Nosso Palestra
·23 de septiembre de 2025
Treinador campeão de Counter-Strike pela FURIA explica paixão pelo Palmeiras: ‘Amor incondicional’

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·23 de septiembre de 2025
A equipe brasileira de Counter-Strike da FURIA se sagrou campeã no último domingo (21) da FISSURE Playground 2 ao vencer a ‘The MongolZ’ , líder do ranking da modalidade. O time é formado por ‘FalleN’, ‘yuurih’ e ‘KSCERATO’, do Brasil, ‘YEKINDAR’, da Letônia, e ‘molodoy’, do Cazaquistão. O título foi muito especial para treinador da organização que é torcedor do Palmeiras.
Em entrevista ao NOSSO PALESTRA, ‘Sidde’ falou sobre a paixão, relembrou como começou a torcer pelo Maior Campeão do Brasil e as dificuldades de acompanhar o clube morando na Europa.
Minha relação com o Palmeiras é uma relação de muito amor aquele amor incondicional que só quem é palmeirense entende. Começou desde muito novo, de pai para filho como maioria de nós. Meu pai, desde que entendo por gente, me ensinou a amar o Palmeiras e sempre vi ele demonstrando muito amor pelo clube e fui aprendendo. Nasci em 1997 e então não lembro muito, mas aquele momento de glória dos anos 90, final da Libertadores, momento bem mágico e bem marcante. Desde que tenho minhas primeiras memória, já lembro do meu pai torcendo e fui aprendendo desde novo.
– Estando na Europa é um pouco mais complicado de acompanhar, assistir aos jogos ao vivo. É quase impossível, principalmente os jogos de Libertadores que são no período da noite. Estamos 4, 5 horas na frente normalmente, então é bem difícil, mas vejo vídeos de melhores momentos, acompanho tudo que sai logo quando acordo na manhã pós jogo. Quando tem partida mais cedo, pelo Brasileirão, a gente consegue assistir. – completou
Foto: Reprodução/Instagram
‘Sidde’ faz questão de colocar em prática a música da torcida do Palmeiras e passa a paixão pelo clube para o seu filho.
Minha paixão pelo Palmeiras vem de pai para filho, eu faço o mesmo com meu filho. Inclusive ele é maior palmeirense que eu já vi na minha vida, nunca viu alguém amar tanto clube. Quando estou no Brasil tento levar ele para ter essa experiência um pouco mais do que tive.
– Os meus primeiros passos como palmeirense foi sempre seguindo meu pai e eu escutei muito ele falar de Evair, Edmundo, Alex. Mas para mim, não tem como não pensar no Marcão quando penso Palmeiras. Não só para mim, mas para qualquer palmeirense, é o número um. – ressalta
– Acredito que muito do meu interesse tático, não só pelo CS, mas por todos os esportes, veio muito do futebol e de assistir e de tentar entender um pouco mais do por que algumas coisas acontecerem, e claramente quem gosta de alta performance se espelha em vários treinadores, não só no Abel, mas treinadores de outras modalidades também, e com certeza, sendo palmeirense, o Abel é uma das minhas maiores referências. Quando penso no Abel, e pude ler o livro dele, com toda certeza, ele é um desses caras que faz essa parte de gestão do elenco e do grupo. E ao mesmo tempo que ele mantém uma constância muito grande. – disse
Quando penso no trabalho, na similaridade, no que tento puxar do Abel para o meu mundo, é manter essa constância de resultados, estar sempre entre os principais times, independentemente de você ter rotatividade de jogadores. Então, lendo o livro do Abel, você percebe que é tudo muito pensado, tem um carinho muito grande em como vai gerir e cuidar do grupo e tento trazer muito dessa visão de o treinador ser mais do que o papel tático pro time. Trazer esse equilíbrio de todas as partes e claramente a parte tática. É legal ver como o Abel trabalha com os assistentes dele e como faz todo o grupo funcionar muito bem. Costumo dizer que o Abel, gere mais de um time, gere os jogadores, a parte do staff dele. Então, com certeza, o Abel é uma das minhas grandes referências.
‘Sidde’ relembrou como ingressou no mundo do Counter-Strike e processo ser contratado pela FURIA, a principal equipe da modalidade. O treinador destacou também o desejo de ver o Palmeiras investindo nos chamados ‘eSports’.
