O primeiro gol de Douglas Telles e outros sinais no dia dos 130 anos de aniversário do Clube de Regatas do Flamengo | OneFootball

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·16 de noviembre de 2025

O primeiro gol de Douglas Telles e outros sinais no dia dos 130 anos de aniversário do Clube de Regatas do Flamengo

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“Craque, o Flamengo faz em casa”.

Eu, e creio que todo flamenguista de real sangue rubro-negro, pensou no bordão, assim que Douglas Telles, jogador de 18 anos, marcou o quinto gol do Mengão contra o Sport, em seu primeiro lance num jogo profissional, com menos de um minuto em campo, contados precisos e preciosos quarenta e sete segundos.


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Início de carreira fulminante, que Deus conserve, para assim o jovem jogador fazer jus à frase icônica criada pelo jornalista Geraldo Maineti, em 1979.

A partida contra o Sport já estava ganha, é óbvio, e já tinha se tornado fácil graças a um Flamengo, que nos últimos jogos, aproximou-se do que se espera de um time campeão, tanto em campo, quanto fora dele, quando tudo parece dar certo, apesar de o adversário deste ano, o mesmo dos últimos anos, o Palmeiras, vir apresentado excelente futebol e ter sido apresentado pela imprensa e pelos torcedores rivais como imbatível.

“Tigrinho é craque”, “Abel é foda”, “Leila sabe como ninguém gerir futebol” eram frases que ouvíamos, as quais, olha, caro leitor, cara leitora, podem até ter um fundo de verdade e indicar que o título seria do clube paulista, não fosse o futebol ser como é.

Há um doce veneno nas entranhas do chamado esporte-bretão, capaz de punir com derrota quem antes parecia ser o virtual vencedor em questão de rodadas, de um jogo apenas, de um lance, quem sabe, de meros segundos.

E isso se dá em campo, porque é nele onde o futebol é jogado, mas tem muito a ver também com fatores externos, com a pressão que se cria na competição ente adversários. O campeonato brasileiro estava para o Palmeiras, mas agora o vento mudou de direção, estando na direção do Flamengo.

Alguns indícios: absolvição de Bruno Henrique pela Justiça Desportiva, recuperação física iminente do Pedro, o melhor ano do melhor jogador de nossos últimos anos, o elegantíssimo Arascaeta, agora nossa camisa dez, e amadurecimento do Filipe Luís em meio a críticas excessivas, empolgação desmedida, erros e acertos do ainda jovem, porém, promissor técnico.

Esses, os são fatos; mas o sobrenatural, que ronda o futebol, também se faz presente.

Além da óbvia associação que qualquer flamenguista mais velho ou mais novo, antenado com a história do clube, fez do primeiro gol de Douglas Telles com o primeiro gol do Imperador Adriano, com o primeiro gol de Zico e, talvez, com os de alguns outros jogadores, há mais, há algo mais do que o simples exercício comparativo.

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Onde ele está? Douglas Telles fica encoberto em meio a comemoração pelo primeiro gol com o Manto. Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

É que um gol de alguém tão novo, feito no primeiro jogo profissional, logo no seu primeiro lance, a relembrar craques do passado remoto ou recente, tendo ele estampados nas costas da camisa o número 81, acende a mística rubro-negra, o que não se consegue explicar bem, mas que se sente, quem a conhece sente ...

81 virou o número mágico do Flamengo há 44 anos, desde que “em dezembro de 1981, [o Flamengo] botou os ingleses na roda” e ganhou um Mundial de Clubes contra um time europeu, cuja diferença de poderio econômico para os times brasileiros já existia, embora menor que a existente nos dias de hoje e com menor impacto sobre o desempenho esportivo.

“3 a 0 no Liverpoool, ficou marcado na história”, quando, até então, somente o Santos, de Pelé, entre os clubes brasileiros, tinha conseguido a façanha de vencer clubes europeus em finais do “Mundial de Clubes”, o que se deu em 1962 e 1963.

Por isso, suspeito que assim que Douglas Telles fez o gol, nas arquibancadas da “Arena de Pernambuco”, nos bares e casas dos flamenguistas mundo afora, nas conversas dos grupos de whatsapp, nas redes sociais, enfim, no seio da “Nação”, mesmo os mais racionais, entre os quais me incluo, ficaram mais esperançosos que o Brasileirão pode vir.

Um título que era visto pelos céticos, sobretudo por alguns jornalistas e torcedores do segundo maior time brasileiro, o dos “antiflamenguistas”, como já em vias de chegar às mãos palmeirenses, afinal, com oito rodadas apenas para a rodada final e com o clube paulista tendo colocado três pontos e uma vitória a mais de diferença sobre o Flamengo na classificação, dificilmente a situação de campeonato em sistema de pontos corridos mudaria.

“Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay”, poderia ficar com a frase em versos de Cervantes, mas ainda acrescento que sinto, como muitos ou todos, que há coisas no futebol que são mágicas, pois o imponderável, o inesperado, o poético, o apenas imaginado fazem deste esporte ser o que ele é.

Pensei nesta crônica, ao ver o quinto gol feito por uma joia do nosso ninho, e tive a certeza – ou a estranha sensação, não importa – de que também daria Santos contra o Palmeiras, o resultado de que precisávamos, mesmo achando o time do Peixe bem limitado, crença compartilha por muitos em meio à esperança de estarmos errados.

A lógica diria: ah, mas o Palmeiras estava muito desfalcado, ah, isso é um resultado possível, tudo bem, mas prefiro ficar com a perspectiva de que a sorte virou de lado, já que pela mesmíssima lógica tradicional, comparando-se elenco por elenco, nunca tive dúvidas sobre o time do Flamengo ser melhor, o que não nos deu sobras em campo ou nos campeonatos.

Ah, eu diria, mas muita coisa aconteceu e logo em dia 15 de novembro, na data mais importante para o Flamengo e para nós, seus apaixonados torcedores, quando chegamos a 130 anos de história de luta e trajetória de glória.

Sem soberba, nem esquecimento de que faltam cinco rodadas para o fim do campeonato nacional e de que “jogo único é jogo único”, como o da final da Libertadores, pois esquecer a lógica tradicional é burrice e ela opera no futebol, acreditemos, pois, nos sinais de que os dois títulos que mais buscamos em 2025 podem vir, estão vindo, hão de vir para a Gávea, já que o mágico atravessa o esporte que tanto amamos.

Há algo mais no futebol, sempre há algo a mais no futebol.

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