Jogada10
·3 de octubre de 2025
Vasco tem plano de recuperação judicial contestado por ex-jogadores

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O plano de recuperação judicial do Vasco enfrentou mais uma contestação por parte dos credores. Desta vez, um grupo formado por 10 ex-jogadores apresentou objeções formais à proposta do clube. Eles alegam que o plano contém ilegalidades, um deságio considerado abusivo e falta de viabilidade econômica. A informação foi publicada pelo ge e posteriormente confirmada pelo Jogada10.
Na última quarta-feira (1º), o escritório Laporta Costa Advocacia protocolou as contestações na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro. O grupo é composto por Abedi, Anderson Salles, Diogo Silva, Fellipe Bastos, Jumar, Muriqui, Paulão, Thiago Maciel, Ygor e Éder Luís, este último entrevistado pela reportagem do Jogada10.
Éder Luís e mais 10 jogadores – Foto: Marcelo Sadio/Vasco
Durante a conversa, Éder Luís, campeão da Copa do Brasil de 2011 pelo clube, explicou os motivos que o levaram a se opor ao plano proposto pelo Vasco:
“É uma dívida que é um direito meu. São luvas, salários. Não é essa dívida que vai prejudicar o Vasco. Minha dívida é pouca perto do que o Vasco é. É ruim a minha posição porque tenho um carinho muito grande pelo clube. Somando tudo, foram sete anos. Sempre entreguei o meu melhor. Infelizmente, em algum momento, o clube entendeu que essa dívida não é verdadeira, e a gente não entende o motivo. Estou super tranquilo quanto ao que pode acontecer. Espero que a torcida do Vasco não fique chateada comigo. É um direito que a gente tem. Não estou cobrando nada além do que é meu. Eu não tenho culpa pelo momento financeiro do Vasco.”
Por outro lado, o Vasco afirmou que ainda não foi notificado oficialmente e, portanto, optou por não se manifestar por enquanto.
Em relação às críticas, a principal queixa do grupo de ex-atletas recai sobre a cláusula 4.2 do plano, que estabelece um deságio de 92% para os credores que não aderiram às condições discutidas previamente em mediação. Segundo os advogados, essa medida contraria frontalmente a Lei de Recuperação Judicial (Lei 11.101/05), que determina o pagamento integral dos créditos.
“A cláusula 4.2 apresenta nulidade ao impor deságio de 92% aos credores que não aderiram às condições de pagamento discutidas na Mediação. Com efeito, o pagamento de apenas 8% do crédito arrolado na Recuperação Judicial revela-se abusivo e ilegal, contrariando não apenas o artigo 54 da Lei 11.101/05, mas também os princípios gerais do direito”, diz a contestação.
Além disso, o clube paraguaio Olímpia, que também figura entre os credores do Vasco, reforçou os questionamentos apresentados pelos ex-jogadores ao se manifestar na Justiça.
Vale lembrar que, no final de agosto, o Ministério Público do Rio de Janeiro já havia apontado graves ilegalidades no plano de recuperação judicial elaborado pelo clube em conjunto com a SAF.
Diante desse cenário, os credores com direito a voto foram convocados para uma assembleia geral na próxima quinta-feira (9), às 14h, no Novotel – unidade Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Durante o encontro, os credores deverão votar a aprovação ou não do plano de recuperação judicial proposto pelo Vasco.