Portal dos Dragões
·10 de octubre de 2025
Villas-Boas admite: “Primeiro ano de mandato no FC Porto foi violento e ficamos aquém dos objetivos desportivos”

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André Villas-Boas esteve esta sexta-feira no Portugal Football Summit, na Cidade do Futebol, em Oeiras, onde foi questionado sobre as sensações nos primeiros meses do seu mandato como presidente do FC Porto, após suceder ao já falecido Pinto da Costa em abril de 2024. Reta inicial do seu mandato como presidente do FC Porto
“É uma vida feita de grandes mudanças e aventuras. Mudança de treinador para presidente, o que se mantém é o amor único pelo FC Porto, o que ele representa a nível de valores e princípios. É uma obrigação, um sentido de missão. O meu propósito é esse e entregá-lo melhor do que recebi, o que será difícil tendo em conta o passado histórico e glorioso. Espero que com muitos títulos, com crescimento associativo e uma transformação enorme pessoal. O meu dia a dia passa por liderar equipas. Posso orgulhar-me que terei das melhores equipas de gestão do país e por isso temos tido estes resultados em 16 meses”, começou por dizer.
“No plano desportivo, ambicionamos títulos. O meu primeiro ano de mandato foi violento… O FC Porto ficou aquém dos objetivos, com algumas mudanças pelo meio, uma reestruturação financeira gigante. O FC Porto movimentou cerca de 450 milhões de euros em mercado e operações financeiras. Foi o que o salvou. O clube encontrava-se numa situação limite. Tínhamos 15 dias para pagar 15 milhões. Tínhamos seis meses para pagar 115 milhões de euros. A situação aí foi perigosa e fomos ajudados por sócios. Só depois é que conseguimos uma das operações financeiras mais notórias para clubes portugueses, que seguramente será replicada nos outros dois ‘grandes’ [Sporting e Benfica]. Vendemos 30% dos direitos comerciais e a injeção serviu para salvar o FC Porto, mantendo-o como clube dos associados. É o nosso maior propósito e assim o queremos deixar”, vincou de seguida o presidente dos azuis e brancos.
“Felizmente, encontrei pessoas muito metódicas, muito profissionais, que se entregaram de alma e coração aos destinos do FC Porto. São pessoas que me ajudaram a chegar e executar um plano, onde não havia capital. Tivemos de nos suportar nos sócios, aqueles que amam o FC Porto, que nos permitiram levantar 15 milhões de euros face aos salários dos funcionários e dos jogadores. O clube estava numa situação limite (…) Não queríamos que nada disto fosse com a violência de acabar a época em terceiro lugar, apesar de termos vencido a Supertaça, num ano em que participámos em muitas competições. Podemos orgulharmo-nos dessa conquista, mas foi curto…”, atirou ainda.
Villas‑Boas abordou também a ideia de criar uma Supertaça Ibérica, mencionando os rivais Benfica e Sporting e sugerindo a inclusão de clubes espanhóis na competição.
“Se pensarmos noutras modalidades que não o futebol, sabemos que temos vários tipos de competições, como Supertaças Ibéricas ou ligas transfronteiriças. Sou da opinião que o futebol caminha para esse sentido. Lancei o desafio ao Pedro Proença [presidente da Federação Portuguesa de Futebol] e aos outros dois ‘grandes’ portugueses, bem como a clubes espanhóis, no início do meu mandato. Agora, andamos todos às cabeças, mas ficou lá o ‘bichinho’, que foi bem acolhido pelo Atlético Madrid, Real Madrid, Barcelona, Benfica, Sporting e pela FPF“, revelou.