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·29 de julio de 2025

Nos bastidores da gestão: como Ceará, Juventude e Vitória veem profissionalização como sustento da competitividade no futebol brasileiro

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Por trás das campanhas sólidas, das boas escolhas de mercado e da estabilidade esportiva em meio a um cenário nacional marcado por volatilidade, estão departamentos de futebol cada vez mais estruturados e conectados com práticas modernas de gestão. Ceará, Juventude e Vitória são exemplos de clubes que vêm apostando em planejamento, integração entre setores e responsabilidade financeira para construir projetos consistentes.


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Em comum, esses clubes não figuram entre os maiores orçamentos da Série A ou B, mas se destacam pela coerência. E é nos bastidores que essa transformação ganha forma. Executivos como Lucas Drubscky (Ceará), Júlio Rondinelli (Juventude) e o gerente executivo Diogo Castro (Vitória) são peças-chave nessa engrenagem silenciosa que sustenta o futebol moderno.

Integração, análise e autonomia: a virada de chave no Ceará

No Ceará, o desafio após a queda à Série B foi não apenas reconstruir o elenco, mas redesenhar os processos. Sob a coordenação de Lucas Drubscky, o clube reestruturou sua metodologia de contratações e criou o DIMAS (Departamento Integrado de Mercado e Análise Sistemática), que passou a ser o núcleo de inteligência responsável pelas decisões de mercado – com base em dados, estatísticas e perfis técnicos.

– Uma nova maneira de se contratar atletas foi estabelecida, baseada em dados e não apenas por indicação. O DIMAS virou o core do processo de formação de elenco – explica Drubscky.

Além disso, houve investimentos significativos no Cesp (Centro de Saúde e Performance), com ampliação da equipe, compra de aparelhos, construção de novas salas e implementação de protocolos interdisciplinares. Segundo o dirigente, a articulação entre os setores é prioridade: o executivo atua como elo entre direção, financeiro, coordenação técnica e comissão.

– Manter um ambiente de trabalho coeso e transparente é tão fundamental quanto formar um bom elenco. Temos metas financeiras e esportivas bem definidas, alinhadas com o CEO e o departamento financeiro – completa.

Juventude: racionalidade, coerência e visão de longo prazo

Se há um modelo de clube que entende bem o seu tamanho e respeita os limites, esse clube é o Juventude. Com uma folha salarial inferior a R$ 3 milhões – uma das menores da Série A – o clube gaúcho se mantém competitivo através de escolhas racionais, gestão orçamentária rígida e um processo técnico criterioso para contratação de atletas e treinadores.

– Desde 2023 trabalhamos dentro do orçamento traçado e não vamos extrapolar também em 2025. Atuamos com equilíbrio, mesmo em momentos difíceis da competição – afirma Júlio Rondinelli, executivo de futebol do clube.

Em 2024, o Juventude protagonizou dois casos raros no futebol nacional: vendeu duas comissões técnicas ao longo do ano – e mesmo assim sustentou desempenho na elite. Além disso, Rondinelli destaca os investimentos em infraestrutura como parte de uma visão mais ampla de sustentabilidade.

– Não fazemos loucuras, mas temos investido no patrimônio do clube com foco em modernização e ampliação. Isso também é futebol – pontua.

Vitória: reestruturação, processos e governança

O Vitória é outro caso emblemático de transformação estrutural. Após temporadas instáveis, o clube baiano vive novo momento com protagonismo da área executiva e implementação de governança institucional. Neste processo, o papel do gerente executivo Diogo Castro tem sido fundamental – conectando o futebol a outras engrenagens administrativas.

– O departamento de futebol foi determinante para esse novo momento, com a chegada de profissionais qualificados e a implantação de processos. É um orgulho fazer parte dessa reorganização – conta Diogo.

Com uma abordagem voltada para o controle financeiro e o alinhamento entre áreas, o Vitória implantou sistemas de gestão e controle em todos os departamentos ligados ao futebol. O modelo visa garantir eficácia e segurança nas decisões – especialmente no mercado de atletas.

– Nosso desafio é buscar boas oportunidades de mercado, respeitando o fluxo de caixa, controlando despesas e integrando receitas. A meta é sempre o superávit, sem abrir mão da competitividade – afirma.

Profissionalização além do discursoEm um cenário onde SAFs, pressão da torcida, instabilidade técnica e desequilíbrio financeiro ainda são comuns, casos como os de Ceará, Juventude e Vitória mostram que é possível fazer diferente. O protagonismo de executivos e gestores se revela não apenas nas decisões do dia a dia, mas na mudança de cultura organizacional.

A profissionalização, nesses contextos, não é um jargão, mas uma prática: construção de processos, análise de dados, integração entre áreas, metas claras e planejamento financeiro rigoroso. Tudo isso sem desconectar a paixão e a identidade dos clubes.

– Respeitar a cultura e a torcida é essencial. Mas é preciso manter firmeza metodológica. Trazemos opiniões técnicas diversas, mas com convicção no caminho que acreditamos ser o mais eficiente – finaliza Lucas Drubscky.

Mais do que cargos e organogramas, os bastidores desses clubes mostram que o futebol brasileiro começa a se organizar – e isso, aos poucos, se reflete dentro de campo.

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