Record ataca Benfica mas é apanhado pelo factos | OneFootball

O jornalismo desportivo português prefere atacar um clube de futebol a admitir que errou. Está constantemente na defesa do Sporting e parece sentir a necessidade de atacar o Benfica. Em vez de fazer jornalismo, opta por publicar opiniões baseadas em deduções saídas da sua própria imaginação, citando fontes que nem sequer pertencem ao clube.

O Benfica emitiu um comunicado a desmentir as mais recentes notícias publicadas pelo jornal Record. Uma fonte oficial do clube negou tudo o que foi escrito nesse jornal. Logo aí, a verdade está do lado do clube, quando este afirma que Di María vai jogar pelo Benfica no Mundial de Clubes. O Record respondeu alegando apresentar “factos”. Os seus “factos” são as lágrimas de Di María e a publicação que fez nas redes sociais. Ignoram, no entanto, o verdadeiro facto de que o jogador se despediu do campeonato — e não do clube. Como esse dado não serve à sua narrativa, o jornal ainda cita um indivíduo que vive de publicar rumores de transferências: alguém que se alimenta das intenções de empresários e clubes, para manter jogadores nas bocas do mundo. A chamada propaganda dos empresários. Fabrizio Romano não é dirigente do clube e não tem acesso a informação privilegiada.

O jornal recorre ainda ao presidente Rui Costa e ao post que Di Maria publicou, sugerindo “caminhos diferentes”. Trata-se de uma dedução tirada de publicações em redes sociais, por contas que criam narrativas — e que o Record, bem como a sua direção, sabem perfeitamente que não podem ser levadas a sério, até porque o presidente está impedido de falar sobre mercado por estar sob “escrutínio” da CMVM. O Record, neste caso, conta uma história descontextualizada apenas para criar polémica. Di María despediu-se do Estádio da Luz e do campeonato, mas, tal como afirmou o clube, vai representar o Benfica no Mundial de Clubes.

O jornal vira-se ainda para Otamendi e para a sua renovação. Repete-se a mesma conversa que, em Janeiro, dizia que o jogador não iria renovar. Agora, aflitos por terem dado uma notícia que não corresponde à verdade, tentam justificar-se com o “tempo”, como se isso validasse a informação que avançaram. No entanto, o mesmo Record, a 3 de Janeiro de 2025, publicou declarações do seu subdiretor, dizendo: “Acho que dificilmente Otamendi renova.”

Uma das previsões acabará por se concretizar — e não será preciso esperar muito tempo.

Quanto às eleições e à possível não recandidatura do atual presidente do Benfica, o Record afirma que foi divulgada na edição de sábado precisamente o que disse o presidente em Braga: “A seu tempo, saberei decidir o que é melhor para mim e para o Benfica.”

A capa é muito clara: “Rui Costa admite não se recandidatar”. Não diz “Rui Costa vai decidir o que é melhor para ele e para o Benfica”. Há uma diferença significativa entre ambas as afirmações, o que demonstra mais uma vez a forma distorcida como o Record apresenta a informação — moldando as palavras para encaixarem na sua narrativa.

Por fim, o ataque ao diretor de comunicação do clube. Um ano inteiro sem sequer contactarem o Benfica para confirmar qualquer notícia. Depois de sucessivos ataques ao clube, com uma agenda que parece mais verde e branca do que neutra, se fosse eu, também não atendia o telefone. Pelo contrário — sugeria que marcassem outro pequeno-almoço com os responsáveis do Sporting. Talvez aí consigam mais “exclusivos” para fazerem capa.