Revista Colorada
·29 de diciembre de 2025
Promessa da direção termina com rebaixamento do Inter

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No início do ano, o Internacional apostava em um discurso de valorização das categorias de base como pilar estratégico do clube. Em janeiro, então diretor esportivo colorado, Andrés D’Alessandro foi enfático ao defender o trabalho realizado no Celeiro de Ases, rebatendo críticas recorrentes sobre a formação de atletas e destacando números que, segundo ele, comprovavam a mudança de cenário no Beira-Rio.
Na ocasião, D’Alessandro afirmou que a base vinha sendo reforçada e ressaltou que quase um terço do elenco profissional era composto por jogadores oriundos das categorias inferiores do clube. A fala foi usada como argumento para demonstrar evolução estrutural, integração entre base e profissional e planejamento a médio e longo prazo.
“Reforçar os meninos da base. Muitas vezes se falou, nos últimos tempos, que o Inter não trabalhava na base, e hoje a gente encontra com quase um terço do nosso grupo de jogadores da base”, declarou o dirigente, em tom de resposta direta às cobranças externas e internas.
No entanto, poucos meses depois, a realidade esportiva apresentou um contraste significativo com o discurso. Em julho de 2025, o Internacional acabou rebaixado no Campeonato Brasileiro Sub-20, encerrando a temporada da principal categoria de base com um resultado oposto ao cenário otimista projetado no início do ano.
O rebaixamento escancarou problemas estruturais e esportivos no trabalho de formação. Além do desempenho abaixo do esperado dentro de campo, pesaram fatores como instabilidade na comissão técnica, dificuldades na transição de atletas, falta de regularidade competitiva e um calendário que expôs fragilidades no elenco sub-20 ao longo da competição.
Internamente, o resultado gerou questionamentos sobre o real impacto das ações citadas no discurso de janeiro. Embora alguns atletas da base tenham, de fato, integrado o elenco profissional, a queda no Sub-20 levanta dúvidas sobre a profundidade do trabalho, a capacidade de reposição e a sustentação do modelo a longo prazo.
O Brasileirão Sub-20 é visto como a principal vitrine nacional da categoria, reunindo os clubes com maior investimento e estrutura no país. Cair para a divisão inferior representa não apenas um revés esportivo, mas também um golpe na imagem do projeto formador do clube, que historicamente sempre se orgulhou do Celeiro de Ases.
O episódio evidencia o descompasso entre discurso e resultado prático. Enquanto a direção defendia avanços e fortalecimento da base, o campo mostrou um cenário de dificuldades, culminando em um rebaixamento que obriga o Inter a repensar processos, corrigir rotas e reconstruir a credibilidade do trabalho nas categorias inferiores.
Agora, com mudanças no departamento de futebol e uma nova fase institucional em andamento, o desafio será transformar promessas em resultados concretos e evitar que a base, tradicional fonte de identidade e receita do clube, siga distante do protagonismo que o discurso sempre prometeu.









































