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Central do Timão

·1 de julio de 2025

PM aprova biometria facial da Neo Química Arena, que poderá seguir operando com 100% da capacidade

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  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Na tarde desta segunda-feira, 30, a Neo Química Arena foi alvo de vistoria da Polícia Militar, que analisou a tecnologia de biometria facial implementada recentemente no estádio. A visita durou cerca de três horas e culminou na aprovação do sistema por parte das autoridades, o que permitirá que o estádio em Itaquera continue operando com 100% de sua capacidade a partir do mês de julho, quando o calendário do futebol brasileiro será retomado.

A PM testou a logística implementada pela Ligatech desde o início do processo, ou seja, o cadastro do torcedor através do site do Fiel Torcedor. Em seguida, fez uma varredura por todos os setores da Neo Química Arena, testando as catracas com policiais que fizeram e também que não fizeram o cadastro prévio, a fim de verificar se a tecnologia estava funcionando como esperado. Os resultados foram positivos, com o sistema não permitindo a passagem dos policiais que não haviam se cadastrado.


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Foto: Bruno Teixeira/Corinthians

A força-tarefa de implementação da biometria facial, conduzida por Corinthians e Ligatech, a empresa responsável pela tecnologia no estádio, durou cerca de duas semanas, tempo considerado muito menor do que o normalmente exigido para a operação. Ao todo, cerca de 140 catracas receberam os equipamentos que permitirão a leitura biométrica para validar a entrada de torcedores no estádio.

Logo após a definição da Ligatech como gestora da biometria facial, o Corinthians procurou as autoridades para propor um plano de ação que evitasse a operação da Neo Química Arena com capacidade reduzida (19.999 torcedores) em julho. A recepção inicial às conversas, segundo apurado pela Central do Timão, não foram positivas: o fato de o clube ter falhado em implementar a tecnologia no prazo dado pela Lei Geral do Esporte (LGE), ou seja, dois anos, foi visto como uma “irresponsabilidade”.

No entanto, durante a vistoria de hoje, o clube foi elogiado pela rapidez com que conseguiu instalar os equipamentos no estádio, fato que por si só permitiu ao Corinthians se enquadrar na determinação legal, já que o artigo 148 da LGE fala apenas sobre a “implementação” da tecnologia, não sobre sua operacionalização.

Agora, o Corinthians aguarda a emissão do laudo da PM confirmando que a Neo Química Arena está apta a seguir recebendo 48.905 torcedores, assim como o aval do Ministério Público de São Paulo para operar nesta capacidade. Após isso, o clube decidirá se a operacionalização da biometria será feita para toda a capacidade do estádio desde o primeiro jogo ou se ocorrerá um “faseamento” deste processo, ou seja, se esta operação será feita por partes, dividida por setores do estádio.

Evento-teste bem sucedido

A vistoria da PM na Neo Química Arena ocorreu dois dias depois de o Corinthians conduzir um evento-teste no estádio, envolvendo cerca de 900 pessoas recrutadas pelo Alvinegro com uma amostragem diversificada de faixa etária, gênero e outras características físicas, visando aferir a precisão e rapidez da tecnologia de identificação biométrica instalada nas catracas.

Segundo apuração da Central do Timão, o teste durou cerca de quatro horas, envolvendo todos os setores do estádio, com resultados considerados muito positivos. A avaliação da gestão interina é de que a leitura biométrica funcionou rapidamente, além de ter conseguido evitar o acesso ao estádio das 50 pessoas sem biometria cadastrada, que faziam parte do grupo de teste. Destas, 49 tiveram o acesso negado por ausência de registro e uma por falha técnica.

Outro ponto positivo do evento-teste ocorreu no Setor Norte, destinado às torcidas organizadas. Foi realizado um “teste de estresse do sistema”, simulando uma sobrecarga do sistema por meio do acesso de cerca de 700 pessoas ao estádio no menor tempo possível. O grupo conseguiu adentrar ao estádio em menos de quatro minutos, dado considerado “acima da média” em termos de eficiência da tecnologia.

Muralha Paulista

Nesta segunda-feira, foi acordada ainda a adesão do sistema de biometria facial da Neo Química Arena ao programa Muralha Paulista. Criado em 2024 pelo governo do estado de São Paulo e administrado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), o projeto integra câmeras de monitoramento em uso em mais de 500 municípios paulistas ao sistema de tecnologia de vigilância estadual.

Com isso, a base de dados biométricos da Neo Química Arena será compartilhada com o poder público, e dessa forma pessoas foragidas da Justiça ou com mandado de prisão em aberto que tentem ingressar no estádio corinthiano poderão ser identificados e detidos pelas autoridades. Tal situação vem ocorrendo com frequência em estádios ao redor do Brasil nos últimos anos.

Privilégio mantido

Um ponto sobre a biometria facial, porém, tem sido alvo de críticas entre a torcida: a possibilidade de transferência de ingressos por parte de conselheiros, diretores e assessores do clube. Isso pois estes grupos tem o benefício de adquirir até quatro ingressos com 30% de desconto, além de ganhar o seu próprio ingresso, na forma de cortesia. Estes quatro ingressos poderão ser livremente distribuídos, contanto que os “convidados” tenham a biometria facial cadastrada.

Segundo as críticas de torcedores nas redes sociais, tal situação seria uma discrepância com a impossibilidade de os sócios do programa Fiel Torcedor transferirem seus ingressos comprados. Ou seja, um ingresso adquirido no sistema precisa obrigatoriamente ser usado pelo seu comprador, não podendo ser “aproveitado” por outro torcedor caso este não possa mais ir ao jogo.

Segundo apuração da Central do Timão, existe no clube a ciência de que a questão está sendo tratada de maneira diferente para sócios do FT e os grupos citados anteriormente (conselheiros, diretores e assessores). No entanto, coube ao departamento de TI apenas a tarefa de adaptar às exigências da LGE um privilégio já instituído dentro do clube, e cuja extinção não compete, em tese, à área técnica.

Nos bastidores, a compreensão é de que a gestão interina não deverá discutir qualquer ato no sentido de reduzir ou revogar o direito de compra de ingressos extras para grupos específicos da administração. Isso pois existe um temor de que a situação possa ser usada como “moeda de troca” para grupos políticos no Parque São Jorge, que tem uma Assembleia Geral marcada para dia 9 de agosto, com a ordem do dia de deliberar sobre a cassação do mandato do presidente afastado Augusto Melo.

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