Portal dos Dragões
·10 de octubre de 2025
Rui Moreira: “O FC Porto faz parte da nossa identidade enquanto cidade”

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A Câmara Municipal do Porto e o FC Porto formalizaram esta sexta-feira um acordo que transfere o direito de superfície de um terreno pertencente à Escola Ramalho Ortigão, atualmente encerrada, para a construção de um novo pavilhão multidesportivo destinado aos escalões de formação, único no panorama nacional. O presidente da autarquia, Rui Moreira, destacou a “normalização da relação” entre o município e o Clube, que “tem um papel absolutamente determinante na cidade”. “Desde a Birmânia ao Bangladesh, toda a gente sabe que o FC Porto faz, de facto, parte da nossa identidade enquanto cidade e nós temos essa dívida de gratidão para com um Clube que interpreta aquilo que é o sentimento da cidade”, acrescentou Rui Moreira.
A relação normalizada com o FC Porto“Queria começar por cumprimentar o senhor presidente do FC Porto, os senhores dirigentes, a senhora Catarina Araújo, Vereadora do Desporto, e dizer apenas algumas coisas que me parecem relevantes. Quando cá chegámos, há 12 anos, uma das nossas preocupações era a normalização da relação entre o Município do Porto e as instituições da cidade, e havia uma que de facto, como bem sabem, vivia tempos complicados. Eu não gosto muito do termo, mas eram tempos mesmo conturbados e logo no início conseguimos fazer com o FC Porto, algo que já pouca gente se recorda, um acordo relativamente às piscinas do Clube, ali bem perto. Foi um dos atos simbólicos mais importantes, foi o retomar de uma relação normal com o FC Porto, a que depois se somaram um conjunto de sinais importantes, seja da celebração do FC Porto nesta casa, que é de todos os portuenses, seja em termos daquilo que tem sido o trabalho relativamente à prática desportiva.”
O ecleticismo do Clube ao serviço da cidade“O FC Porto não é apenas futebol, tem de facto toda esta parte da formação, tem o ecleticismo que muito apreciamos, tem o desporto adaptado em que tem um papel absolutamente determinante na cidade, e no fundo, sendo o FC Porto o maior clube da cidade, tem esta possibilidade de complementar aquilo que são as políticas municipais. E é neste quadro, de facto, que se insere esta cedência, que aliás foi bem demonstrada pelo que está estipulado na escritura. Nós estamos a construir naquela zona da cidade, em particular, um conjunto de valências. Temos vindo a apostar muito naquela zona, na zona oriental da cidade e, portanto, também se insere naquilo que são os nossos desígnios para a zona oriental. Acresce ainda que a visão que nós temos da cidade, em termos daquilo que são as atividades desportivas, é muito clara. É muito importante para uma cidade como o Porto ter esta capacidade de oferecer às pessoas esta fruição, a fruição do desporto, que é importante sob todos os pontos de vista. É muito importante sob o ponto de vista da coesão social, daquilo que é a identidade da cidade, e o FC Porto está claramente associado à identidade da cidade, é muito importante em termos daquilo que é a prevenção de comportamentos desviantes por parte dos jovens, coisa que também a todos nos deve preocupar. O desporto é aquilo que junta as pessoas à volta de uma mesa a serem capazes de conversar.”
Uma questão de justiça e reconhecimento“Considero que este ato era um ato de justiça também relativamente ao FC Porto, porque durante anos, ao contrário de outras cidades que reconheciam no seu clube principal um ativo, durante alguns anos a cidade do Porto andou de costas voltadas para o FC Porto e nós não queríamos que fosse assim. Queria também dizer, para que fique claro, que este é um bom negócio para a cidade, porque se não fosse o FC Porto a fazer, teríamos de ser nós a fazer este investimento. E não foi o presidente da Câmara que decidiu, foi o Executivo Municipal e a Assembleia Municipal.”