últimas seis partidas em casa contra a Juve. Uma freguesia que, em toda a história da Serie A, só a Inter, entre os anos 1930 e 1940, conseguiu estabelecer em duelos com a gigante de Turim. Caso evitem a derrota, os azzurri fecharão pela primeira vez, desde 1987, um ano inteiro sem perderem como mandantes na Serie A – já são 12 vitórias e quatro empates em 2025, melhor marca do continente entre equipes estabelecidas na elite.
O reencontro de Spalletti com o Napoli adiciona tensão à atmosfera e, certamente, ele será muito vaiado pelo público local. Campeão e figura central do scudetto de 2023, o técnico costuma se dar bem contra antigos empregadores, com oito vitórias nas últimas 10 vezes em que os enfrentou. Entretanto, perdeu em três das cinco derradeiras partidas que marcavam o primeiro reencontro. Conte, por sua vez, vive um momento de liderança mas também de cobranças – e encara uma rival que historicamente incomoda o estilo de suas equipes, especialmente quando precisa propor o jogo.
Dentro de campo, há nomes que podem quebrar o equilíbrio. David Neres, reinventado no 3-4-3 que Conte teve que adotar devido às muitas lesões do elenco, participou de cinco gols nas últimas seis rodadas e pode marcar pela terceira partida seguida pela primeira vez em sua carreira na Europa. Do lado juventino, Yildiz precisa superar um jejum: todas as suas sete participações em tentos na temporada ocorreram no Allianz Stadium. Fora de casa, não contribui diretamente desde maio, e uma bola na rede no Maradona o colocaria ao lado de Del Piero como o segundo juventino em 50 anos a chegar a cinco nas primeiras 15 rodadas de uma edição da Serie A antes de completar 21 anos.
Prováveis escalações
Napoli: Milinkovic-Savic; Beukema, Rrahmani, Buongiorno; Di Lorenzo, Elmas, McTominay, Olivera; David Neres, Højlund, Lang.
Juventus: Di Gregorio; Kalulu, Kelly, Koopmeiners; Cambiaso, Locatelli, Thuram, Kostic; Conceição, Yildiz; David.
Inter x Como
Hora da verdade? Após a saída de Simone Inzaghi, a Inter colocou dois nomes na sua lista de substitutos: Cesc Fàbregas, do Como, e Cristian Chivu, do Parma. Com a negativa dos lariani, fechou com o romeno, ex-jogador e ex-técnico da base nerazzurra. Agora, eles se enfrentam num duelo com cara de tira-teima em San Siro.
Com um terço de campeonato já disputado, a Inter tem a consciência plena de que não há mais margem para distrações: terceira colocada, apenas um pontinho atrás dos líderes, reencontra um adversário regional que vive um presente totalmente distinto do passado. O Como, sensação absoluta deste início de temporada, aparece em quinto lugar e a apenas quatro pontos do topo, sustentando a melhor largada de sua história na Serie A, igualando os aproveitamentos de 1949-50 e 1950-51. O contraste entre tradição e surpresa, porém, não impede que o duelo seja tratado como confronto direto – e os números recentes só reforçam o peso da partida no Giuseppe Meazza.
O histórico é amplamente favorável aos nerazzurri, que venceram os últimos nove encontros contra os lariani na elite por um placar agregado de 20 a 2 e podem, pela primeira vez em sua trajetória de Serie A, registrar uma sequência de 10 vitórias consecutivas diante do mesmo adversário. A superioridade se estende também ao aspecto defensivo: a Inter não sofre gols do Como há cinco partidas, com um parcial de 14 a 0, igualando seu recorde absoluto de clean sheets seguidos contra uma mesma equipe. E se a memória de décadas remotas ainda inclui o tropeço no primeiro duelo em casa, em 1950, tudo o que veio depois selou um domínio quase absoluto: são 13 triunfos consecutivos como mandante e um aproveitamento de 93% diante dos comascos, marca inferior apenas às registradas contra Pro Patria e Lecce entre os rivais enfrentados ao menos 10 vezes em seu estádio.
A grandeza dos dados, porém, não elimina o aviso para os mandantes: o Como viaja a Milão na melhor fase de sua história na Serie A. Somou 24 pontos nas primeiras 13 partidas – campanha que iguala rigorosamente as de 1949-50 e 1950-51, nas quais também tinha 61,6% de aproveitamento a esta altura – e se aproxima de um feito inédito caso conquiste a sétima vitória nas 14 rodadas inaugurais, algo que jamais alcançou. Os lariani também carregam uma invencibilidade regional que pode virar marco: após empatarem Cremonese e Atalanta por 1 a 1, podem registrar pela primeira vez três empates seguidos diante de rivais lombardos, além de igualar uma sequência de três jogos sem perderem para conterrâneos, o que só havia ocorrido em 1986-87.
