Zerozero
·10 de febrero de 2025
In partnership with
Yahoo sportsZerozero
·10 de febrero de 2025
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer também a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
Depois da passagem pelo Málaga, Renato Santos esteve na Grécia durante meia temporada. Da experiência no Volos, o agora jogador do Xérez Deportivo não guarda as melhores recordações.
«Tinha a ideia que a 1ª Liga grega iria ser algo mais impactante. Lembro-me que, mal cheguei ao clube, disse ao meu empresário que não queria ficar. O choque de realidade foi enorme, isto na medida em que antes tinha estado no Málaga, onde não falta nada. O Volos é um clube mais humilde e o que encontrei não foi ao encontro das minhas expectativas. Nunca me senti verdadeiramente bem e isso teve influência no meu rendimento», começou por contar, indo de forma aprofundada na explicação.
«Nós tínhamos o campo municipal, onde jogávamos, e depois havia um estádio mais antigo, que pertencia a um Volos de outra divisão, onde treinávamos. No balneário, não tínhamos a parte do chuveiro, a água vinha diretamente da parede. A parede estava aberta e só tinha um espécie de espuma para criar a proteção para os canos. Era uma realidade que não faz sentido em qualquer divisão, muito menos numa 1ª Liga. O desleixo deles... Nada ajuda quando as coisas não estão bem. Ires tomar um banho num balneário destruído e sem condições...»
Para além disto, o extremo, de 33 anos, encontrou um presidente com uma personalidade... peculiar.
«O presidente entrava pelo balneário dentro a gritar, uma vez virou-se para mim e disse-me que, se eu quisesse, podia dar-me contactos de barbeiros porque eu sempre fui vaidoso. Como eu não estava a jogar como ele queria, ele saiu-se com essa situação no fim de um jogo. Lembro-me que, depois de ele falar, fui abordá-lo para lhe dizer que ele podia falar do meu rendimento, mas que não fazia sentido falar sobre coisas fora do futebol. Era a forma dele se exprimir e já é conhecido por isso, agora estive em Chipre e toda a gente me falava dele», rematou.