– Seria um prazer enorme ver o Palmeiras investindo nos ‘eSports’, vemos alguns investimentos acontecendo por alguns clubes, mas nem sempre é diretamente. Geralmente é alguém usando a imagem do clube, terceirizando. Mas pensar em ter o Palmeiras e um dia, quem sabe, até vestir a camisa do Verdão dentro do mundo dos games seria algo fantástico. O trabalho que o clube faz como nos esportes tradicionais é referência em todas as modalidades, e um dia, quem sabe, ter isso nos games seria fantástico, seria um grande prazer. – destacou
Entrei nesse universo através dos jogos universitários. Sempre quis ser jogador do CS. Tentei, quando tínhamos o CS 1.6, o famigerado CS de Lan House, bem novinho, e o cenário profissional não era tão evoluído, tão difundido e também não tinha o mesmo nível de investimento que temos hoje. Então, naquela época, me dedicava bastante, tinha meus 14, 15 anos, mas não tinha como ser profissional naquela época. Voltei a ter contato com o CS já na faculdade. Fui morar com alguns amigos e ali me apresentaram o CS de novo. E comecei a criar aquela paixão pelo jogo novamente. Tentei ser jogador até que chegou um ponto que eu percebi que, bom, jogar não era mais pra mim, já tinha mais tanto tempo pra me dedicar, precisava estudar, e me ofereci para ajudar um time de um amigo como treinador.
– Na primeira semana eu já percebi que era aquilo que queria fazer, e continuei me aprimorando, estudando bastante, até que depois de participar de alguns campeonatos universitários, recebi um convite para ser treinador de um time profissional, em São Paulo. Estava na última semana da faculdade, já tinha feito tudo, morava no Paraná na época, só esperando para voltar para São Paulo, para continuar a minha vida, e, do nada, recebi uma mensagem. Um time achou um vídeo meu no YouTube, fazendo uma análise tática de um jogo, e queria saber se você tem interesse de conversar e assumi como treinador. A partir deste momento, tudo começou a acontecer, um crescimento gigantesco. Em 2023 tive a oportunidade de entrar na FURIA. Tenho muito a agradecer ao pessoal da universidade que me deu a chance, pelo pessoal do primeiro time que me chamou, foi uma história de ir subindo as escadinhas. – completou
‘Sidde’ destacou a título conquistado no último domingo (21) contra a equipe número um do ranking do CS. Uma equipe brasileira não vencia um torneio desta magnitude há cerca de oito anos.
– Nossa conquista desse fim de semana foi muito especial. Todo mundo viu aí que foi algo histórico, né? O Brasil estava há oito anos sem levantar um título dessa magnitude. Poder fazer parte disso é muito especial. Trabalhamos muito para isso e a vida de competição sabemos como é, né? Invariavelmente vai mais perder do que ganhar. E o segredo disso tudo é manter sempre a fé de que sua hora vai chegar e continuar trabalhando, evoluindo e olhar além do resultado. Temos um time agora com a participação de dois gringos. Fizemos essa mudança em abril e desde então precisamos passar por um processo de adaptação. comunicação, com comunicação em inglês. Tem também uma parte cultural trazendo jogadores que vieram de um mundo completamente diferente para o nosso, e aos poucos, fomos pegando como o time ia funcionar. Fui gerindo a equipe, entendendo a necessidade de cada jogador, e o time foi evoluindo, é muito bacana. Desde o começo percebemos que tínhamos colocado cinco caras muito bons para jogar juntos. – afirmou
Como no futebol, fazer o pessoal chama de panela, não é suficiente. Precisa entender sobre o sistema que o time vai funcionar, como o time vai seguir, como é cada um individualmente, como é cada um para o grupo. Então, desde o comecinho, o trabalho foi seguindo nessa linha, até que chegou um momento que percebemos que estávamos jogando muito bem. Começamos a classificar para várias fases finais de campeonato. Jogamos uma semifinal, algumas quartas de final, até que chegou o ponto que tudo começou a fluir muito bem. Esse campeonato, acho que não é loucura falar, que foi o CS de mais alto nível que jogamos, até pelo título. Então, naturalmente, tudo foi se encaixando e as coisas aconteceram. É um sentimento muito marcante. É uma sensação única de saber que a gente conseguiu algo tão difícil, tão complicado, ainda mais para o CS brasileiro. Então, é um prazer, uma satisfação enorme.
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