O confronto reúne ainda as duas equipes com maior posse de bola do campeonato, o que projeta uma partida de ritmo técnico elevado e longas trocas de passes. Olho ainda nos argentinos. Lautaro enxerga no duelo a oportunidade de finalmente marcar contra o Como, transformando-o em 30ª vítima no campeonato – até o momento, ao lado do Chievo, o time biancoblù é um dos dois únicos que ainda não foram castigados por El Toro na Serie A. O visitante também exibe sua própria estrela: Paz, único jogador da liga que já soma cinco tentos e cinco assistências, chega a San Siro como símbolo do surpreendente equilíbrio e competitividade de uma formação que se recusa a tratar o favoritismo interista como sentença.
Torino x Milan
No Piemonte, teremos um embate de claros contrastes. Enquanto o Torino procura fôlego e um rumo para se reerguer, o Milan visita Turim em busca de pontos que sustentem sua liderança e, quem sabe, marquem também o fim de uma incômoda série de empates longe de San Siro. A eliminação nas oitavas de final da Coppa Italia, para a Lazio, não serão um fardo para os rossoneri e, na verdade, podem até servir de estímulo num calendário tranquilo: até o fim de 2025-26, o time de Massimiliano Allegri fará somente mais 26 ou 27 partidas, a depender de classificação ou não para a decisão da Supercopa Italiana. A Serie A já era prioridade e, agora, é a única preocupação real do Diavolo.
O Torino chega ao duelo pressionado, afundado na metade inferior da tabela, em 14º lugar e carregando o peso de uma crise que já acendeu todos os alarmes: não venceu nenhum de seus cinco compromissos mais recentes e somou apenas 14 pontos nas primeiras 13 rodadas, marca que remete às temporadas 2019-20 e 2020-21 – ambas encerradas nas últimas cinco posições. A necessidade de se afastar da zona de rebaixamento se impõe justamente no momento em que enfrenta um Milan embalado, líder ao lado do Napoli e sustentado por uma sequência de 12 jogos de invencibilidade na Serie A, com oito vitórias, quatro empates e sete partidas sem sofrer gols no período. A noite no Olímpico Grande Torino, portanto, confronta urgência e autoridade, desespero e regularidade.
Embora o Milan se apresente com status de favorito, os granata reencontram um adversário contra o qual voltaram a competir de igual para igual. Venceram duas das últimas três partidas contra os rossoneri, com um empate no meio, revertendo um panorama recente de domínio adversário, e podem registrar duas vitórias consecutivas na Serie A diante do Milan pela primeira vez desde setembro de 2019. Os milaneses, é verdade, costumam encontrar caminhos para o gol nesses confrontos: balançaram as redes em 11 dos últimos 12 jogos contra o Torino, média de 1,8 por partida, falhando apenas no 0 a 0 de abril de 2022. Ainda assim, a reversão de padrão é nítida do lado grená, especialmente quando se considera o fator casa.
O Olímpico tem sido um refúgio raro. O Torino venceu seus últimos três encontros como mandante contra o Milan pela Serie A – o mesmo número de triunfos que somou nas 25 partidas anteriores diante dos rossoneri, numa sequência em que foram registrados incríveis 17 empates. Uma quarta vitória consecutiva, que não acontece desde 1949, nos tempos do histórico timaço pentacampeão nacional que dá nome a seu estádio, teria peso simbólico e competitivo num momento em que o grupo de Marco Baroni precisa desesperadamente de sinais de reação. O Milan, por sua vez, tenta evitar a repetição de uma estatística incômoda longe de San Siro: empatou as derradeiras três pelejas como visitante e não chega a quatro igualdades consecutivas fora de casa desde outubro de 1999.
E se a consistência defensiva tem sido uma das marcas da equipe de Allegri nesse recorte recente, a segurança ofensiva encontra seu rosto mais luminoso em Rafael Leão. Desde que voltou ao time titular neste campeonato, na sétima rodada, o português se tornou o maior goleador da Serie A no período, com cinco gols nas últimas sete partidas.
Sábado, 6/12, 11h Sassuolo x Fiorentina
Sábado, 6/12, 16h45 Verona x Atalanta
Domingo, 7/12, 8h30 Cremonese x Lecce
Domingo, 7/12, 11h Cagliari x Roma
Domingo, 7/12, 14h Lazio x Bologna
Segunda, 8/12, 11h Pisa x Parma
Segunda, 8/12, 14h Udinese x Genoa









































