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·13 de septiembre de 2025

O canto da S(AF)ereia. Um perigo no futebol

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A história da SAF de R$ 7 bilhões que se revelou ser, em verdade, R$ 500 milhões. E como isso poderia impactar o Flamengo.

No dia 8 de setembro, segunda-feira, houve uma reunião no Fluminense para apresentar a proposta para compra da futura SAF do clube.


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A promessa parecia ser grandiosa: intermediada por um gigante do setor financeiro e tendo como interessado outro ator conhecido do mercado, prometia, aparentemente, um aporte de 7 bilhões de reais, o que mudaria o "patamar" de um clube. Mas a realidade, ao ser examinada com calma, revelou-se muito mais modesta. O que existe de concreto é um investimento inicial de 500 milhões de reais. Meio bilhão. O restante não passa de projeções cuidadosamente embaladas em retórica.

Na prática, o modelo prevê um aporte imediato de R$ 250 milhões, seguido de outros R$ 250 milhões em até dois anos. E nada além disso. O discurso de assumir as dívidas soa, nesse contexto, menos como vantagem e mais como consequência lógica, obrigação: o pagamento será realizado com os mesmos recursos iniciais ou com o fluxo de caixa da operação, o que inevitavelmente impacta a gestão cotidiana.

Os mais de seis bilhões divulgados como "investimento" não correspondem a novos aportes. São “investimentos mínimos garantidos”, ou seja, compromissos de manter determinado nível de gastos com o futebol — despesas que já seriam realizadas naturalmente com receitas habituais, como bilheteria, patrocínios, direitos de transmissão, transferências de jogadores e outras tantas fontes.

A eventual penalidade pelo descumprimento de tal obrigação também não impressiona ninguém: durante dez anos, não se poderia distribuir dividendos aos sócios. Para um grupo de bilionários (o fundo seria composto por algo em torno de 40 cotistas), suportar uma década sem dividendos de um aporte de 500 milhões dificilmente configuraria obstáculo intransponível.

O mérito maior, portanto, não está no projeto em si, mas na forma como foi apresentado. Transformar R$ 500 milhões em um suposto investimento de quase R$ 7 bilhões exige habilidade retórica. E essa habilidade, inegavelmente, foi demonstrada, principalmente por Carlos de Barros, responsável pela estruturação do negócio.

O fundador da Lazuli Partners e do seu braço LZ Sports conseguiria certamente vender areia no deserto. Seria mais fácil que fazer um aporte de R$ 500 milhões aparentar serem quase R$ 7 bilhões.

Dito tudo isto, traz-se aqui a reflexão não apenas como registro do episódio, mas como advertência. O Flamengo, que hoje discute caminhos e possibilidades para o futuro, precisa observar atentamente tais exemplos. O canto da (SAF) sereia costuma ser sedutor, mas não raro oculta riscos profundos como o oceano.

Em negócios dessa magnitude, onde cifras se multiplicam e promessas se adornam de superlativos e floreios, a prudência não é apenas recomendável: é indispensável. Isso, claro, se o Flamengo quiser continuar navegando em águas calmas.

Exemplos não faltam!

Caso queira ver a reação de dois tricolores (um extremamente otimista e outro mais realista) sobre essa proposta, segue o vídeo: O Canto da S(af)ereia.

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